Os Desafios do Recrutamento e Seleção de Executivos em meio à Transformação Digital

Os Desafios do Recrutamento e Seleção de Executivos em meio à Transformação Digital

Muito se fala sobre o quanto o processo de Transformação Digital mundial foi antecipado. Afinal, em um ano ele evoluiu o equivalente ao que se esperava acontecer em quatro anos. Apesar disso, o caminho que o mercado vem percorrendo não é lá uma grande surpresa: a velocidade é uma variável que mudou significativamente em relação ao esperado, mas os demais fatores foram obviamente impactados, mas com variações menores.

Dados da Associação Brasileira de Empresa de T.I. e Comunicação indicam que nos próximos três anos teremos cerca de 800 mil novas vagas na área da Tecnologia da Informação, enquanto a incapacidade de suprir essa demanda gerará um déficit de cerca de 110 mil profissionais ao ano. Essa incapacidade de preencher as vagas abertas com profissionais qualificados movimenta o mercado público e privado. 

É importante destacar que nos últimos 34 anos os gastos e investimentos em TI cresceram 6% ao ano, saindo de 1,3% em 1988 para 8,7% em 2021/22 (segundo a FGV cia). Apenas no setor bancário, em 2021/22 os gastos e investimentos com TI cresceram 11%. Em 2022, devem chegar a R$32 bi, correspondendo a 15% do valor total das empresas no Brasil. Esse crescimento em valor investido aponta um caminho de maior maturidade do setor e reforça a importância da TI e desses investimentos para os negócios já existentes, além de viabilizar novos modelos de negócios (onde destacamos as startups). 

Perante esse cenário desafiador e que está em transição, nossa atuação no recrutamento executivo de média e alta gestão permite verificar um movimento interessante: empresas que não possuem a tecnologia em seu core business (se é que hoje podemos classificar alguma organização desta forma) tem procurado mais por profissionais para preencher vagas relacionadas a TI. 


Como percebemos esse movimento na De Bernt?

Atualmente, cerca de 80% da demanda de Recrutamento Executivo feitos na De Bernt tem como origem empresas que não são dos setores de T.I, Digital e Telecom. Nestes outros segmentos que buscam esses profissionais, destaca-se o automotivo, com quase 30% das posições demandadas na área. Estes dados ratificam que as estratégias das empresas não têm como não passarem pelas mãos de profissionais de tecnologia para serem implementadas, seja por estratégia de desenvolvimento de novos negócios ou pela transformação digital do business atual. 

Entre as posições mais demandadas em tech, destacamos desde as mais clássicas, ligadas a projetos de integração de sistemas, a outras áreas como cyber security, especialista de dados, marketing digital e e-commerce.

Outro dado interessante que observamos em campo é que em 66% dos casos as posições tech tiveram sua necessidade baseada na expansão das empresas, valor bem superior à média de mercado amplo; os outros 33% foram para substituição de profissionais. Em meio ao xadrez dos negócios, a instabilidade global parece não impactar a área – ao contrário, ela parece impulsionar o setor.

O grande ponto que estas informações nos trazem é: de um lado, temos uma demanda crescente e um apagão de mão-de-obra qualificada no país; do outro, temos profissionais qualificados ou pré-qualificados, com alto volume de ofertas e aumentos significativos de remuneração. Claro que estão todos do mesmo lado; apenas tratei como uma “oposição” porque sairá ganhando quem souber se posicionar e negociar as melhores condições de maneira sustentável. 

É isso que fazem as empresas quando buscam ajustar suas estratégias à realidade de mercado e, de maneira complementar, investem em formação e desenvolvimento dos profissionais, flexibilizam modelos de trabalho (do presencial para o híbrido ou remoto), ampliam pacotes de remuneração e benefícios, sem deixar de lado os investimentos robustos feitos em employer experience.

Fernando Magano Henriques

Transformação | Gestão | Inteligência | Estratégia | Planejamento | C-Level | Administração & Operações | Processos | Governança | Liderança | Consultor | Mentor | Palestrante | Professor | Conselheiro | Ironman

1 m

Rafael, thanks for sharing!

Marcos Baldigen

Especialista Seguro Garantia na GemAway Seguros | Desenvolvimento Estratégico de Negócios, Gestão de Seguros

8 m

Rafael, obrigado por compartilhar!

Joao Duma

Projetos I Operações I Vendas

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Rafael Paola Santiago O seu artigo retrata uma realidade e nos põe a pensar, ainda mais, sobre uma forma mais adequada/estruturada de trabalhar agora no treinamento e formação para preparar profissionais que pudessem preencher esta lacuna de demanda. O comentário do outro colega também é bem oportuno, pois, hoje um profissional que já tem certa base e que consegue perceber esse cenário, evidenciado no seu artigo, se sente sem orientação para a busca de adequação do currículo. Na sua opinião, não falta visão das instituições em trabalhar esta oportunidade?

Fábio Souza

Headhunter | Managing Partner & CEO na deBernt

2 a

Excelente, Rafa!

Alexandre Vidal, MSc

Associate Partner @ EY | IMD Switzerland

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Ótimo conteúdo Rafael Paola Santiago. Interessante que grande parte destes conhecimentos não são cobertos nos currículos das escolas tradicionais (escolas técnicas ou universidades), fazendo com que estes profissionais sejam, por natureza, mais auto-didatas e procurem certificações e capacitações através de outros formatos.

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