O viés de planos de saúde e sociedade!!!
O diálogo entre o Sistema de Saúde Suplementar e a comunidade, sempre foi enviesado e nem todas informações chegam a população. A diferença entre os índices de inflação geral e a inflação saúde, por exemplo, no último ano foi de mais de 100%: enquanto o IPCA apontava para uma taxa de 6,28% a inflação saúde, no mesmo período era 12,8%. A culpa não é do aumento dos planos de saúde, mas sim do aumento do custo dos insumos e utilização dos recursos de saúde existentes para oferecer ao beneficiário.
Envelhecimento da população associado à longevidade, surgimento de novas tecnologias e medicamentos, judicialização do setor, estes e outros fatores fazem crescer estes custos sem que a receita das operadoras e das cooperativas médicas aumentem proporcionalmente. A análise contábil das Cooperativas médicas demonstrará que não há margem de lucro ou quando existem são exíguas, não ultrapassando 1 ou 2 %; justifica-se a existência das mesmas para oferecer mercado de trabalho aos profissionais da área.
O atendimento à saúde no Brasil é peculiar: aportes públicos são menores do que os da iniciativa privada, ainda que os primeiros se prestem a atender toda a população e os segundos se destinem a arcar com as despesas dos participantes dos planos privados, que atendem cerca de 50 milhões de pessoas.
Em 2013, as despesas totais do Brasil com saúde foram de R$ 450 bilhões, ou 9,2% do PIB. “Entre as dez maiores economias do mundo, só no Brasil a despesa privada é maior que a pública”, observa Francisco Balestrin, presidente da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp). Do gasto total do país com a demanda, 44% vieram da saúde pública e 56% do setor privado — este último composto pelos gastos com saúde suplementar e também consultas,exames, pequenos procedimentos e medicamentos pagos pelo cidadão. Já a despesa per capita com a saúde é bem maior no setor privado que público: R$ 2.189 ante R$ 980 (Anahp).
Planos de saúde, beneficiários e a ANS têm uma relação complicada: a agência inclui sempre novos procedimentos no rol dos planos de saúde; o valor pago pelo beneficiário, muitas vezes é fixo; os pacientes ficam com um crédito para usar o plano; se os ajustes não forem proporcionais à essas demandas e não existirem mecanismos de regulação , como é o caso da coparticipação, o sistema entrará rapidamente em falência o que já vêm ocorrendo em algumas praças. Aí a população deverá contar apenas com o atendimento do SUS.
Com este cenário, dispor de oportunidades futuras em apólices coletivas de condomínios, vínculos de grupos, e até uma revisão do modelo dado as experiências de avanços ou retrocessos.