Os Custos da Empresa e as Escolhas feitas pelos Empresários ou Gestores.
Há tempos venho defendendo a tese de que as Estruturas de Custos são diferentes de empresa para e empresa porque a Estrutura de Custos da empresa esta diretamente ligada ao perfil do gestor desta. Como, nenhum gestor é igual a outro, nenhuma empresa tem Estrutura de Custos igual à outra. Vivemos uma época de múltiplas possibilidades e opções onde as escolhas tornam se singulares.
Mas em que isto impacta?
A Estrutura de Custos é a espinha dorsal do sistema financeiro de toda empresa e ela impacta diretamente na competitividade, rentabilidade e na flexibilidade de um negócio.
- Competitividade:
Já se vai há muito tempo, a época onde a demanda era maior do que a oferta e as empresas determinavam os preços dos produtos. Possivelmente, alguns jovens gestores e empresários nem se quer viveu esta época.
O que temos e que não deve mudar tão cedo é a situação de oferta maior do que a demanda e o preço é dado pelo mercado de forma que, a empresa para ter lucros depende de uma estrutura de custos competitiva.
- Rentabilidade:
É impressionante o dinamismo dos mercados atuais. Vemos grandes e tradicionais empresas amargando prejuízos seguidos. Até quando? Ainda que não haja prejuízos, se a empresa apenas trocar moeda, ela será engolida pela engrenagem dinâmica da evolução do mercado cedo ou tarde.
Algumas empresas se empolgam com o crescimento das vendas e share de mercado. O que é perigoso. Se não tiver uma estrutura consistente de rentabilidade é só uma questão de tempo para o negócio enfrentar problemas. Apenas o retorno sobre o investimento (ROI) pode proporcionar às empresas a chance de crescer e perpetuar sua atividade.
- Flexibilidade:
Muitas empresas aprendem pela dor, que é importante estar preparado para os altos e baixos da economia, mais especificamente para os baixos, viver e superar época de crise é possível uma vez que se mantenha a Estrutura de Custo ideal para seu negócio. E como dito no início do texto, não adianta copiar a receita de bolo do vizinho. Cada empresa tem sua dinâmica e sua realidade. É, com o conhecimento profundo desta dinâmica e com as ferramentas e técnicas de gestão adequadas que se pode preparar a empresa para alguns cenários.
Opa! “Alguns” cenários? Sim. A palavra flexibilidade que até então se referia a capacidade da empresa de suportar os cenários de: baixa nos negócios, estabilidade nos negócios e alta dos negócios. Agora atinge uma nova dimensão ao considerar um novo e quarto cenário; “a mudança total do negócio”, como os fenômenos que temos visto com Uber, Airbnb, Impressoras 3D, etc.
Felizmente, este tipo de mudança não vai ocorrer em todos os negócios. Entretanto, não sabemos em quais negócios ela vai ocorrer. Pode ser o seu.
Em torno de tudo isto esta ainda o fato de que existe outra mudança significativa entre os dias atuais e algumas décadas atrás. Falando de processos, naquela época se conheciam poucas formas de fazer as coisas e bastava ser eficiente para se diferenciar dos concorrentes. Hoje existe uma variação muito grande de formas “processos diferentes” para chegar ao mesmo resultado ou produto. E com o avanço da tecnologia a cada dia surgem novos caminhos.
Seu concorrente pode produzir o mesmo produto que você, mas com processos e equipamentos totalmente diferentes do seu.
O que não muda, é a realidade do empresário/gestor de ter que alocar os recursos (quase sempre limitado) da melhor forma possível distribuindo entre: base de produção de produtos e serviços (custo de produção) e na expansão/comercialização do negócio (custo de venda), em ambiente de múltiplas opções.
Contudo, existe uma perspectiva de termos no futuro uma geração bem acostumada a ponderar: Custos, Restrições, Contribuição e Objetivos para tomar decisões de forma rápida. A geração “Clash of Clans”! Na essência do jogo esta o exercício continuo desta equação.
Em resumo, as variáveis de uma decisão são muitas e as condições são totalmente particulares. Por isto, o convite para conhecer muito bem sua Estrutura de Custos; as Restrições do seu negócio; e onde estão as Contribuições para obter uma estratégia alinhada que te leve ao seu Objetivo. E bom divertimento!
Roberto Sakakibara,
Consultor Financeiro – Sócio Diretor
SeCog Consultoria Financeira
Prezados Anderson e Estefano, realmente o mais comum quando se fala em custos é pensar e reduzir perdas e desperdícios. Porém, quando se olha para o ROI do negócio como um todo é imprescindível estar atento a todas as dimensões de custos. No final do dia, o importante é ter além da lucratividade a perpetuidade do negócio. Obrigado pelos comentários.
Custos e Controladoria
7 aSr. Roberto excelente texto. Ao longo da minha carreira percebi que algumas vezes o custo do capital/oportunidade é confundido com ineficiência, desperdício de recurso.
Empreendedor | Advogado | Palestrante
7 aExcelente texto. Também atuo em Reestruturação de Empresas e é indiscutível a importância de se saber os custos da empresa para serem tomadas as melhores decisões. Parabéns.