ONSHORE: RICO CHÃO DE OPORTUNIDADES
Seguindo o propósito do “Até o Último Barril”, o tema de estreia não poderia ser outro do que nossa riqueza notável, o ONSHORE brasileiro.
Historicamente, as terras brasileiras têm sido fonte de sustento para os que aqui vivem, desde antes da colonização até o século XXI. Como exemplo temos agricultura, pecuária e mineração sendo algumas das principais bases da economia do nosso país.
Paralelo a isso, em 1939 o primeiro poço de petróleo no Brasil foi perfurado, na região de Salvador, marcando o início de uma grande trajetória de exploração e produção de petróleo em terras brasileiras.. Até que em 1968, os olhos (leia-se investimentos) começaram a se voltar para o mar, com a descoberta de petróleo no primeiro poço offshore do Brasil, em Sergipe.
Em 2000, o volume de reservas provadas do Brasil em mar já era, aproximadamente, 9 vezes maior que em terra. O que aos poucos, incentivou a redução de investimentos na exploração e desenvolvimento de descobertas onshore, resultando num aumento de apenas 7,45% no volume de reservar provada entre os anos de 2000 e 2009, enquanto que no offshore o aumento foi de 48%.
Nosso objetivo não é estimular a rivalidade offshore x onshore, mas evidenciar que uma riqueza não substitui (ou exclui) a outra, e que está na hora trabalharmos para que o onshore brasileiro possa brilhar novamente e voltarmos a ter orgulho do que nossa terra pode nos proporcionar.
Nesse contexto, nasceu o REATE 2020,
“que busca avançar no desenvolvimento e implantação de uma política nacional que fortaleça a atividade de exploração e produção de petróleo e gás natural em áreas terrestres no Brasil”.
Espera-se que em uma década, a produção onshore brasileira dobre, chegando a 500 mil barris diários de óleo equivalente.
Como um exemplo de sucesso, temos a atuação da Petroreconcavo na Bahia desde fevereiro de 2000, especializada no desenvolvimento e revitalização de campos maduros e marginas em bacias terrestres. Em duas décadas, já produziu mais de três vezes o volume de reservas inicialmente certificado e ainda existem mais de 13 milhões de barris de óleo equivalente em reservas provadas.
No final de 2019, através de sua subsidiária Potiguar E&P, a Petroreconcavo iniciou suas operações no estado do Rio Grande do Norte, quando foi concluída a primeira transação decorrente do Projeto Topázio, programa de desinvestimento em ativos em terra iniciado pela Petrobras em 2016. Um exemplo claro de que a pluralidade de operadores tem precioso valor.
Outro exemplo de destaque, é a Petro+ fundada e liderada por Luna Viana, jovem profissional que antes dos 30 anos montou seu case, conseguiu investidores e em outubro de 2017, adquiriu na quarta rodada de acumulações marginais a concessão para exploração de um campo, na bacia do Espírito Santo, com um poço. Fruto de um trabalho inovador e contando com as melhorias regulatórias recentes, em 2019, em parceria com a Eagle, assinou os contratos de concessão de outros quatro campos ampliando sua atuação para os estados da Bahia e Rio Grande do Norte.
Em terceiro lugar, temos a atuação de Márcio Félix, profissional experiente de carreira renomada na Petrobras e no Ministério de Minas e Energia, com o lançamento de mais um projeto inovador, a EnP Energy Platform. Com o objetivo de atuar na concepção, no desenvolvimento e na operação de projetos integrados, formando ecossistemas energéticos regionais. Em poucos dias de vida, já se inscreveram no leilão de oferta permanente e farão parte de um projeto para viabilizar uma refinaria e uma fábrica de lubrificantes e asfalto no Espírito Santo, com a Oil Group.
Ótimos exemplos, certo? Mas seria essa uma jornada fácil?
Sendo brasileiros, sabemos de toda burocracia, tempo de processamento, custos e “perrengues” que temos que passar caso queiramos empreender. Se as majors, que possuem capital, acesso a financiamentos a juros mais baixos, entre outras facilidades... já sofrem. Podemos imaginar a situação para as pequenas independentes, que precisam "receber o de hoje para pagar o de amanhã". Isso mostra que além de conhecimento técnico, os caminhos que estão se abrindo procuram jovens que apresentem valores como empreendedorismo, resiliência e persistência apesar das incertezas. E que além disso tragam consigo suas habilidades intrínsecas da era digital.
Mas como nós jovens, podemos nos inserir no processo? Precisamos esperar os estágios de fim de curso? Ou quem sabe, sermos aprovados em um processo de trainee? Com os problemas já mapeados, como podemos fazer parte da solução?
Sabemos que existe um grande interesse por parte dos estudantes e capítulos estudantis em participarem de projetos reais, que permitam colocar em prática toda teoria aprendida ao longo da graduação.
Assim como, pequenas operadoras independentes podem vir a agilizar seus processos e resolver seus gargalos sem agregar significantes custos. Adicionalmente, fomentando o desenvolvimento de tantos jovens profissionais que atualmente não enxergam espaço nesse mercado de trabalho, menos ainda, onshore.
Não está na hora de unirmos forças e trazermos toda agilidade que nós jovens sabemos ter? Temos muito a agregar e com certeza, muitos mentores para nos guiar.
Vamos juntos Até o Último Barril!
Engenharia Química | Engenharia de Processos | Óleo & Gás | Energia | Qualidade | Relações Institucionais
3 aTexto incrível! Parabéns 👏🏼
Muito bem colocado, Homayara Tavares! A riqueza que temos para explorar em terra é grande visto ao que os grandes produtores imaginam!
Gerente de Operações Comerciais de Óleo e Gás na PetroReconcavo
4 aParabéns pelo artigo e iniciativa, Homayra Tavares ! Muito interessante.
Coordenador da Engenharia de Reservatórios na Potiguar E&P SA
4 aParabéns, Homayra! Excelente artigo!!