Oportunidade x Escolha
Muita coisa na vida a gente não tem escolha. A família em que você nasce, a cor dos olhos, a cor da pele, seus genes. Em nossos primeiros anos de vida temos mais oportunidades do que escolhas. A depender da família que nascemos, temos a oportunidade de uma formação melhor, uma boa escola. Se os pais têm uma renda mais alta, os filhos terão acesso à educação de qualidade. Aulas de inglês, um laboratório, computadores. Certamente, vemos estes resultados nas faculdades por aí, que infelizmente estão cheios de alunos cujos pais pagaram a vida toda uma escola particular.
Podemos chamar de destino também, a oportunidade de carinho e amor. Uma casa com estes ingredientes, pelo menos no início da vida, é uma dádiva sem opção de escolha. Simplesmente a gente chega nesse mundo dentro desse ambiente emocionalmente fortalecido.
Com o passar dos anos, aqueles que não nasceram em lares tão abastados, podem ter a oportunidade de melhores escolhas a depender de sua própria escolha. Se seus pais não puderam pagar uma escola boa, é uma escolha própria estudar, se dedicar, e poder entrar no mercado de trabalho e concorrer com tantos que tiveram oportunidades melhores. E claro, terá muitos momentos na vida em que precisará agarrar a oportunidade. Às vezes é aquele primeiro emprego para o qual foi indicado por um amigo ou mesmo familiar. É escolher prestar vestibular para um curso menos concorrido, pois sabe, e precisa ser realista, que mesmo se esforçando, uma faculdade de medicina é bem longe do alcance. Então, escolhe o curso que oportuniza passar. É se candidatar pra vaga que abriu na firma, mesmo não sendo sua área de atuação, pois sabe que é uma boa oportunidade. Se sujeitar fazer coisas que não gosta muito, “engolir muitos sapos”, tolerar muito preconceito, e enfrentar enormes desafios, para, ao final do mês, ter o quinhão para pagar seu teto. É ver passar o cavalo encilhado e subir nele. Não deixar passar nada que aconteça, e apareça, que demonstre ser melhor do que o que já tinha antes. O famoso “não tem tu, vai tu mesmo”.
Agora, se a família não acolheu a criança com amor, aí sim teremos muita sorte envolvida, pode ser uma escolha amar o próximo e ser uma pessoa melhor que seus pais. Longe de mim querer aqui discutir sobre as feridas que ficam numa criança com um lar instável, ou mesmo sem lar. Não poderia descrever quão o destino foi cruel.
Mas, essa mesma pessoa pode escolher ser diferente. Ela poder dizer não ao que lhe faz mal. Pode enfrentar um ambiente hostil e escolher sair dele. É ter forças para lutar pelo que se deseja, lutar contra a injustiça, amar a si próprio e escolher ser amado. Ou seja, se fizer a escolha certa, se escolher a si mesmo, terá como criar as suas próprias oportunidades, para no futuro, poder escolher ser feliz no vestibular da vida.