Os ruminantes domésticos são mesmo um terror?

De vez em quando faço este questionamento em relação aos ataques que a pecuária de ruminantes (bois, búfalos, cabras, ovelhas...) sofre e ninguém me responde adequadamente. Agora estão lançando hambúrgueres vegetais e de células troncos para supostamente salvar o mundo.

De modo bem resumido e simples, estes bichos possuem uma espécie de pré estômago chamado rúmen (a matéria prima da deliciosa dobradinha, também conhecido como bucho) onde bactérias e protozoários fazem a digestão da celulose dos capins e outras plantas ingeridas, e em troca recebem abrigo e comida. É uma relação do tipo ganha ganha que os ecologistas chamam de simbiose. Bom, esta digestão produz metano (CH4) que é um dos supostos vilões do efeito estufa e das mudanças climáticas.

Só que o mundo há uns bons milhões de anos é cheio de ruminantes, neste grupo estão todos os bovinos, búfalos, carneiros, veados, camelos, dromedários, lhamas, bisões... Ocuparam todos os ambientes terrestres do planeta, possivelmente em número bem maior que os rebanhos domésticos de hoje. Como a humanidade extinguiu ou diminuiu drasticamente a população de várias destas espécies, poderia se concluir que isto foi benéfico.

Só que os ruminantes estão aqui há milhões de ano, ruminando e produzindo metano e a terra esfriando e esquentando diversas vezes neste tempão todo. Aliás, o apodrecimento ou decomposição, uma reação inerente à vida, produz metano. Os pântanos e mangues produzem muito metano. A vida fabrica metano.

Os rebanhos atuais seriam tão culpados assim?

Os sistemas agrícolas com ruminantes e pastos, estão entre os mais sustentáveis, há proteção contra a erosão. A eficiência de algumas gramíneas é enorme na fixação de CO2, maior até que das florestas além de serem eficientíssimas em adicionar matéria orgânicas ao solo. Uma beleza em termos de preservação do solo e sustentabilidade.

E agora precisamos de um futuro sem carne e leite. Procede?

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