OKR: o que é a metodologia Objectives and Key Results?

Muito provavelmente você já tenha ouvido ou lido sobre OKR mas ainda não sabe o que seja ou, talvez, tenha ouvido falar que se trata de uma ferramenta de planejamento de indicadores que foi utilizada pela gigante Google - e mais centenas de grandes nomes mundo afora, inclusive aqui no Brasil - que fez com que, ao longo dos últimos 20 anos, a companhia se tornasse a gigante que é hoje, de maneira sólida e crescimento rápido e contínuo.

Pois bem, vamos explicar neste artigo, de maneira rápida e sucinta, o que é OKR.

OKR é um acrônimo em inglês cujo significado é Objectives and Key Results, ou em bom português, Objetivos e Resultados Chave.

Apenas para passar uma visão rápida de como tudo começou, vamos deixar registrado aqui que em 1975, um funcionário da Intel chamado John Doerr participou de uma aula sobre OKR ministrada por Andrew Grove a quem se atribui o título de "Pai dos OKRs". Nessa época, Grove ainda utilizava uma metodologia própria para gerenciamento de objetivos da Intel (iMBO), que posteriormente foi adaptada com respeito ao modelo original e nasceu então, o OKR.

Essa metodologia por ser utilizada para elaboração e monitoramento de metas pessoais, PME's e organizações de grande porte. Porém é crucial entender que não trata apenas da adoção de uma metodologia, de uma ferramenta, mas sim, de uma transformação na cultura da empresa, em um esforço para que haja engajamento por todos e acima de tudo, que o processo ocorra com total transparência.

A Composição dos OKR's

Um OKR é composto por um OBJETIVO - que deve ser claramente definido seguindo orientações específicas para que se obtenha sucesso e que esteja vinculado ao planejamento estratégico da companhia - e de 3 a 5 RESULTADOS CHAVE - que são as medidas específicas, ou métricas, para que se permita monitorar a execução desse objetivo.

Os OBJETIVOS devem ser qualitativos e memoráveis. Eles são algo que você, sua equipe ou sua organização pretende alcançar, A recomendação é que não exista números na descrição do objetivo, que seja apenas um texto descritivo e ousado, pois isso gera confusão com os resultados chave (vai ficar mais claro no exemplo).

De maneira simples e direta, o OBJETIVO nos diz "para onde queremos ir?".

Os RESULTADOS CHAVES são as métricas pelas quais a organização e as equipes, irão acompanhar o progresso em direção ao objetivo. Estes por sua vez, devem ser quantitativos e mensuráveis para que não deixe dúvidas.

E o caso dos RESULTADOS CHAVES, nos diz "como saber se estamos chegando lá?".

É recomendado que o número de resultados chave fique entre 3 e 5, visando garantir a agilidade e evitar gargalo. Mais que 5 resultados chave certamente irá afetar o cronograma e gerar problemas na entrega. Menos que 3, pode deixar a equipe ociosa, sem a velocidade e comprometimento esperado. O mesmo vale para os objetivos.

Graduação do OKR

De modo bem simplificado, os OKRs são de dois tipos:

• moonshoot: literalmente seria "tiro na lua". É quando a meta é muito ambiciosa forçando a todos mirar mais alto. Neste caso, costuma considerar que atingir 70% da meta estabelecida, é tido como sucesso.
• roofshot: usando a tradução literal também para este, teríamos algo como "tiro no telhado". São as metas menos ambiciosas, factíveis de serem alcançadas e assim sendo, espera-se que o resultado ao final do ciclo, seja de 100%.

Mensuração

Importante observar que no processo de mensuração dos Key Results, devemos usar uma das quatro formas recomendadas para que fique claro e indubitável para quem estiver colaborando, e os tipos de variáveis que utilizamos são:

• Monetário: para representar valores na moeda de interesse (pode ser a moeda local ou a moeda estrangeira utilizada como padrão para um projeto..
• exemplo: aumentar o faturamento em R$ 1.000.000,00.
• Percentual: para representar percentualmente o valor de alteração para maior ou menor de um índice.
• exemplo: reduzir em 15% o índice de inadimplência.
• Numérico: representação de números quantitativos quaisquer.
• exemplo: realizar 4 workshops ao ano.
• Binário: Sim ou Não são as respostas possíveis nessa situação.
• exemplo: entrega do projeto concluída (neste caso, ou sim, está concluída ou não, não está concluída).

Periodicidade do Planejamento

A periodicidade, também é conhecida por cadência do OKR. Por padrão, e para garantir a agilidade, a checagem dos OKRs, ao ser planejados, devem ser criado um cronograma de revisão e um período curto de validade. Diferente do planejamento estratégico que normalmente é feito para um período de 3 a 5 anos, o planejamento dos OKRs são feitos para 1 ano, com divisão de 3 meses (trimestre) para cada revisão e com possibilidade de revisões menores, como semanais ou quinzenais, para evitar surpresas somente no momento da revisão trimestral.

Isso não é uma regra rígida, mas uma boa prática. Há casos de organizações que o período de 3 meses para revisões é impraticável por conta de modelo de negócios. Neste caso, deve ser analisado um período que não impossibilite uma boa implementação e o sucesso dos OKRs.

Elaborando OKR's

Para criar um OKR, basicamente se usa uma fórmula que facilita estabelecer metas. É algo simples como toda a metodologia OKR é. Basta que complete os espaços na frase abaixo:

EU VOU ____(Objectives)_______

MEDIDO POR ___(Key Results)__.

Vamos ver então como seria a escrita de um OKR de exemplo para trabalhar a equipe comercial de modo que possa aumentar extraordinariamente as vendas para o período do planejamento.

EU VOU aumentar extraordinariamente o potencial de vendas da equipe comercial MEDIDO POR _Aumentar de 01 para 02 cursos por mês, específicos da área de vendas, por cada vendedor, Realizar 04 workshops anuais para nivelamento da equipe e Realizar 06 benchmarkings com empresas concorrentes por trimestres.

Na transcrição desse objetivo e seus resultados chaves para um modelo padronizado, teríamos:

Objetivo #1: aumentar extraordinariamente o potencial de vendas da equipe comercial.

• KR #1: aumentar de 01 para 02 cursos por mês, específicos da área de vendas, por cada vendedor;
• KR #2: realizar 04 workshops anuais para nivelamento da equipe;
• KR #3: realizar 06 benchmarkings com empresas concorrentes por trimestres.

Vamos relembrar que para uma boa administração dos OKRs, como dito acima, é bom que não seja criado mais que 05 objetivos e 05 resultados chaves por cada objetivo.

Outro fator, que iremos ver em um próximo artigo mais detalhado, sobre como implementar OKRs, vamos falar sobre o desdobramento de OKRs, que traz o complemento do benefício dessa metodologia fazendo com que os OKRs cheguem em todos os níveis da organização.

Para que servem? Porque devo me importar?

Apesar de ter dito no inicio do artigo que OKR serve para uso pessoal, para empresas pequenas e médias e até grandes organizações, por interesse e foco deste blog, buscaremos sempre olhar para o nicho de PMEs (Pequenas e Médias Empresas).

Assim sendo, olhando para este nicho, considerando a questão crônica motivada por diversos fatores que levam as PMEs a uma falta de gestão estratégica e, consequentemente a falência como próximo estágio - segundo dados do SEBRAE - entendemos que essa metodologia pode vir a calhar e ajudar com muita força principalmente a estas empresas.

Uma vez compreendida e implementada, é preciso que exista o comprometimento por parte da organização no monitoramento e acompanhamento do processo. Desta forma é possível atingir os objetivos de modo concreto, com ajustes de métricas em tempo hábil, colaborando para o crescimento sustentável da organização. Porém para isso, é necessário:

• que os colaboradores conheçam o objetivo principal da organização e não apenas o seu "trecho" do ORK;
• que eles saibam responder qual o seu papel e o que estão fazendo para ajudar para que os objetivos sejam atingidos.

As PMEs devem tirar proveito dessa metodologia que permite que a organização trabalhe sob o paradigma da agilidade, e isso é algo que vem sendo implementado de modo sem volta principalmente se considerarmos a necessidade da agilidade em tempos de crise.

Com metodologia ágil, os processos ocorrem em ciclos curtos, obtendo respostas e ajustes mais rápidos as mudanças necessárias.

Quem usa OKR.

Veja alguns exemplos de empresas que estão usando o potencial dos OKR's e como estão conseguindo com seus resultados, dar destaque a essa metodologia.

Veja por exemplo, no link a seguir, o processo de implantação no Nubank.

Resumo

Acredito que este seja um momento propício para entender sobre OKR. Estamos vivendo um momento de máxima aplicação do ORK nas empresas que estão buscando um rápido reposicionamento no mercado.

Creio que isso deve ser algo de interesse principalmente para os Pequenos e Médios Empresários que podem se beneficiar bastante dessa metodologia que, apesar de exigir um aculturamento na organização, permitirá uma agilidade no planejamento das novas metas e na revisão de metas já estabelecidas antes deste momento de crise causado pela Covid-19, auxiliando de maneira incontestavelmente positiva.

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Agradeço por sua leitura, na expectativa de que este texto, possa te inspirar ou te ajudar de alguma maneira em sua vida profissional.

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Este artigo foi publicado originalmente em www.claudioeden.com

Cláudio Éden é por perfil (DISC), apaixonado por Planejamento e Processos, porém por formação acadêmica, Gestor de TI e Analista de Desenvolvimento de Sistemas, com especialização em Gestão de Projetos. 

Espero com este texto estar colaborando para que você possa alcançar resultados extraordinários em sua vida.

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