Para o próximo ano, um conceito de felicidade novo
Mais um ano chegando ao fim e este é sempre um momento de compartilhar reflexões.
A minha hoje refere-se a felicidade.
Me pus a analisar sobre os momentos que vivi em 2018 e sobre os meus desejos do que viver em 2019.
E felicidade, claro, está sempre entre os desejos referenciais mais plenos do que parece ser o que todo mundo busca na vida.
A gente vive tão iludido com a representação do que ser feliz significa que vivemos a vida correndo atrás dela como se fosse o ponto final de um trajeto, mas nunca as reticências do caminho.
Não. Felicidade não é um alvo a ser buscado. Não é um lugar a ser alcançado, um destino a ser encontrado. Felicidade é uma estrada a ser construída todos os dias, na observação das belezas que se encontra nos trajetos, nas novas direções, nas mudanças de rota.
É ilusório ter como felicidade uma vida prescindida de dor, de angústia e de tristeza. É insano e ingrato imaginar que ser feliz é ter tudo o que sonha, estar plenamente confortável no emprego conquistado, ganhar muito dinheiro, não deixar-se abalar nunca e permanecer sempre na mesma direção.
A verdade é que todas as estações reais que conflitam com este nosso ideal ilusório de felicidade são as partes mais necessárias dessa vida. Os momentos não tão belos, que insistimos chamar infelizes, são, na verdade, o que nos impulsionam a sempre seguir em frente.
São nestas nuances que a nossa alma respira, se renova, descama tudo aquilo que é velho de tal forma que ele possa fazer surgir-se novo.
Por isso, em 2019, desejo a você e a mim que não nos apeguemos mais na ilusória definição de felicidade como sendo um “estado das coisas”, uma vida sem problemas, um mundo “cor de rosa”, a ausência de dor e de crise.
Em Jesus, são “felizes os que choram” e isso diz muito sobre a realidade de todo mundo aqui. Sua vida, e também a minha, sabemos, é constituída de muitos matizes, muitas estações, muitos altos e baixos, muitos dias de tempestade, mas também de lindos céus de brigadeiro, e, como diz o sábio Salomão em Eclesiastes: “É na tristeza do rosto que se faz melhor o coração”.
Por isso, que em 2019 nós saibamos valorizar até os momentos baixos, ver alguma beleza nos dias cinzas, nas reviravoltas, nas desistências, no alterar de rotas. Que saibamos nos aprender felizes até nos momentos escuros, pois isso é o que realmente nos condiciona a enxergar os iluminados e nos põe gratos no encerrar de cada novo ano.
Mais do que um feliz ano novo, desejo que a gente feche 2018 propensos a descobrir um conceito de felicidade novo para o nosso próximo ano.