Os desafios da sociedade hiperconectada: cibersegurança
Não restam dúvidas que a “nuvem” veio para ficar, e é comum em qualquer ambiente ouvirmos a palavra “cloud” e entendermos como sendo tudo o que fazemos na Internet.
Apenas para contextualizar, fala-se que a Computação em Nuvem, ou “Cloud Computing” em tradução literal para o inglês, foi inventada por Joseph Carl Robnett Licklider nos anos 60 durante seu trabalho na ARPANET, o objetivo era conectar pessoas e dados de qualquer lugar em qualquer momento. Já nos anos 80, pela primeira vez uma empresa [CompuServe] ofereceu uma pequena quantidade de armazenamento online para salvar arquivos que seus clientes escolhessem gravar. Na década de 1990, a AT&T lançou o PersonaLink Services, uma plataforma online e pela primeira vez surge a palavra “cloud” na propaganda ("you can think of our electronic meeting place as the cloud”, ou “você pode pensar no nosso ponto de encontro como a nuvem”). A Amazon lançou seu serviço de armazenamento em 2006 e de lá para cá tudo se popularizou e tornou conhecidos serviços como SmugMug, Dropbox, Pinterest e muitos outros.
O fato é que os serviços em nuvem saíram de algo que provedores de serviço uma vez disseram que as empresas deveriam adotar para ser a veia tecnológica que roda os negócios das principais empresas da atualidade.
Mas o avanço tecnológico também traz desafios e problemas. Em recente publicação do site Convergência Digital, vimos um vazamento massivo de dados, 2.4TB, da nuvem pública da Microsoft, tudo em razão de uma configuração incorreta. Calcula-se que o vazamento de dados impactou mais de 65 mil empresas em 111 países. Olhem o tamanho do estrago!!
Temos que conscientizar a sociedade sobre os enormes riscos existem no mundo digital. Com a sociedade hiperconectada que vivemos ampliaram-se consideravelmente as superfícies de ataque cibernético. Com a chegada das redes de nova geração, como o 5G e o WiFi 6, também crescerão de forma exponencial. Vi recentemente um produto doméstico da Changhong Group , totalmente híbrido, que traz um decoder 4K para TV e várias redes diferentes, WiFi 6 dual band mesh, BLE 5.0 e Zigbee3.0, ou seja, conectará todos os dispositivos de uma casa, tanto broadband como narrowband. Passamos a ter em casa muitas portas de entrada diferentes e os provedores de banda larga têm que se preocupar com a cibersegurança, pois oferecendo a conectividade e muitas vezes os dispositivos necessários para tal, existem grandes possibilidades de serem acionados juridicamente quando os usuários tiverem prejuízos decorrentes de ataques cibernético.
Também deve ser uma grande preocupação para as empresas, pois com seus colaboradores trabalhando em casa a superfície de ataque deixou de estar apenas nos seus escritórios e datacenters, expandindo-se para os ambientes onde os colaboradores estão (suas casas, hotéis, cafés, restaurantes, AirBnb's, aviões etc., etc.). A preocupação não deve ser apenas com a rede ou o laptop, deve ser com todos os dispositivos, incluindo telefones, tablets, e daqui a pouco até mesmo os televisores, geladeiras, lâmpadas e tomadas inteligentes, lavadoras de roupa e muito mais que vem pela frente, tudo cada vez mais conectado.
Sem contar que a tendência BYOD (Bring Your Own), na qual os colaboradores utilizam seus próprios dispositivos e não mais os das empresas, adiciona maior complexidade em todo o ambiente; adicionalmente ainda há a LGPD, que acrescenta cuidados adicionais que as empresas têm que ter com todos os dados sensíveis que estão sob seu domínio.
Realmente é um tema complexo, e um terreno fértil para novas ideias e oportunidades.
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Sou Fernando Gomes de Oliveira, inquieto, curioso, inovador, empreendedor em série, pai do Filipe, Ana Laura e da Betina. Gosto de pedalar, ler, assistir a séries/filmes e viajar, sempre que possível com a família [curto viagens para lugares fora dos eixos comuns, alguns dos que já visitei são Ilha de Páscoa, Ushuaia, Kenya, Egito, Índia, Noruega - mas ainda não consegui presenciar a aurora boreal, um sonho ainda a ser realizado).
Nasci no interior de São Paulo, mudei-me para a capital paulista em 1990 para estudar engenharia da computação na Escola Politécnica da USP; tenho 34 anos de carreira como executivo na área de Tecnologia, Inovação e Telecomunicações.
Trabalhei em empresas nacionais, multinacionais e entidades sem fins lucrativos, possuo experiência em projetos de grande porte para emissoras de TV, Provedores de Internet, Operadores de TV Paga e Operadores de Telecomunicações, tendo trabalhado extensivamente na América Latina e Oriente Médio [morei em Dubai por 10 anos].
Analista de Governança e Compliance e Especialista em tecnologias de rede e sistemas de telecomunicações (radiodifusão, 4G/LTE, 5G, WiFi 6 e fibra ótica). Investidor-anjo, mentor em startups, e co-fundador da Roboyell, uma startup de AI com foco em visão computacional, e da KYtron, uma Deep Tech com foco em robótica.
Diretor de Tecnologia e Inovação da Intellinet Conectividade Inteligente, criada para facilitar a transformação digital e a jornada de inovação nas corporações, trazendo a experiência de mais de 30 anos em ambientes desafiadores que estão constantemente mudando e gerando demandas desafiadoras em um mundo que nunca esteve tão cheio de oportunidades, e o nosso objetivo é, junto a você, poder capturá-las.
CPO da futuremaker, responsável por implementar 3 programas de educação voltados ao ensino público: Escola da Futuro, Educadores do Futuro e Ligados no Futuro. São iniciativas que qualificam desde os gestores das escolas públicas (diretores, coordenadores e supervisores), passando pelos professores e assistentes, até chegar nos alunos, criando no presente a educação do futuro. Faz uso intenso da tecnologia sem deixar de focar nas pessoas e na mudança do mindset, essenciais para o avanço educacional que precisamos acelerar.
Membro dos comitês de Inovação, Machine Learning e ESG da Associação Internacional para Inteligência Artificial (I2AI), membro do comitê de inovação da ABOTTs (Associação Brasileira de OTTs), colunista na Revista da SET (Sociedade de Engenharia de Televisão), Conselheiro da OLA-CCI (Organização Latino-americana de Cooperação para as Cidades Inteligentes) e coordenador do Grupo de Trabalho sobre o 5G da ACATE - Associação Catarinense de Tecnologia.
Enterprise Account Manager HighTechs | Oracle Cloud Infrastructure (OCI) ☁️✨
2 aEsse artigo realmente foi não só uma aula como abre muitos questionamentos acerca do futuro, bem como todas as nuances dos caminhos escolhidos. Obrigada por compartilhar sua experiência Fernando! Nós aqui da Oracle temos uma constante e crescente quando o assunto é segurança. Pode contar com a gente nessa jornada! Abraços.
Startups & ISVs - Sales Account Executive @Oracle | B2B Sales | Business Managment | Program Manager | Partner Sales
2 aExcelente artigo Fernando Gomes de Oliveira Dias Neias. Realmente os provedores de cloud possuem um grande desafio pela frente, alguns já conhecidos por nós e outros que ainda teremos. O que é legal de ver é que a Oracle tem conseguido fazer para mitigar todo e qualquer eventualidade quanto a segurança de dados. Estamos presentes em vários governos e estruturas de alta sensibilidade e acredito que o trabalho que temos feito é top of mind. Conte conosco como empresa e parceiros nessa jornada. Abraço
Senior Business Development
2 aSensacional Fernando Gomes de Oliveira Dias Neias!!! E pensar que a ARPANET surgiu no mesmo ano que o ser humano pisou na Lua, não é incrível? Será que quando John Mauchly e J. Presper Eckert criaram o ENIAC entre os anos de 1945/46, com 17.468 válvulas e 27 toneladas, eles imaginavam que chegaríamos até aqui? Isso não faz pensar até onde iremos :)
Prof
2 aO grande desafio é a segurança de dados públicos sensíveis.