Onde investir em 2022?

Todos os anos o mercado é inundado por opiniões, artigos, vídeos e todo tipo de material tentando prever essa resposta dada ao título desse artigo, e sem dúvida não é fácil e ao mesmo tempo muitas previsões dadas nesse momento serão completamente revistas logo nos primeiros meses do ano.

Sim, a economia é assim! Ela tem diversas variáveis que conseguimos prever, enquanto muitas outras não conseguimos ter a menor ideia de como se comportarão, e por isso precisamos pensar muito mais na construção de uma carteira diversificada e de longo prazo do que necessariamente tentar acertar precisamente os rumos de nossa economia e da bolsa.

Mas antes de falarmos sobre como montar a sua carteira de investimentos para esse ano, devemos sim falar de alguns fatores que devem entrar no seu radar.

Eleições Presidenciais: Muito cedo ainda para cravarmos quem será o candidato a vencer as eleições, mas sabemos que a polarização dessas eleições tende a ser maiores do que as anteriores, e o impacto desse cenário gera incertezas, pois para que um candidato ganhe a dianteira frente a outro muitas atitudes podem ser tomadas, e o mercado tenta precificar cada uma delas, tanto para cima, quanto para baixo. Se a bolsa irá subir ou não, não conseguimos prever, mas que a volatilidade do ano será intensa, isso é um fato, portanto cuidado com uma carteira extremamente agressiva com grande percentual dela no mercado de renda variável.

Teto de Gastos: Além de todas as vertentes eleitorais que temos pelo caminho, o país sofreu muito com a pandemia, o que fez com que nosso teto de gastos tenha sido forçado demais, e isso cria um grande problema, pois de um lado temos as contas públicas que quando afetadas passam a ter um impacto negativo em nossa credibilidade como país, o que afugenta dólares e investimentos, e somado a isso temos um ano eleitoral pela frente em que todos os políticos necessitam de capital para investirem em suas cidades e estados para que consigam ter maiores chances de ser eleitos/reeleitos, e essa conta não é simples, pois não há de onde tirar recursos sem aumentar impostos, ou furar alguma regra de austeridade fiscal que temos. Sendo assim, sobre esse ponto temos um imenso risco de vermos nosso câmbio mais desvalorizado, além claro de visualizarmos diversos impactos em todos os setores de nossa nação devido a instabilidade fiscal.

Inflação: Como vimos no ano de 2021 a nossa inflação, assim como a inflação de diversos países dispararam, em partes pelos efeitos naturais da economia, em partes pela má gestão natural de nossos políticos e em grande parte oriundas dos efeitos da pandemia global. Bem, o fato é que falando de Brasil, vimos novamente nosso IPCA (Principal índice de inflação de nossa nação) ultrapassando a barreira dos 10% ao ano, o que naturalmente impactou na decisão do banco central do Brasil para subir a Taxa Selic (Nossa taxa de juros), a fim de controlar o custo do dinheiro, encarecendo-o, o que por fim é esperado um impacto na inflação para que a mesma desacelere. Porém, por mais que algumas casas estimam que a inflação deve cair para 2022, onde o próprio Bacen estima algo em torno de 5,4% ao ano, é muito cedo para visualizarmos tais efeitos de queda, e por isso pensando nos fatores expostos acima, não devemos ter como premissa a confiança de que a inflação cederá tanto.

USA: Assim como no Brasil e diversos outros países, a inflação americana também vem alta, e o efeito caso ela não ceda é da subida dos Juros, e pensando que a Covid19 devido a falta de vacinação dos americanos parece que está longe de um fim, não podemos esperar que as leis de oferta e demanda se equilibrem, fazendo com que a inflação americana fique menor. Como resultado de uma subida nos Juros americanos vemos muito capital saindo de países emergentes rumando para as terras do Tio Sam, e como efeito imediato sobre nós é a desvalorização de nossa moeda influenciando ainda mais a nossa inflação negativamente visto que muitos produtos e insumos em nossa pátria são dolarizados.

Bem, claro que existem muitos pontos que poderíamos discutir aqui, claro que existem muitos fatores a serem expostos, mas esses 4 itens que separamos para vocês nesse momento sem dúvida devem estar no radar de todos, pois os impactos deles podem e devem ser imensos sobre nosso capital e nossa estratégia.

Por isso, como recomendação de investimentos colocamos a diversificação como base, ou seja, não adianta optar por ter mais produtos de renda fixa ou renda variável e sim uma alocação em todas as classes de produtos que estejam enquadradas nos percentuais do seu perfil de investidor, ou seja, sendo arrojado siga a recomendação, sendo conservador siga a recomendação, alocando assim seu capital de uma forma que você diversifique mas respeite seu perfil. Agora não é hora de inventar moda! Trabalhe a mudança de perfil em períodos de baixa volatilidade.

Segundo ponto, não deixe de ter bolsa! Por mais que teremos muita volatilidade muitas empresas listadas em nossa bolsa estão baratas e podem no longo prazo serem oportunidades de uma vida, e por isso aloque parte dos seus recursos respeitando seu limite de alocação nessa classe de ativos.

Terceiro, tenha inflação. Como sempre em nosso país a inflação é um fantasma perigoso, e optar por não alocar parte de seus investimentos em produtos conectados a inflação pode ser um erro. Esses produtos devem seguir como mentalidade principal a preservação de seu poder de compra, ou seja, não se preocupe em ganhar e sim em manter seu patrimônio. E num ano de muita volatilidade, com expectativas de uma economia bagunçada, a inflação tende a seguir essa mesma linha, e estar fora disso pode interferir demais em seu futuro.

E por fim, tenha uma reserva de oportunidades. Como em todos os ambientes de alta volatilidade, temos diversas oportunidades colocadas a mesa, e quem tem dinheiro sobrando as aproveita. Por isso, deixe pelo menos 20% de seu capital disponível para que você aproveite a volatilidade que o mercado apresentará para que sejam feitas boas compras, e essa estratégia tenderá a gerar mais e melhores frutos do que quaisquer outras.

Tentamos criar um artigo curto, prático e ao mesmo tempo direto, mas naturalmente que ter uma pessoa especializada ao seu lado para ajudá-lo a atravessar esse momento tão turbulento que teremos a frente em 2022 será de grande valia, e por isso conte com o time de assessores de investimentos da RV4 Investimentos. Podemos te ajudar nesse ano, assim como ajudamos mais de 2.000 clientes espalhados pelo Brasil e diversos outros países ao longo desses anos.