Os segredos da Mente Milionária e a Gestão de Projetos
Adquiri o livro Os Segredos da Mente Milionária de T. Harv Eker, quando eu estava buscando uma forma de mudar o padrão de consumo da minha esposa, como santo de casa não faz milagres, a presenteei com o mesmo, visando conseguir uma ajudinha em minha missão.
Embora o foco do livro não seja gerenciamento de projetos, o que me chamou atenção foi a convergência entre alguns princípios que o autor aborda para a formação de riquezas e os princípios que são aplicados (ou deveriam) em gestão de projetos.
Princípio 1 : “O principal motivo que impede a maioria das pessoas de conseguir o que quer é não saber o que quer.”.
Determinar o objetivo de um projeto, parece algo básico, mas muitas vezes as organizações iniciam projetos sem saber de forma clara e mensurável o resultado que esperam dos mesmos, acredito que muitos gerentes de projetos já passaram por situações de divergências entre as partes interessadas quanto aos objetivos do projeto, quantos projetos já foram implementados, entregues e não utilizados? Ou ainda, iniciados, paralisados, iniciados novamente e até mesmo cancelados pela falta de um objetivo conciso.
Os sintomas deste tipo de situação são: mudanças constantes no escopo, falta de engajamento das partes interessadas(ou desinteressadas), despriorização frente a outros projetos, baixa qualidade nas entregas, cancelamento de projetos e constantes conflitos.
Princípio 2: “Se você não está verdadeira e plenamente determinado a fazer fortuna, o mais provável é que não a obtenha mesmo”
Ter um objetivo claro e conhecido por todos já é um pilar fundamental para o sucesso do projeto, mas o comprometimento em atingir este objetivo é o que vai mover a engrenagem, este fator é tão importante que a partir do PMBOK 5, existe um processo especifico para gerenciar o engajamento das partes interessadas.
No livro o autor exemplifica este princípio com as seguintes perguntas: Você está disposto a trabalhar 16 horas por dia, sacrificar o seu tempo com a família e os amigos, se privar de suas diversões e seus Hobbies?
Essas questões nos remetem a reflexão sobre o quanto estamos realmente comprometidos com os projetos que gerenciamos. Obviamente que um bom gerenciamento de projetos pode diminuir os impactos do mesmo na vida pessoal dos envolvidos, mas projetos grandes e complexos dificilmente terão sucesso sem um engajamento excepcional.
Sintomas da falta de engajamento: Não assumir responsabilidades, culpar os outros ao invés de se colocar como parte do problema e propor soluções, omitir informações, não se mostrar disponível para trabalhar em horários alternativos, não colaborar com o time., se apegar a pecuinhas.
Princípio 3: “As pessoas ricas focalizam oportunidades. As pessoas de mentalidade pobre focalizam obstáculos”
Este principio não se trata de ser otimista ou pessimista, como o próprio autor descreve: “Os ricos, assumem a responsabilidade pelos resultados da sua vida e agem segundo a programação mental , vai dar certo porque eu farei com que dê certo”.
Gerenciar riscos em projetos envolve tanto aproveitar as oportunidades quanto analisar criteriosamente as ameaças de forma a desenvolver um plano de resposta aos riscos, garantindo o sucesso do projeto.
Esperar que tudo vai dar certo sem tomar nenhuma ação para que isso ocorra não é otimismo mas negligencia.
Identificar somente os riscos sem um ter um plano de ação é simplesmente pessimismo, planejar respostas aos riscos e implementá-las é compromisso com o gerenciamento do projeto.
Sintomas de projetos sem gerenciamento de riscos: Atrasos nas entregas, estouro de custos, baixa motivação da equipe, excesso de horas extras e baixa qualidade das entregas.
Princípio 4: “Preparar, Fogo, Apontar.”
O autor descreve este principio como: ”Prepare-se o melhor que puder no menor tempo possível, aja e corrija-se no caminho”, “A vida não viaja em linhas perfeitamente retas. Ela se assemelha mais a uma estrada sinuosa. Em geral só conseguimos ver a curva seguinte e, só depois de alcança-la, é que somos capazes de avistar mais”.
Algo muito comum, pelo menos, em projetos de desenvolvimento de software, é a paralisia da análise, analistas funcionais e de negócios tentam obter todo o conhecimento necessário antecipadamente para o projeto, e acabam ficando paralisados em meio a tantos questionamentos e suposições. Os modelos de projetos iterativos e incrementais visam resolver este problema, quebrando o projeto em fases menores, utilizando o conhecimento adquirido para produzir software.
Em resumo, independente do livro, autor, princípios ou técnicas, os itens abordados são pilares para o sucesso em qualquer área, seja na vida pessoal ou profissional.