Os “Elefantes Brancos” dos Mares Brasileiros: Sucata ou Ouro?
A indústria brasileira de petróleo e gás natural, a par de vivenciar o início glorioso de produção do pré-sal, tem o seu primeiro ciclo de desmonte das plataformas exploratórias que atingiram ou estão por atingir o seu limite de vida útil, estimado em 25 anos.
No total, a Agência Nacional de Petróleo – ANP precisa que cerca de 100 plataformas estarão nestas condições nos próximos anos, tornando-se sucata sujeita ao desmonte ou ao descomissionamento, termo técnico utilizado pelo setor.
A grande questão em torno do tema refere-se ao problema ambiental, pois há riscos de contaminação por materiais pesados e radioativos, tanto da água quando do solo, onde deverá ser depositada a sucata após o desmonte, além do risco à própria segurança dos trabalhadores.
Importa destacar que grande parte das plataformas já ultrapassaram o tempo de vida útil e operam com trincas e ferrugem no casco da embarcação/estruturas submersas, fator que ocasionou o acidente na plataforma da Petrobrás, na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, em agosto deste ano, permitindo o vazamento de 1,2 mil litros de óleo.
No entanto, muitas plataformas, embora atinjam a marca fixada para o seu descomissionamento, ainda possuem capacidade exploratória de petróleo e gás natural, o que demanda um planejamento estratégico e estudos específicos sobre a viabilidade de se prolongar a vida rentável da instalação pelo maior tempo possível, sem causar danos ao ambiente marinho. Equação difícil, face a real situação de conservação dessas estruturas subaquáticas.
Contudo, na contramão das questões levantadas, a própria ANP estima que o descomissionamento pode gerar cerca de 50 bilhões nos próximos 20 anos, a contar de 2020. Isso se considerar a inauguração do primeiro ciclo de desmonte da era de ouro de exploração do petróleo brasileiro, a demandar tecnologia ainda não utilizada em larga escala e a necessidade de empresas de consultoria, projetistas e de engenharia, de caráter multidisciplinar, comprometidos com soluções sustentáveis para as inúmeras questões que surgem desse novo nicho mercadológico da área de energia. Profissionais do direito ambiental também são fundamentais, pois envolve o assunto não só engenharia pura e simples, mas principalmente os sérios riscos ambientais atinentes a retirada das estruturas e ao retorno do meio ao "status quo ante", ou seja, ao seu estado natural anterior.
O novo desafio enfrentado pela indústria energética demonstra que a sucata das plataformas levadas ao desmonte pode, se aliada ao planejamento, estudos de riscos e execução estratégica complexos e de segurança, encontrar resoluções sustentáveis para o ecossistema e a sociedade, pois visa proteger e também gerar um novo modelo de negócio, cujos resultados serão tão expressivos quanto outras atividades desenvolvidas pelo setor, possibilitando a inserção de inúmeros profissionais capacitados nesse processo. Número que pode alcançar até 50.000 novos postos de trabalho, segundo informado pelo governo do Estado do Rio de Janeiro.
É o “elefante branco” de aço e ferrugem transformado em ouro.
Analista de T.I |Windows | Linux | Cloud Amazon AWS | Rede | Office 365 | ISO 27001 | Help Desk | GLPI | Sophos | Ubiquiti
5 aÓtima discussão Larissa Machado tem que investir, o brasileiro prefere a manutenção corretiva do que a preventiva na área de TI é a mesma coisa fala aí André Augusto Pelissari quando o computador para de vez que se pensa em substituir, e o pior no Backup
Gerente Geral | Transporte | Logística | PMP | Gerente de Projetos | Engenharia
5 aAlarmante... Que atitudes sejam tomadas ASAP... Pelo menos vai gerar empregos!
Gás natural | Energia | Regulatório | Economia | Relações institucionais e governamentais
5 aA análise dos passivos ambientais associados a essa atividade é essencial. Há impactos na biota marinha quando da instalação das estruturas e também no seu descomissionamento. A vida útil média das plataformas, por exemplo, é realmente longa e traz necessidade de recuperar as áreas onde estavam instaladas, já que pode haver perda de habitat dos recifes artificiais formados. Artigo muito bom e provocativo, Lari!
Advogada
5 aÓtimo artigo, Larissa!
Advogado | Regulação em Saúde | Direito Médico, Odontológico e Hospitalar
5 aMuito interessante essa perspectiva de gerar emprego e movimentar a economia no descomissionamento.