Para bom OBSERVADOR, meia palavra basta.
Sempre desejei alterar este ditado, trocando entendedor por observador. Seu entendimento vai muito além do que ele diz, o que é quase uma tautologia. O que ele diz sobre os bons entendedores pode ser aplicado ao entendimento de seu próprio enunciado.
Por quê?
Bom, prá começo de conversa, em uma sociedade que se diz literal, racional, e objetiva, falta muita observação. Observação do outro. Observação do contexto. Observação dos envolvidos. Afinal, o bom entendedor não é um bom observador de enunciados. Ou de palavras. A meia-palavra que lhe basta é justamente porque ele observa o restante. Está atento. É um bom observador.
Alguém que lê muito pode ser um bom entendedor? Depende. Ele lê pessoas também?
Alguém que interage muito pode ser um bom entendedor? Depende. Ele interage falando, ou ouvindo?
Necessitamos de bons entendedores. Temos muitos canais para falar com as pessoas, 24 horas do dia. Canais instantâneos. Mas estamos realmente, ligados a estas pessoas, para entender o que querem dizer com um “tá tudo bem.” ? Quantas entrelinhas, anseios, mágoas ou dúvidas há atrás de um beijo de oi, ou de tchau?
O bom entendedor entende as meias palavras porque é um bom observador. Seu sentido, antes mesmo de seus meios de contato telefônico, de internet ou afim, está ligado.
Aguce suas antenas.
Seja um bom observador.