Os sinais da retomada continuam

Os sinais da retomada continuam

Confiança em vez de preocupação. Otimismo no lugar de desânimo. Estabilidade e não incertezas. Esse é o clima que, aos poucos, se instala no País. Depois de dois anos de queda constante de todos os indicadores, a economia começa a dar sinais de recuperação. 

Uma pesquisa divulgada na semana passada pelo Instituto Datafolha mostrou que a expectativa dos brasileiros em relação à economia atingiu o nível mais alto desde 2014. Agora, a população se diz mais confiante na queda da inflação, na retomada do emprego e no aumento de seu poder de compra.

 A sensação é compartilhada pelo mercado financeiro, pela indústria e comércio. Não à toa, o Brasil saltou da 26ª posição para a 23ª (entre 36 países pesquisados) na lista que mede o nível de otimismo das nações, segundo a consultoria Grant Thornton.

 Nenhuma moeda no mundo valorizou-se mais em 2016 do que a brasileira. Até a semana passada, a cotação do real ante o dólar havia subido 20%, uma demonstração inequívoca da renovação de forças da economia do País.

 Segundo projeção feita pela Fundação Getúlio Vargas, o PIB do País vai cair 3,5% em 2016. Ainda é uma lástima, mas a curva descendente ficou mesmo para trás: a previsão anterior da FGV apontava para uma queda de 4%.

 O Fundo Monetário Internacional está em sintonia com as análises da FGV. Ele também prevê uma recessão menos severa para 2016. Segundo a instituição, o PIB vai cair 3,3%, em vez dos 3,8% projetados anteriormente. É a primeira vez desde 2012 que o FMI vê avanços na economia brasileira. Para o ano que vem, as estimativas são cada vez mais otimistas. O Instituto Internacional de Finanças (IFF), formado pelos 500 maiores bancos do mundo, calcula um crescimento de 1,5% do PIB brasileiro em 2017, e de 3% em 2018.

 Até a castigada indústria automotiva, que tem amargado os piores resultados no País em mais de uma década, está prestes a rever a dramática situação. O setor espera que as vendas cresçam 9,2% em 2017.

 A mudança no humor em relação ao Brasil pode ser constatada em diversos levantamentos. O BTG Pactual e a KPMG estimam que US$ 50 bilhões entrarão no País por meio de fundos dispostos a investir em projetos de longo prazo e em fusões e aquisições, assim que o impeachment for aprovado. A gestora canadense Brookfield, que tem US$ 225 bilhões em ativos, está de olho na infraestrutura e no mercado imobiliário brasileiros. 

 A confiança também está em alta entre os players locais. Embora abaixo da marca dos 100 pontos (patamar otimista), o Índice de Confiança da Indústria (ICI) da Fundação Getulio Vargas (FGV) cresceu 11,6% nos últimos cinco meses, passando de 74,7 pontos para 83,4 pontos, o maior nível desde fevereiro de 2015. Os índices do comércio, dos serviços e dos consumidores seguem a tendência e, em todos os casos, a expectativa futura é muito maior do que a satisfação presente. Ou seja: ainda está difícil, mas vai melhorar.

 O ambiente de negócios no Brasil está melhorando. Agora basta ao Governo não atrapalhar.

 Bibliografia:

Revista Isto é de 29 de julho de 2016

Revista Isto é Dinheiro de 29 de julho de 2016

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