Outra fábrica fechada no Brasil
Em dezembro escrevi este artigo sobre o fechamento da fábrica da Lilly em São Paulo.
Agora é a vez da Roche no Rio de Janeiro.
E tem outras na fila para se despedirem da terra brasilis.
Até quando?
Enquanto temos a quinta maior população do planeta, somos apenas a nona maior economia.
O potencial para o segmento de saúde, não fosse a população em sua vasta maioria desprivilegiada economicamente e integralmente dependente do SUS, é enorme.
Me lembro que em 2002, quando trabalhava para uma grande farmacêutica americana, os relatórios do IMS-Health (hoje IQVIA) apontavam o Brasil como o país com maior potencial de crescimento, atrás apenas da India. Com esses dados, os investimentos fluíam naturalmente para cá.
Mas as coisas mudaram. Analisemos o PIB histórico:
Lembrem que em 2009 por conta do estouro da bolha americana do sub-prime o mundo todo caiu, mas a partir de 2011, o Brasil se descolou dos demais países e iniciou o longo ciclo recessivo que nos trouxe até esse duro momento onde as empresas, que não são entidades filantrópicas, tomam decisões baseadas em resultados financeiros.
Não vale a pena investir em alta tecnologia no Brasil, vamos perder o bonde da biotecnologia. Nossa mão de obra é desqualificada. Nosso sistema tributário é um fardo. Não produzimos insumos. Importamos quase 100% de tecnologia industrial. A burocracia da máquina pública é um impeditivo. A logística para a distribuição é cara. Os preços de medicamentos são controlados. E empresas visam lucro.
Em outras palavras, ou reformamos tudo (não somente a previdência) e voltamos a crescer nosso PIB, ou vou cansar de escrever artigos como esse.
Perde o Brasil. Ganham os países que cuidam de sua economia.
Neste momento, e infelizmente para quem aqui vive, isso só demonstra que minha decisão pessoal de sair do Brasil é acertada.
Leiam aqui a matéria com a notícia do fechamento da Roche publicada no Valor de hoje.
Diretor | RAC Sistemas
5 aTriste
Analista Corporal e Comportamental
5 aJorge Luiz W. Roque