O WebSummit não é só sobre tecnologia
Antes de voltar para a rotina e para a correria do dia a dia, aproveitei as 9 horas de vôo para retomar todo o material angariado em 3 dias de WebSummit: anotações, conteúdo de algumas palestras, impressões pessoais que fui anotando rapidamente durante a maratona que acontece entre um painel e outro, muito material interessante que li de outros pessoas que também estavam ali, dividindo aquela experiência incrível comigo.
O objetivo era, já tentando colocar em prática o que ouvi de um dos painelistas e que traduziu perfeitamente minha sensação dos últimos tempos, não deixar que a quantidade de informação, acabasse por limitar o conhecimento, impedindo que eu refletisse sobre o que eu realmente extraí daqueles dias intensos e cheios de novidades*.
Enfim, começando com uma frase que muito se ouve por lá: sim, o WebSummit é a Disneylandia dos adultos que adoram tecnologia, inovação, futurismo.
Considerado pela Forbes “a melhor conferência de tecnologia do planeta” e pelo New York Times"um grande conclave dos sumos sacerdotes da indústria de tecnologia". Em números, nesta edição de 2019, o WebSummit reuniu 70.000 pessoas de 160 nacionalidades, mais de 1.200 speakers e 11.000 CEOs das mais variadas empresas do mundo, políticos e legisladores, na terceira capital mais antiga da Europa, durante 3 dias de absoluta imersão no que há de mais novo em termos de tecnologia.
Como suporte para todo este público, foi disponibilizado um aplicativo incrível, no qual você conseguia inserir os seus temas de interesse e receber uma sugestão de agenda, que muito era útil diante da quantidade de opções existentes, montar a sua própria, acompanhar em tempo real, e muitas vezes com tradução simultânea, alguns painéis que não foi possível assistir, porque tinha outro acontecendo ao mesmo tempo e que também era imperdível (segura a FOMO: “Fear of missing out”, também tão falada – e sentida – por lá).
Este mesmo aplicativo proporcionava a interação com pessoas que tinham os mesmos interesses que os seus, pois o aplicativo sugeria essas aproximações e permitia que você trocasse mensagens e interagisse através do próprio aplicativo (e pessoalmente, em um café no fim do dia, se vocês assim combinassem).
Enfim, estrutura perfeita (ok, a comida entre os pavilhões deixava um pouco a desejar, mas quem tinha tempo de comer diante de tudo aquilo?), organização nota 1000 (os painéis tinham em média 20 minutos de duração e não existiam atrasos, era tudo cronometrado com uma precisão britânica), qualidade dos painelistas e palestrantes incrível e temas escolhidos a dedo, muito atuais, sempre com foco na pergunta proposta pelos organizadores do evento: “where to next?”.
Para fazer um apanhado geral (se a rotina não me engolir, quero fazer alguns textos específicos sobre assuntos pelos quais tenho interesse particular e muito material), muito se falou de tecnologia 5G, proteção e coleta de dados, sustentabilidade, robôs, criptografia, futuro do sistema bancário e do varejo, criptomoedas, novas tecnologias e disrupção, muita disrupção.
Em meio a tantos temas interessantes e atuais, o que de mais relevante ficou para mim foi um conceito que não é novo, mas que, assim esperamos, nunca vai sair de moda, confirmando a sua relevância pela quantidade de vezes que foi citado e apareceu por lá, que é o conceito de “people centric”. Executivos de grandes empresas como Microsoft, Verizon, Amazon, Google, Siemens, Tommy Hilfiger, ou de startups unicórnios como Canva, Branch, Airwallex só para citar alguns, ao longo de seus painéis, que tinham os mais variados temas, tratavam com maestria dos assuntos a que se propunham, mas a mensagem final, era sempre a mesma: os investimentos e a busca incessante pelo desenvolvimento de novas tecnologias são apenas instrumentos para fomentar uma boa experiência para as pessoas, que são o centro de tudo. E o mais legal de tudo isso e que me chamou bastante atenção é que muitos deles estavam falando em PESSOAS no sentido amplo e não apenas nos consumidores de seus produtos, estendendo o conceito para colaboradores, fornecedores, público em geral, seres humanos e humanidade como um todo.
É, o WebSummit, definitivamente, não é apenas sobre tecnologia.
*How AI has opened up the world of data – Sudheesh Nair - ThoughtSpot
I'm afraid we have not managed to meet in person, Andrea! I guess in addition to the topics you were interested in legal tech could have been one of those as well! Have you seen any solution tailored specifically for lawyers at the Websummit this year?