Objectivo: Mercados para exportação. Por: Carlos Varela Luc
Objectivo: Exportar mais
Por: Carlos Varela Luc
De um modo geral todos os países, de uma ou outra forma, trabalham para conquistar Investimento Estrangeiro Directo, é uma forma de aportar riqueza para o país.
O investimento vindo do exterior não é só em dinheiro, pode ter outras formas como por exemplo em know-how, em equipamentos, em mão-de-obra, principalmente especializada, na prestação de serviços, ...........
Pelo que tenho lido e visto, por razões diversas, que vão desde o desconhecimento até à insuficiência de recursos, muitos os países não querem investir em estruturas e acções visando a captação desses recursos tão essenciais para o desenvolvimento. Num mundo globalizado, como o de hoje, qualquer que seja o modelo económico – economia planificada ou economia de pleno mercado – os países, principalmente os mais pobres e mais carecidos de recursos externos aplicados em formas de produção que lhes permita reduzir a dependência do exterior, não podem deixar de criar representações permanentes, fora dos contextos políticos e diplomáticos, em países ou regiões com capacidade para investir nos segmentos produtivos.
Com base nas dezenas de milhares de contactos que possuo, um pouco por todo o mundo, iniciei uma "rodada" de convites a países da esfera lusófona, CPLP – Comunidade de Países de Língua Portuguesa e abrangidos por via da pertença comum a comunidades económicas e monetárias regionais, a que juntei Macau (Região Administrativa Especial da China), que integra a diáspora portuguesa, para que criassem um escritório de representação permanente, aqui em Santa Catarina, que possui um alto desenvolvimento industrial, de modo a trabalharem mais de perto a conquista da confiança dos empresários locais. Ainda outro argumento para a criação de "feitorias" aqui no Estado de Santa Catarina é que se trata de uma região que produz tudo, ou quase tudo, o que aqueles países importam e, por isso, ser-lhes-ia possível adquirir, em melhores condições, e gerir o processo de logística até entrega no próprio país com maior controle das actividades o que, certamente, traria vantagens tornando o preço final do produto exportado mais baixo.
Porque conheço a maioria daqueles países percebo que o estabelecimento de empresas no exterior com os objectivos definidos acima só seria possível por iniciativa de um grande empresário ou com o apoio do governo ou dos bancos locais.
Por um motivo ou outro ainda não foi possível trazer empresários de nenhum daqueles países, apesar das muitas manifestações de interesse – alguns só querem saber de que se trata possívelmente na esperança de obterem alguma "doação" aos quais digo sempre "não há almoços grátis" –, todos querem atrair investimento, todos estão disponíveis para integrar parcerias que lhes levem tecnologia, equipamento, RRHH's qualificados,.... mas ninguém se mostrou, até agora, para investir nesses objectivos.
Em contrapartida, os empresários locais com que tenho conversado com o objectivo de internacionalizar empresas via mercados CPLP – Comunidade de Países de Língua Portuguesa, querem exportar mais mas não querem investir na abertura ou expansão de mercados exteriores. O modelo adoptado, mais comum, é a abordagem a partir dos escritórios/fábricas via internet ou telefone oferecendo o produto. Os empresários catarinenses ainda não perceberam que os exportadores têm de ter acções mais agressivas, têm de ir "porta-a-porta" apresentar os seus produtos e negociar as condições de venda, como fazem por exemplo os chineses e, por isso, têm conquistado os mercados africanos e outros. Há algumas semanas foi apresentada na Associação Comercial de Joinville uma empresa de Taiwan instalada no Brasil cujo objectivo é incrementar relações com empresários vendendo os seus produtos, assim é trabalhar o mercado a partir de dentro dele próprio e não a milhares de kms de distância. Sair da zona de conforto, do escritório, sujeitar-se a levar vacinas para precaver situações desconhecidas, viajar milhares de kms, andar pelos aeroportos, com horários irregulares, pernoitar pelos hotéis, carregando malas, fazer reuniões no território do "adversário", muitas vezes tomando um "chá de cadeira", não é fácil mas produz mais resultados.
E assim se mantém um valor, quase residual, nas exportações para países que, no seu conjunto constituem um grande e acessível mercado, uns, os de lá, não precisam porque têm quem lá vá oferecer produtos e facilidades na venda, ou não podem, por falta de recursos, vir ao mercado, outros, os de cá, não querem, certamente por desconhecerem o potencial mercado, investir na abordagem consistente daqueles mercados.
O Estado de Santa Catarina, através das suas estruturas competentes, vai fazendo algum trabalho no exterior mas sempre condicionado por parâmetros sociais e económicos trabalhando principalmente a agro-pecuária segmento em que o estado é forte.
Para terminar vale a pena, com a devida vénia, transcrever alguns trechos de um texto enviado por um amigo, influente político e experiente empresário africano, por ocasião da nossa permanente troca de correspondência visando aproximar os mercados:
",,,,,,,,,,O nosso mercado e principalmente o da sub-região pode representar uma oportunidade única para os produtos Made in Brasil (made in Santa Catarina se quiser) e nesse sentido a Guine-Bissau podera ser vosso trampolim. Para isso o ideal seria uma estrutura no Brasil afim de de introduzir a Guine-Bissau e a sua sub-região aos empresários locais........
Consequentemente, a minha opinião e que a iniciativa deve ser vossa porque comparado ao nosso pais o Brasil e um gigante. Alias comparado a maioria dos países do mundo vosso pais seria um colosso. Para isso em vez de pensar introduzir a Guine-Bissau aos empresários do vosso Estado, porque nao introduzir o Estado de Santa Catarina ao meu pais e a nossa sub-região. O vosso ex-presidente Lula fez precisamente isso em introduzir o Brasil a África com um certo sucesso independente do que se pode pensar em termos ideológicos.
Portanto resumindo o meu ponto vista, estou convencido de que com uma política agressiva de abordagem ao nosso mercado e o da sub-região e com a qualidade reconhecida dos vossos produtos em termos qualidade/preço terão todos os trunfos na mao para uma epopeia de sucesso e se para isso precisarem da minha contribuição, já sabem...."
Por: Carlos Varela Luc