Orientador sistêmico...o que é isso?

Eu trabalho com famílias. Sim, eu sei que isso é amplo demais já que jardineiros, babás e cozinheiros também trabalham com famílias, rss, por isso meu objetivo neste artigo é explicar a você, querido(a) leitor(a), sobre como o meu trabalho possibilita relações familiares cada vez mais sadias. Vem comigo! Há mais de dez anos participando de grupos de terapia familiar pude observar os mais variados conflitos entre pais e filhos, entre casais, entre irmãos, etc. Apoiada no estudo e prática do trabalho do psicoterapeuta alemão Bert Hellinger (constelações familiares), vivenciei histórias jamais imaginadas por mim desde a infância (e não pense você que minha vida sempre foi "das mais leves", rss). Abuso sexual do tio com a sobrinha, assassinato da esposa pelo marido, pais e filhos que não conversam há décadas, quebras financeiras que atravessam gerações, tragédias e acidentes que parecem nunca ter fim; todos estes contextos assombram descendentes, e mesmo querendo fazer diferente de nossos ancestrais, inclusive lutando para fazer diferente de nosso pai ou nossa mãe, por vezes nos vemos emaranhados, presos as repetições do passado, fazendo igual aos nossos ancestrais, e na maioria das vezes agindo de forma nociva a nós mesmo, impedindo que desfrutemos de uma vida boa. E para que repetimos o passado? Segundo Bert, tudo o que não foi resolvido pelos nossos antepassados retorna ao presente, até que um descendente tenha a chance de olhar para isso e busque uma forma de incluir o que estava excluído, ordenar o que estava fora de ordem e equilibrar o que não foi compensado. Incluir, ordenar e equilibrar fazem parte das chamadas "Ordens do Amor", que são os três princípios sistêmicos observados por Bert e que regem os relacionamentos familiares (humanos). São elas: pertencimento (aquilo que dá um lugar, inclui, algo/alguém), ordem (o que chegou antes tem precedência ao que chegou depois) e equilíbrio entre o dar e o tomar (a troca que fortalece os vínculos). As Ordens do Amor são leis naturais, como a lei da gravidade, e como toda lei natural, ela provoca efeitos naqueles que as desobedecem. Por exemplo: sabemos hoje que se desrespeitamos a lei da gravidade (pulando de um penhasco de mais de 100 metros de altura sem qualquer proteção) o efeito provocado em nós é a morte. Assim também funciona com as Ordens do Amor, se as desrespeitamos, sofremos seus efeitos. Como? De várias formas, mas uma delas é apresentando conflitos de relacionamentos com nossos familiares. Meu papel como orientadora sistêmica é cooperar contigo revelando onde está o nó que prende você ao passado, onde está o desrespeito inconsciente das Ordens do Amor, para que então você retorne à sua orientação, à sua vida, caminhando na direção do seu destino e em paz com a sua família (tanto a família de origem como sua família atual). Nos próximos artigos vou escrever mais sobre cada uma das Ordens do Amor e os efeitos que ela provocam quando as desrespeitamos, por isso convido você a me acompanhar cada vez mais de perto, lendo semanalmente os artigos que publicarei aqui na página. Obrigada por chegar aqui e até o próximo artigo! :)

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