Os pilares da restruturação de sucesso:
Há três pilares básicos para uma reestruturação de sucesso. Para isso ocorrer entendo que a transformação da empresa deve se dar em três frentes de trabalho.
O primeiro pilar:
O primeiro olhar deve ser o pilar da reestruturação financeira da empresa, pois é aqui onde tudo começa.
Atrasos nos pagamentos (fornecedores/agentes financeiros/tributos) e pressão para alongamento de prazos, o empresário começa a ter dificuldades de honrar seus compromissos com seus credores e uma luz amarela se acende.
Uma análise precoce e leitura fiel do grau de endividamento possui mais opções de mecanismos de superação.
Um possível caminho seria a instauração de mediação, criando um ambiente favorável para negociação direta com os credores, buscando equacionar o passivo com carência/ alongamento/deságio e a incidência da taxa de juros de uma forma menos gravosa.
Caso as demandas da empresa não sejam aceitas, um possível caminho seria a via judicial, através de remédios jurídicos disponibilizados pela lei 11.101/05, como a negociação preventiva, pedido de tutela cautelar em caráter antecedente e ainda a formalização do pedido de recuperação judicial.
No caso de negociação extrajudicial bem-sucedida com os credores, é possível a reestruturação do passivo de modo a adequar os seus montantes e vencimentos a capacidade de pagamentos da empresa
A questão aqui é verificar se este cenário de compatibilidade (a capacidade de geração de caixa ao perfil da dívida) é baseado em expectativas futuras), pois caso positivo o ideal é trabalhar minuciosamente na operação da empresa.
O segundo pilar:
O segundo pilar de uma reestruturação de sucesso é a reestruturação operacional da empresa.
Quando uma empresa se depara com uma situação de crise, importante buscar um trabalho de revisão de práticas e comportamentos de gestão.
Ainda que se tenha conseguido repactuar o cenário financeiro, a luz amarela acessa indica que questões operacionais também precisam ser tratadas.
Pois a dificuldade de pagamentos de empréstimos, dificuldade de pagamento a fornecedores, tributos e trabalhadores denunciam a insuficiência de geração de caixa da empresa.
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A importância da revisão das operações da empresa é focar em ações para maximizar a geração de caixa de curto prazo e colocar a empresa numa situação de equilíbrio e compatibilidade com seus compromissos nos médios e longos prazos.
Outro ponto importante é a revisão de todas as fontes de receita da empresa para entender onde a empresa deve focar mais recursos e onde deve limitar recursos ou até mesmo encerrar tal atividade.
É importante também a revisão de toda a estrutura de pessoas, buscando mais eficiência de gestão, ou seja, pessoas certas para cada função desempenhada.
Decisões a serem tomadas depende de uma análise profunda por equipe especializada, pois caso não seja realizada a reestruturação operacional, a reestruturação financeira pode vir a ser apenas uma paliativa.
O terceiro pilar:
O terceiro e último pilar de uma reestruturação de sucesso é a reestruturação societária da empresa.
Aqui pode-se buscar novos sócios investidores que possam injetar capital novo na empresa
A injeção de capital novo terá efeitos positivos nos dois pilares anteriores, tanto na reestruturação financeira como na reestruturação operacional.
Podendo ser utilizado para reduzir o endividamento da empresa, principalmente aquelas dívidas mais caras e com pior perfil.
Ainda pode ser utilizado para implementação de melhorias operacionais.
O encolhimento do quadro de pessoas na empresa exige o pagamento de verbas trabalhistas o que representa um desembolso substancial...onde normalmente a empresa não está preparada.
Outro exemplo, pode ser a utilização do capital novo injetado para melhoria de processos que assegurarão maior competividade e maior geração de caixa.
A ideia com esse texto foi passar caminhos possíveis para uma reestruturação de sucesso, tanto no âmbito financeiro, operacional e societário da empresa.