OS 3 PILARES DA GESTÃO ESTRATÉGICA DE NEGÓCIOS - Parte I
Vivemos em um mundo empresarial muito dinâmico e, a cada dia, precisamos nos adaptar a acontecimentos imprevisíveis e mudanças estruturais que nos surpreendem, tornando nossos planos obsoletos muito rapidamente.
Cada vez mais, o pensamento estratégico ganha espaço no lugar do planejamento estratégico. E a alta administração precisa, assim como na área de tecnologia e projetos, de uma metodologia ágil para orientar suas tomadas de decisões.
Com base em um material muito bom a que tive acesso há alguns anos, elaborado por Clemente Nóbrega, onde ele descreveu o Princípio da Simetria do Valor Percebido, passei a adotar um mapa mental que venho aprimorando ao longo dos anos, visando facilitar minha atuação como Gestor e Conselheiro de Empresas.
Este mapa indica uma sequência racional de análise que tem me permitido chegar mais rapidamente na causa que precisa ser atacada imediatamente, para resolver problemas iminentes e/ou aproveitar oportunidades que se aproximam.
A este mapa, que está na figura em tela, dei o nome de: Os 3 Pilares da Gestão Estratégica de Negócios.
Com base em minha experiência e observação de resultados, adoto uma sequência de passos para dispor de um método que me dê segurança para orientar minhas decisões.
Observando a figura, você pode ver uma pirâmide. Nela, no topo, está a ESTRATÉGIA. Muito se fala neste termo, mas é comum perceber que as pessoas se perdem ao avaliar como ela, de fato, se materializa nas organizações. Por isso, visando simplificar, eu chamo aqui de ESTRATÉGIA aquilo que a empresa oferece ao mercado em troca de receitas. Ou seja, seus produtos, serviços e soluções.
No meio da pirâmide, temos os PROCESSOS que existem para dar suporte a ESTRATÉGIA. Eles representam a forma como a ESTRATÉGIA é executada na prática.
E na parte inferior temos as PESSOAS que executam os PROCESSOS que, por sua vez, suportam a ESTRATÉGIA.
Essa organização indica que existe uma sequência lógica que nós gestores devemos adotar para examinar as questões relacionadas ao desempenho dos negócios. Todas as vezes que os principais indicadores do negócio apresentarem números insatisfatórios, temos que percorrer uma sequência de perguntas estruturadas, de modo a evitar o pensamento desorganizado e a confusão de ideias na busca por soluções.
Havendo queda de receita ou de lucratividade, perda de market share, insatisfação de clientes ou outras medições objetivas de resultados indesejados, temos que lançar nossos olhos em primeiro lugar para a ESTRATÉGIA. Parece algo simples, mas não é. Alguns gestores atacam imediatamente as PESSOAS. Outros se concentram nos PROCESSOS. Mas são poucos os que, primeiro, visitam a ESTRATÉGIA. E é exatamente por isso que muitas empresas se arrastam por longo tempo em busca da solução de problemas. Se lançassem o olhar mais atento para questões relativas à sua ESTRATÉGIA perceberiam defasagens importantes em relação ao mercado, que vão fazendo corroer sua competitividade e seus resultados.
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Voltando a figura, você vê ao lado de cada pilar os rótulos MAPEAR e PLANEJAR.
Quando falamos de ESTRATÉGIA, é vital dispor de informações qualificadas que nos permitam manter um mapeamento atualizado das questões relativas a como o mercado está resolvendo os PROBLEMAS DOS CLIENTES, o quanto a empresa está defasada e onde a indústria esta mal atendida ou desassistida.
Ao lado desse mapeamento, é importante dispor de um plano básico de INOVAÇÕES ESTRUTURADAS. Sim, estruturadas no sentido de que algumas regras de inovação sejam respeitadas para que a criatividade da gestão não leve a empresa a correr riscos desnecessários. Há muito a ser feito para se gerar valor novo aproveitando-se a potência do negócio atual, antes de se examinar áreas desconhecidas. Com essa estruturação dos processos de inovação, é possível ter um plano que norteie a identificação de oportunidades e o direcionamento dos investimentos.
Na área dos PROCESSOS, é fundamental ter em mente que o sucesso de uma ESTRATÉGIA está intimamente ligado à qualidade dos PROCESSOS que a suportam. Na essência, PROCESSOS = CUSTOS. Se os PROCESSOS são bons, os custos são mais baixos. Se os PROCESSOS são ruins, os custos são mais altos. Além disso, é necessário que todos os PROCESSOS necessários para que a ESTRATÉGIA funcione bem sejam mapeados e devidamente modelados, sempre que possível e viável com o máximo incremento de TECNOLOGIA E AUTOMAÇÃO.
A ausência de PROCESSOS previamente pensados e estruturados leva à má execução da ESTRATÉGIA. Há inúmeros casos de insucesso empresarial onde a ESTRATÉGIA era muito boa e oportuna, mas os PROCESSOS foram mal estruturados, levando-se à má execução que custou a derrocada do negócio. Por isso, a modelagem completa dos PROCESSOS é tão importante. E junto com isso é preciso dispor de um sistema cuidadosamente elaborado e detalhado de verificação permanente dos CUSTOS OPERACIONAIS. O olhar constante e refinado nestes itens garantirá à empresa uma execução segura da ESTRATÉGIA com eficiência e eficácia dos PROCESSOS.
Já no quesito PESSOAS, uma vez que os outros dois pilares foram devidamente analisados, cabe à gestão avaliar se possui as pessoas certas no lugar certo. A associação das competências das PESSOAS aos PROCESSOS é tarefa das mais importantes que a alta gestão deve ter grande atenção. Porque assim como PROCESSOS mal estruturados podem levar ao insucesso de ESTRATÉGIAS poderosas, PESSOAS erradas no lugar errado, ou PESSOAS certas no lugar errado, podem comprometer o funcionamento adequado mesmo de PROCESSOS muito bem pensados e alinhados à ESTRATÉGIA do negócio.
Uma vez que tenhamos a segurança de ter as pessoas certas no lugar certo, é imperativo a definição clara das Atribuições e RESPONSABILIDADES de cada profissional, bem como de seus Indicadores-Chave de Performance (KPI) e de suas metas, cujo cumprimento, que se traduz em EFICÁCIA PROFISSIONAL, deve ser objeto de uma cultura empresarial baseada em reconhecimento (monetário e/ou não-monetário) e fator predominante de MOTIVAÇÃO dos indivíduos.
Por isso, deixo sempre um alerta importante para que antes de sacrificar PESSOAS, a gestão olhe com atenção para seus gaps de ESTRATÉGIA e PROCESSOS. Já vi alguns profissionais valorosos serem sacrificados, assim como vi excelentes talentos “demitindo” seus empregadores por um desalinhamento crônico do binômio ESTRATÉGIA-PROCESSOS.
Em um próximo artigo, entrarei em mais detalhes sobre como essa dinâmica analítica deve ser conduzida para a elaboração de um diagnóstico seguro na busca de decisões e ações focadas em resultados rápidos e eficazes.
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Diretor na RCP- Recuperadora de Crédito | Desenvolvimento de Negócios
1 a👍👍👍
Advogado especialista em Recuperação Judicial - Reestruturação de Negócios - Gestão de Passivo. Membro do Colegiado Empresarial para enfrentamento da crise, soerguimento e restruturação de empresas.
1 a👏👏👏