Panem et circenses

Uma análise:

As histórias de corrupção em nossa política se repetem. E atuação não é a favor da maioria. Antes, cito um trecho sobre mudança social de Hans Gerry e C. Wright Mills.

 "E de um velho adágio romano, aprendemos que: os tempos mudam e com eles mudamos nós".

É reflexivo ver hoje o Supremo Tribunal Federal julgar um presidente do Senado, acusado de receber dinheiro de um lobista para pagar pensão a uma filha fora do casamento.

Réu na Corte

Mesmo se tornando réu na corte pelos crimes de peculato, falsidade ideológica e uso de documento falso, existe a possibilidade da falta de punição por prescrição dos crimes.

O peemedebista também é alvo de 11 investigações no Supremo, sendo oito relacionados à Operação Lava Jato, por suspeita de participação dele no esquema de desvio de dinheiro da Petrobras.

Seria "exesso"? Para ele sim!

Em uma da várias negativas, Renan disse acreditar que todos os inquéritos sejam arquivados, pois confia na justiça e na sua inocência.

O julgamento de hoje para dizer se aceita ou não uma denúncia de 2013, não traz nenhum conforto. O resultado de oito votos a favor e três contra de fato possibilitou o presidente do Senado como réu (pela primeira vez). Mas que continua à frente do Senado e como o representante na linha sucessória de substituição do presidente da República. Com as oitivas e o mandato que termina em fevereiro de 2018, o tempo será curto diante dos recursos a se analisar e se de fato existe um inocente sendo injustiçado.

Continua: mesmo sendo réu na corte, 11 inquéritos a responder, inclusive da lava-jato. Um representante nosso!

Gradual expansão

O caminho foi longo para se chegar a votação desta quinta-feira (01). A  denúncia da Procuradoria-Geral da República começou a ser investigada em 2007. Depois veio uma tramitação no STF de quase três anos e vários recursos. Leia de novo. Dá para perder o fólego.

Tudo isso nos leva de volta ao ano de 2007. Ano em que Renan Calheiros ocupava à presidência do Senado. Naquele ano, a pressão fez com que ele renunciasse ao cargo de presidente da casa. Foi em 04 de dezembro, numa terça-feira. Mesmo assim se manteve como senador, sendo reeleito em 2014.

Voltou pela porta da frente com o voto popular e aliados políticos.

Casos como o de políticos como Renan Calheiros e de tantos outros, sejam de direita ou esquerda (embora a distinção entre ideologias se desconfiguraram com a crescente complexidade das estruturas sociais) são recorrentes.

O personagem aqui hoje é o presidente do Senado Renan Calheiros - que não vem escrevendo um história bonita de se ler do cenário político. Infelizmente, vários outros personagens da vida real estão em todas as esferas públicas. Não para governar...

Panem et circenses 



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