Os desafios do Metaverso na Educação
Em 2021 Mark Zuckenberg criador do Facebook anunciou que nos próximos cinco anos a empresa fará uma transição de estratégia, passando de uma empresa de mídia social para uma empresa “metaversa”, mas o que isso significa?
Fazendo uma analogia, o metaverso seria hoje para nós uma ferramenta de navegação virtual com foco na experiência e na interatividade. Vamos entender melhor como ele funcionará com um exemplo real?
Imagine que você quer impressionar seu parceiro para comemorar seus 20 anos de casado, normalmente você pesquisaria no Google um restaurante que combine com os gostos de vocês, faria a leitura atenta das avaliações, comentários e do cardápio, talvez, perguntaria para amigos que já visitaram o local o que eles acharam da experiência e ponderaria se este é ou não o restaurante que você quer ir, por fim, com a decisão tomada, faz a reserva para o dia especial.
Agora, em um mundo onde o metaverso já existe, como seria essa experiência? Vou transcrevê-la com outro olhar:
Imagine que você quer impressionar seu parceiro para comemorar seus 20 anos de casado, você põe um óculos de realidade virtual e dá de cara com uma assistente virtual que te dá boas-vindas iniciando a primeira interação com o seu avatar. A Inteligência virtual te avisa que em algumas semanas vocês farão 20 anos de casado e traz uma lista de restaurantes que combinam com os gostos do casal. Em seguida você é teletransportado para o restaurante que mais combina com o seu perfil. Neste ambiente virtual você enxerga todo o ambiente como se estivesse lá e é capaz de conversar com os chefs, ver o cardápio, vê e ouve as recomendações de outras pessoas ou amigos que já passaram por ali e consegue fazer a sua reserva para a data desejada em questão de minutos.
Deu pra entender como funciona o metaverso?
Sem dúvida, ele vai revolucionar a maneira como vamos interagir com as informações, será um passo certeiro para gerar mais oportunidades de negócios, para melhorar o relacionamento entre pessoas, para trabalhar e para facilitar a vida das pessoas.
Como entusiasta de tecnologia e educador fico fascinado com as possibilidades de uso do metaverso como ferramental para as minhas aulas e projetos, mas também entendo as dezenas de questões éticas e de segurança de dados que ainda precisam ser discutidas e ajustadas para que tudo isso possa ocorrer da melhor maneira possível.
A educação em geral tem metodologias e práticas riquíssimas que quando bem conduzidas por profissionais capacitados são ferramentas robustas de que potencializam a aprendizagem, além disso, as escolas mais “antenadas” e com mais recursos financeiros serão as primeiras a quererem testar o metaverso e tudo que ele pode oferecer. Sem dúvida, os primeiros espaços virtuais imersivos serão utilizados no contexto das atividades teóricas e com simulações em 3D.
No metaverso, um professor poderá dar uma aula sobre o universo, por exemplo, usando o mesmos recursos interativos e visuais citados no exemplo do restaurante, ao invés de apenas ler em livros ou ver em vídeos os alunos poderão visitar os planetas e ver como o universo se formou há bilhões de anos atrás, poderão explorar as luas de Júpiter e até os confins do universo na sua própria nave espacial personalizada, também poderão testar a gravidade de cada planeta com objetos em 3D e até cortar um planeta ao meio para entender sua composição química e geológica.
Observe quantas coisas não podem ser aprendidas por meio da interação e com uma boa mediação de um professor, neste exemplo o educador é um guia que vai aguçar a curiosidade dos estudantes para que eles possam explorar este riquíssimo universo de maneira autônoma e criativa!
Para os amantes de games isso é uma “quarta-feira à tarde”, todos esses elementos já estão disponíveis nos vide-games, essa exploração já é feita em jogos como Roblox que possui uma base de mais de 37 milhões de usuários ativos diários em todo o mundo e também no Fortnite, um jogo de mundo aberto gratuito que faturou em 2019 mais de US$2 bilhões em receita, se tornando o jogo gratuito com o maior faturamento da história.
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Mas então, por que as escolas não utilizam estes recursos para ensinar?
Há diversos fatores que dificultam essa utilização, a primeira barreira é financeira, esses equipamentos possuem um custo elevado, um óculos de realidade virtual ultrapassa o valor de R$3mil no Brasil, além da compra e a licença de todos os softwares para todos os alunos e professores fora a manutenção regular destes recursos.
Outra barreira é a conexão com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a formação de professores para este novo mundo é desafiadora, pois será necessário aprender sobre esta nova tecnologia, dominá-la para que em seguida se façam as pontes para projetos multidisciplinares.
Ainda temos a barreira que as escolas enfrentarão com a sua própria presença no mundo virtual e também com as questões éticas de compartilhamento de dados dos alunos, imagine que cada interação neste universo gere dados que poderão ser utilizados de maneira não ética, essas barreiras serão desafiadoras.
Apesar de todas as dificuldades, não há dúvidas que essa tecnologia ao longo de anos de adaptação, correção e popularização será parte inerente a nossa vida e uma ferramenta utilizada diariamente como o celular. Mesmo receoso, fico na esperança de conseguirmos aproveitar ao máximo todos estes recursos e ansioso para entrar de cabeça nessa tendência mundial!
E você está empolgado para o Metaverso? Me conta sua visão! Vou adorar entender e aprender mais!
Gerente de TI, PMO, Infraestrutura e Segurança | SLOHAN
2 aMuito bom o artigo Jeff, a sua capacidade de ilustrar como seria a utilização do metaverso no exemplo do restaurante me ajudou a explicar pra minha esposa.. Pq estava difícil.. Rss Parabéns grande abraço
Board Member, Supervisory Board Member, Committee Member
2 aExcelente artigo. Com o crescimento exponencial inerente às novas tecnologias, acredito que teremos óculos de realidade virtual a menos de USD 50 muito em breve. É hora de plantar a semente para poder usufruir dessa nova realidade. Essa planta cresce rápido…
Designer Estratégico | Growth Design | Especialista em Inovação | Membro PMI | Gerente de Produtos | Disponível para Oportunidades de Liderança | Expert em IA | Palestrante em Design e Tecnologia
2 aAdorei o artigo Jeff, bom eu sou super entusiasta de novas tecnologias e realidade virtual já é uma paixão antiga minha. Tenho um pouco de receio também destas megacorporações correndo para setar e definir e serem donas desta "realidade virtual". Acredito que deva haver um debate mais aberto para definir o escopo de uma tecnologia que pode vir a ser uma das mais populares no uso diário. Ainda existem muitas barreiras técnicas a serem transpostas para que esta tecnologia seja simples e amigável suficiente para uso do público em geral, por enquanto é coisa de nicho, algo interessante para se ficar de olho e experimentar, mas com investimento e aumento de uma base de hardware que suporte este tipo de tecnologia podemos ver mais experiências interativas pipocando por aí. Como já comentamos é uma tecnologia para a qual as pessoas mais velhas tendem a torcer um pouco o nariz, mas para a geração nova, inclusive já é uma realidade, meu sobrinho de 9 anos de idade já está interagindo , conversando e se divertindo com seus amigos no metaverso do Roblox a pelo menos uns 4 anos rs. Eles assistem shows ao vivo lá dentro, aprendem sobre educação financeira comprando e vendendo "acessórios" para seus avatares, fazem cocriações artísticas e sim até estudam para uma prova utilizando o sistema de voip do game, o que é muito curioso e divertido de se assitir.
Developer Relations (DevRel) | Developer Marketing | Learning Experience | Knowledge Management | M.Ed. in Education Technologies
2 aOi, Jeff! Tive uma orientadora que dava aulas de inglês pelo Second Life, isso lá no começo dos anos 2010. Ela era bastante promotora, principalmente pela possibilidade de emular diferentes situações sociais em diversos ambientes lá dentro. Os desafios eram aqueles que já conhecemos dessa época, software pesado, lag, falta de conexão banda larga "poderosa" e, claro, acessibilidade. Você mencionou a BNCC e acho que a base deu um passo bem grande em relação aos PCNs, por exemplo, por incluir os textos e as interações multimodais e multimidiaticas, principalmente na área de linguagens, contemplando, inclusive, uma pedagogia de multiletramentos. Temos um multiuniverso de possibilidades pela frente! Quero ver como essas histórias vão se desdobrar!