A OPORTUNIDADE PERDIDA PELA HIERARQUIA IGREJA

A OPORTUNIDADE PERDIDA PELA HIERARQUIA IGREJA

Em vez de abraçar a espiritualidade do silêncio sepulcral, a da paixão, a da experiência do abandono na cruz, e a do vazio deixado pela poeira da morte, a Igreja sucumbiu aos interesses e preocupações do mercado. Banalizou sacramentos, fez deles encontros mágicos, em diretos egocêntricos e patéticos, saindo à rua, como loucos de um manicómio, com andores e cruzes sobre carros e vozes de altifalante das feiras de aldeia.

Podendo ter escapado de facto à tentação, à paranóia dos que, da artes, do desporto, dos talk-shows, dos stand-up comedies, e conversas da treta, se deram por cruzada, pandemizar-live, e a cada instante, os cantos de toda a casa, com seus ridículos show-off, estruturas da igreja e o seu clero fizeram-se próximas com poções mágicas, porque acreditaram ser importante, também para eles, que os seus fieis não perdessem obrigações que levam ao céu, velhos hábitos, e que os milagres da cura e bem-estar pudessem acontecer.

O não recomeço também se coloca à Igreja. E esta é a oportunidade que pode também já ter perdido, ao dar a cruz a beijar em tempo de crise sanitária.

Silencio, justiça e compaixão por quem está só, por quem tem fome, por quem perdeu o emprego, por quem perdeu familiares e amigos, é a oportunidade que a Igreja não pode de todo perder, bem para lá dos rituais e palcos cénicos. E são os últimos dos últimos do “Povo de Deus” que o fazem, sem diretos e off-streaming.

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