Opinando sobre Panamá Papers
Como se não houvesse corrupção demais no noticiário brasileiro…
Foram divulgados na internet pelo ICIJ (International Consortium of Investigative Journalists) um volume enorme de documentos ligados à corrupção mundial em que como já era de se esperar o Brasil tem boa representatividade.
Os documentos, num total de 11,5 milhões, têm como origem o escritório panamenho de advocacia Mossak Fonseca e vazaram por uma fonte anônima para a imprensa.
Segundo informações divulgadas na imprensa brasileira e também no próprio site do ICIJ, 107 empresas offshore constante nos documentos, ligam diretamente 57 pessoas envolvidas no esquema de corrupção originado na Petrobras.
Mas a lista não para por aí.
Temos pessoas importantes de todo o mundo. Os documentos relacionam desde o Presidente da Rússia Vladimir Putin até o atacante do Barcelona Lionel Messi.
A notícia pode ser nova, mas a prática é bem velha. Vendo a lista de bancos envolvidos, não causa surpresa ver nomes como HSBC, UBS e ROTHSCHILD.
É verdade que a lista não incrimina ninguém diretamente, afinal abrir empresas offshore é lícito. O que não é lícito é ocultar a abertura e a participação nesse tipo de empresa. Muito menos ocultar rendimentos e remessas de dinheiro com origem não declarada e incompatível com patrimônio.
Apesar das revelações, fica difícil conter o ceticismo. Como me disse uma vez um Tio Alemão que hoje reside nos EUA e que passa grande parte do seu tempo estudando e lendo:
“ Não se importe com a corrupção, pois é ela que move o mundo e não há nada que se possa fazer sobre isso. ”
Triste constatação da realidade!
Sigo otimista com a conduta moral inabalada, ainda acreditando que no fim a honestidade é que realmente compensa.
Veremos no longo prazo e espero que no logo prazo todos estejamos vivos!
Publicado originalmente em: Geekonomics