Os tapas na cara - repletos de aprendizados - que levei em 2023.

Os tapas na cara - repletos de aprendizados - que levei em 2023.

Em 2023 eu tomei vários tapas na cara, aqueles aprendizados fortes e que foram significativos. Na sua maioria, estes aprendizados me provocaram a olhar para a forma como enxergo a mim mesmo, como penso, sinto e como faço o que faço.

Por isso os chamo de tapa na cara, já que alguns me deixaram surpreso e sem reação por alguns momentos e outros doeram bastante.

Quero compartilhar aqueles que mais mexeram comigo e espero que também sejam úteis para você:

Criança ferida

Desde 2002 eu faço trabalhos com a criança ferida. Mas nunca havia percebido de forma tão nítida o quanto eu ajo a partir da minha criança ferida e não do adulto.

A minha criança – como muitas – quer ser aceita. Então quando postava em uma rede social e não recebia as curtidas desejadas, essa criança se emburrava. E eu achava que era o adulto que se emburrava por desejar impactar mais pessoas. Me enganava.

Para o adulto, postar já é suficiente. Aprender e aprimorar já é suficiente. As curtidas fazem parte do processo. Mas para a criança não ter curtida é como se não fosse aceita.

Depois que entendi isto, parei de me preocupar com as curtidas. E ajo a partir do adulto que quer compartilhar para quem quiser receber.

Deste insight surgiu a percepção que a forma de liderar de cada pessoa está ligada à sua criança ferida. E foi assim que nasceu a proposta do workshop que irei lançar em março.

Vícios emocionais

Em outubro eu participei de um retiro xamânico e me dei conta – em uma das conversas com a xamã – que temos vícios emocionais. Vício de sentir a mesma emoção. E geralmente é uma que nos remete a criança ferida.

E o mais impressionante disto tudo é que buscamos relações, situações e contextos que irão gerar esta emoção. Ou enxergarmos o cenário de um jeito equivocado para sentir aquela emoção. Ou me comporto de uma maneira que provoca a situação que gera o vício emocional.

Ao perceber isto, fiquei mais atento as minhas ações e quando vivenciava a minha “emoção central” para perceber se estava – ou não – neste ciclo vicioso. E geralmente eu estava.

Crenças centrais

A partir das feridas e vícios emocionais construímos as crenças limitantes que orientam nossos comportamentos.  Nas sessões de mentoria e desenvolvimento de equipe eu comecei a propor exercícios para identificar as principais crenças limitantes dos gestores e equipes.

Uma coisa interessante que descobri é que as crenças limitantes são criadas a partir da imaginação do pior cenário. Por exemplo: se eu der feedback, a pessoa vai me odiar.

O segundo ponto é que a crença limitante geralmente revela aquilo que desejo evitar.

A “brincadeira” que comecei a fazer é construir orações sobre as crenças limitantes versus aquilo que a pessoa ou a equipe está deixando de ganhar por seguir estas crenças.

Exemplo de uma crença limitante identificada em um desenvolvimento de equipe que facilitei na República Dominicana:

Preferimos evitar o conflito do que correr o risco de nos distanciarmos. (Grupo República Dominicana)

Contexto

Esta descoberta – para mim – é o grande pulo do gato da liderança. Mas infelizmente menos de 1% a praticam.

Uma das principais capacidades da liderança é criar contexto. Ao criar contexto você cria engajamento, segurança e coesão. Fica mais fácil dar feedbacks, monitorar, delegar e tomar decisões.

Para criar contexto a liderança precisa: criar o propósito, impacto e legado desejado pela equipe, construir comportamentos orientadores, compartilhar seu estilo de gestão, rituais e regras do jogo e conhecer os sonhos, os motivadores e o que é significativo para cada pessoa. (Henrique Inteeri)

A importância da Previsibilidade

Ser um gestor previsível é o que gera segurança na equipe e a abertura para confiar. Sem isto a equipe tende a viver no medo e paralisar.

Mas para previsibilidade acontecer é importante que a liderança possa expressar o que é essencial para ela e como age em determinadas situações.

Treinamentos

Para finalizar percebi que a forma que dava treinamentos não era a melhor forma. Não era sistêmico.

Um treinamento sistêmico precisa envolver os gestores de quem faz o treinamento, mas também deve contar com a participação das equipes. Inclusive em alguns módulos.

Um treinamento sistêmico deve ter momentos individuais e momentos coletivos, pautados pelo autoconhecimento. Um treinamento sistêmico deve ter muita aplicação prática, no dia a dia do trabalho.

Depois que desenhei um modelo de treinamento a partir destas premissas, cerca de 70% da turma começou a aplicar os seus aprendizados.

Desejo que estes “tapas da cara” te tragam bons aprendizados e práticas. E que 2024 seja um ano repleto de vida, saúde e crescimento.

Lembre-se o visível orienta. O invisível move. (Henrique Inteeri)
Analucia Campos

Consultora e Coach de Carreira na Analúcia Campos Treinamentos

1 a

Henrique amei teu POST! É sobre isso. Me identifiquei com vários "tapas descritos". Me fez refletir sobre algumas atitudes minhas e entender algumas reações de pares e subordinados. Que bom que podemos contar com essas valorosas dicas dos colegas ! Obrigada por tanto. Um abraço

Jefferson Galdino

Chefe de Benefícios de Saúde e Qualidade de Vida

1 a

Henrique, gosto muito de ler e ouvir o que publica, sempre com muita reflexão, contando como a experiência lhe transforma ou transformou, e isso gera empatia. Grato por todas as reflexões de 2023, que venham muitas em 2024.

Deise Cavignato

Gerente de conteúdo | LinkedIn | Redação Criativa | Agilista | LACP | Professora Universitária | Palestrante | ESG

1 a

Que bom que aprendeu tantas coisas neste ano. Espero que o próximo seja também de muitos aprendizados, mas sem sofrimentos, rs. Feliz 2024 para todos nós!

Gerson Luiz Zimmer

CEO NION | Consultoria | Palestrante | Liderança | Governança | Cultura | Mentoring | Coaching | Planejamento Estratégico | Métodos Ágeis;

1 a

ótima reflexão Henrique

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