Os novos líderes já batem à porta: você vai abrir ou ficar de fora?
Por: Felipe Monteiro e Nathalie Orioli

Os novos líderes já batem à porta: você vai abrir ou ficar de fora?

Nos últimos anos, com o aumento da expectativa de vida, o ambiente de trabalho se tornou mais heterogêneo. Isso quer dizer que, em um mesmo ambiente profissional, é possível encontrar pais e mães, avós e avôs, estudantes e profissionais em início de carreira.

Com tantas gerações convivendo sob o mesmo teto, o trabalho em equipe tende a ser mais rico: as experiências individuais de cada um contribuem para novas ideias e propostas.

Para um líder, administrar este cenário é como estar à frente de um jogo de xadrez. Afinal, é necessária muita estratégia para gerir possíveis conflitos, promover o reconhecimento a cada colaborador, compreender as diferentes necessidades e pensar no desenvolvimento profissional de cada um. Mas quando olhamos para uma liderança jovem, este jogo ganha ainda mais variáveis e desafios.

Líderes jovens: o que pensam, o que dizem e o que praticam?

Quando pensamos em liderança jovem, precisamos prestar atenção na geração Y. Esta geração, também conhecida como Millennials, é formada por pessoas nascidas entre 1985 e 1999. Um profissional, nascido durante este período, apresenta algumas características específicas: é conectado ao mundo por meio da tecnologia, é preocupado com o capital humano, não se contenta com as regras impostas pela hierarquia e jornadas de trabalho tradicionais.

Na era da economia colaborativa, não se aplica mais o velho jargão: “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. O colaborador e parceiro precisa enxergar propósito.

Este líder, muitas vezes, desafia os padrões antigos de produtividade no trabalho e busca criar relações mais profundas dentro do ambiente profissional, seja com pessoas, o meio ambiente ou causas sociais.

Uma pesquisa realizada pelo LLYC, denominada  “future leaders” analisou o que 120 líderes abaixo de 30 anos, de língua hispânica e portuguesa falam, quais são seus valores e o que escrevem, a partir de recursos de inteligência artificial e processamento neurolinguístico.

A pesquisa detectou que os discursos dessa geração trazem mais ênfase ao coletivo e à ação. Foi detectado que estes jovens utilizam mais o verbo “fazer” do que o verbo “dizer”, uma tendência inversa aos líderes tradicionais que demonstra a necessidade de pertencimento das novas lideranças. Além disso, a pesquisa aponta para o uso de mais palavras passionais, positivas e emocionais (45% mais abundante nos discursos destes líderes).

Check- mate: no jogo da liderança jovem, todos ganham

Liderar já é um desafio por si só: haja persistência e resiliência para tantos percalços no meio do caminho. Um líder jovem precisa enfrentar ainda maiores dragões. Diretores, presidentes e empreendedores mais novos enfrentam em suas empresas o ceticismo e diversas resistências, por parte de colaboradores e outras lideranças com “muito tempo de casa”. Qual jovem líder não escutou frases como: “ Por que mudar? Sempre fizemos isso.”; “Talvez você não entenda porque não era nascido.”; “Quantos anos de formado?”; “Qual a sua titulação?”

Além disso, muitas vezes, são vistos com olhares curiosos pelo mercado: será que a promoção foi precipitada? Será que estava preparado(a) para assumir esta nova posição? 

A verdade é que existe um fenômeno que faz com que as empresas apostem cada vez mais em lideranças jovens. Afinal, é preciso estar à frente do tempo, conectado com a novas tecnologias e com um espírito de colaboração para o alcance das metas. 

Isso não significa que deve existir o menosprezo pela liderança tradicional, que muitas vezes fez com que a empresa chegasse onde está. Menosprezar esse perfil de liderança promoveria um choque principiológico de algumas das principais características da nova liderança: a inclusão, democracia e empatia. E é evidente que  o choque entre as gerações é, muitas vezes, inevitável, porém o propósito e o fim social da sociedade pode ser utilizado como ferramenta para amortecer, assim como para desenvolver a melhor solução para a situação. 

Neste caminho, o velho truque de buscar ser um profissional exemplo para a sua equipe ainda funciona como nunca. O poder de influência cresce à medida que o profissional se dispõe a ser o modelo neste cenário de mudanças, flexibilidade e foco em resultados.

Entre o velho e o novo, uma coisa é certa: na configuração deste novo jogo de gerações, há espaço para todos jogarem conjuntamente - e ganharem.

Rúbia Santana

Com mais de 5 anos empreendendo home office com prestação de serviços administrativos, financeiros e de aquisição e licenciamento de sites telecom. #AgilizeVirtual

7 m

👏👏

Entre para ver ou adicionar um comentário

Outras pessoas também visualizaram

Conferir tópicos