Pandemia evidencia que investimento em tecnologia não pode parar na área da saúde

Pandemia evidencia que investimento em tecnologia não pode parar na área da saúde




A tecnologia é um fator de transformação para todo tipo de negócio. À medida que empresas buscam soluções tecnológicas para suas operações, a tendência é que seus produtos e/ou serviços ganhem qualidade e escala, além de observar uma possível redução de custos operacionais. Até pouco tempo atrás havia uma resistência em relação a este tipo de investimento contínuo no setor da saúde. A pandemia chegou e impulsionou a transformação digital em hospitais, clínicas e laboratórios.

Neste cenário cheio de incertezas, a tecnologia vem ganhando espaço. Muitas tecnologias que estavam prontas e já se mostravam completamente usuais em outros locais do Mundo se encontravam paradas há anos, esperando alguma regulamentação ou aprovação de órgãos nacionais.  Alguns avanços que levariam até 15 anos para se tornarem concretos precisaram ser acelerados em diversas áreas desde a adoção de robôs, passando por adoção “impositiva” de telemedicina e, claro, soluções mais robustas de segurança.

Historicamente há um problema cultural no setor de saúde. Os gestores não atualizam suas tecnologias com a frequência que deveriam. Conforme o tempo passa, soluções ficam defasadas, obsoletas, enquanto novos softwares, soluções e ferramentas surgem para resolver diversos problemas relacionados.

A pandemia escancarou a necessidade de sempre contar com tecnologia de ponta principalmente por dois motivos:

Operações e atendimento

Numa situação extrema como essa causada pela Covid-19, é preciso atender o maior número de pessoas, num menor tempo possível, logo, não se pode correr riscos de ‘down time’.

Para viabilizar estes atendimentos sem perder tempo, é preciso ter soluções que garantam redundância de dados, sistemas, comunicações e planos de contingência bem formulados e testados, inclusive com simulações.

A não interrupção dos serviços e do fluxo de informações em um sistema de saúde é uma prioridade que pode ser literalmente caso de vida ou morte em um ambiente de saúde digital.

Outra área da tecnologia que tem colaborado muito com o setor da saúde é a robótica. Robôs que auxiliam médicos e enfermeiros em determinadas tarefas estão sendo utilizados em algumas das maiores instituições do Brasil, como o Hospital das Clínicas de São Paulo.

Além disso, a busca por consultas via telemedicina disparou no Brasil. Somente até agosto foram registradas mais de 1,7 milhão de consultas médicas por vídeo no país.

Projetos de telemedicina têm o potencial de diminuir drasticamente o custo dos cuidados de saúde em todo o ecossistema, desde os pacientes até as seguradoras. Disponibilizar este tipo de atendimento aumenta a produtividade sem necessidade de deslocamentos de especialistas ou pacientes.

Segurança

A outra razão é que nunca se sabe quando a instituição de saúde pode ser alvo de hackers com seus famigerados ataques de ransomware. A INTERPOL detectou um crescimento significativo no número de tentativas destes ataques direcionados a instituições e infraestruturas que desempenham um papel fundamental na luta contra o coronavírus.

Em setembro de 2020, houve o primeiro óbito causado por um ataque de ransomware no Mundo, O episódio foi registrado em Duesseldorf, na Alemanha. O ataque causou interrupção nas operações do hospital e uma mulher que seria atendida no local morreu ao aguardar sua transferência para uma unidade médica a mais de 30 km de distância.  

Como o setor da saúde está em evidência em todo o Mundo, é natural que os cibercriminosos busquem obter lucro nesta vertical.

Segundo o Gartner, pagar após ataques de ransomware traz grandes riscos. O custo médio de um pagamento de ransomware no primeiro trimestre de 2020 foi de US$ 178.254, segundo uma sessão do Gartner’s Security & Risk Management Summit, sem contar o prejuízo causado pelo tempo de inatividade. Ainda assim, mesmo após o pagamento, cerca de 4% dos dados sequestrados são irrecuperáveis.

Soluções de segurança com sistemas avançados de autenticação e monitoramento de acessos permitem alertas a perigos de quebra do perímetro de segurança. Esse tipo de solução tem foco principalmente no paciente quanto à proteção da privacidade das informações de saúde e a ameaças de violações de segurança cibernética.

Por estes motivos, instituições devem investir de maneira contínua em acesso à Internet Banda Larga com redundância, plataformas de vídeo conferência, Instrumentos Médicos Digitais, aplicativos que facilitem o dia a dia dos profissionais de saúde, entre outras ferramentas inovadoras para aumentar a produtividade médica e qualidade dos serviços prestados aos pacientes.

O que os médicos e dirigentes precisam saber é que se há alguma chance do sistema de saúde brasileiro estar preparado para atender a demanda por serviços médicos, que cresce de forma vertiginosa ano após ano, a medida que ocorre o envelhecimento da população, e com os custos cada vez mais sendo superiores a capacidade de remuneração pelas operadoras e da adesão por parte de beneficiários,  é com a adoção de tecnologias capazes de automatizar processos e de agregar inteligência na prática médica.

É preciso abandonar o ceticismo e a resistência natural do ser humano aquilo que é desconhecido e se predispor a conhecer o novo, se abrir para as possibilidades, se permitir ao menos o benefício da dúvida, de forma que a classe médica em geral busque compreender os benefícios das inovações para o serviço assistencial, que em última instância tem o mesmo propósito: o de salvar vidas.

Sonia Poloni é Business Development Manager para Saúde e Educação na Added Soluções em TI.

 
Artigo publicado originalmente na Revista Telemedicina da Associação Paulista de Medicina (APM) com a InfraDigital. Edicação de Março/2021        

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Gostei muito de seu artigo Sônia Poloni! Parabéns!

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