"Olhar fora da caixa - Os novos modelos disruptivos
Construindo o Futuro
“Olhar fora da caixa – Os Novos modelos disruptivos”
O que dificulta a previsão do futuro não é o fato de o futuro ser inerentemente insondável, mas sim o fato de que as forças que conspiram para produzir o futuro muitas vezes estão fora da esfera de ação da alta gerência.
Para criar o futuro em seu setor, os executivos devem escapar das ortodoxias tímidas, desafiar os pressupostos estabelecidos e ter a coragem de sonhar com alvos ambiciosos. Normalmente projetistas e engenheiros são convidados a "reduzir custos" no conceito do produto atual, mas raramente são induzidos a reconceber o produto, em busca de resultados revolucionários. Buscando resposta para perguntas como "Por que isso não pode ser feito diferente?" foi que a Canon desafiou a hegemonia da Xérox, com copiadoras pessoais a preços infinitamente inferiores; ou que a Swatch devolveu à Suíça a liderança perdida para os concorrentes japoneses, como Seiko e Citizen, produzindo relógios a baixo custo, porém associado a um alto apelo emocional para os europeus, com estilo, elegância e “savoir faire”, coisas que os concorrentes asiáticos não poderiam copiar. Para produzir um relógio elegante e vendê-lo a um preço médio de US$ 40, seria necessário introduzir inovações fundamentais no projeto, produção e distribuição.
Planejadores de cenários apoiam-se em informações do passado para projetar o futuro. As grandes descobertas nasceram de visões, de sonhos, de desejos não atendidos, mostrando que a criação do futuro vem da observação inocente e sem freios e de olhos bem abertos, movidos pela curiosidade. A previsão exige uma curiosidade que seja ao mesmo tempo profunda e sem limites.
Há a necessidade de comprometer a alta gerência na busca de respostas a perguntas tais como: De que forma essa tendência poderá influir sobre nossos clientes atuais? Como isso influenciaria nossos resultados? Qual a dinâmica dessa tendência? Quem está se movendo para explorá-la? Estamos preparados para conduzi-la, ou seremos apenas expectadores? Que novas oportunidades de produtos e serviços ela pode criar? Podemos influenciar sua direção e velocidade?
A alta gerência precisa admitir que o que mais conhece é o seu passado. Precisa estar disposta a ouvir as vozes menos convencionais, menos "experientes" e que levantam questões para as quais não existem respostas prontas. Ser paciente e não tomar decisões imediatas. Reconhecer que desenvolver uma previsão sobre o futuro envolve tanto descobrir como decidir.
Ver o futuro primeiro pode ser mais uma questão de ter uma lente grande-angular do que uma bola de cristal.
Autor: Marcos Sardas, sócio-diretor da EXXE CONSULTORIA EMPRESARIAL