Para vender seu valor, abra mão do ego: um novo olhar para palestrantes e mentores
Sabe, uma coisa em que tenho pensado muito ultimamente é o equilíbrio entre o ego e a humildade no nosso universo de palestras, treinamentos e mentorias. Como palestrantes e treinadores, sabemos o peso que nossa trajetória tem. Somos especialistas em transformar nossas experiências em algo que inspire outras pessoas, e é natural que reconheçamos o valor que temos para oferecer. Mas será que, em algum momento, não acabamos deixando que o ego nos impeça de enxergar além de nós mesmos?
Muitas vezes, estamos tão focados em nosso próprio valor que esquecemos de olhar para a sabedoria que outros profissionais podem nos trazer. Já reparou como há muitas pessoas que passaram pelas mesmas dores e desafios que nós? Pessoas que, além do sucesso, já trilharam esse caminho e têm uma bagagem incrível para compartilhar. E, às vezes, por causa do ego, acabamos ignorando essa ajuda. No fim das contas, isso só torna a caminhada mais pesada e cheia de obstáculos, como um fardo invisível que carregamos sem perceber.
Interessante também como esse ego pode nos levar a julgar outras ofertas de conhecimento que chegam até nós. Quando alguém nos apresenta uma proposta para ajudar a curar uma dor ou nos desenvolver em alguma área, quantas vezes focamos apenas no preço e esquecemos de enxergar o valor real que essa entrega pode ter? Analisamos friamente o valor monetário e, muitas vezes, não acreditamos que outro mestre possa realmente nos agregar algo. Mas, quando é o contrário — quando nós apresentamos uma proposta e sentimos o julgamento alheio sobre o nosso preço — nos sentimos frustrados e desiludidos. É uma armadilha fácil de cair, mas importante de reconhecer.
Outra coisa que me chama atenção é como, nesse processo, alguns de nós acabam dando uma importância enorme às chamadas “métricas de vaidade”. Quantos seguidores eu tenho? Quantas curtidas? Como está a minha presença digital? Eu entendo que é tentador focar nisso, mas será que é isso que realmente importa para o nosso público?
Nosso impacto real está no presencial, nas palestras e treinamentos, no que transformamos ao vivo, e não apenas nos números das redes sociais. E quando priorizamos as métricas digitais, muitas vezes deixamos de lado o impacto direto, que é onde realmente fazemos a diferença.
Então, diante dessa pressão, vem o ponto sobre vender nosso próprio trabalho. Quantas vezes acabamos terceirizando essa função, buscando agências e outras instituições para “vender” nossa palestra, nosso treinamento? Será que realmente faz sentido? Eu acredito que quem melhor sabe comunicar o valor do nosso trabalho somos nós mesmos. E quando falamos sobre o que fazemos, sobre o que acreditamos, estamos vendendo de forma autêntica — e não apenas fazendo uma transação comercial.
E aqui vai uma reflexão importante: enquanto estamos presos a esse ciclo de ego e métricas de vaidade, deixamos de investir em algo fundamental... deixamos de buscar sabedoria em quem já trilhou o caminho que estamos tentando percorrer no mundo do conhecimento, em grandes palcos. Às vezes, tudo o que precisamos é um pouco mais de humildade para enxergar que, sim, outras pessoas podem nos ensinar a aliviar o peso, a tirar as pedras do caminho e a caminhar de forma mais leve e mais longe.
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Pense nisso: o que aconteceria se, em vez de esperar que o mundo reconheça nosso valor, decidíssemos valorizar o aprendizado contínuo, investindo em nos tornar melhores e mais completos? Porque, na verdade, não existe nada tão bom que não possa ser melhorado... Será que isso não tiraria esse peso, essa sensação de carregar uma pedra no sapato que nos impede de andar mais rápido?
No fim das contas, é isso que gostaria de compartilhar com você. Que possamos encontrar esse equilíbrio entre reconhecer o próprio valor e ter a humildade de aprender com outros. Que possamos enxergar que o ego deve ser um aliado, não uma barreira. E que, ao compartilhar nossa mensagem com autenticidade, promovamos nosso trabalho de uma forma que realmente toque o outro. Afinal, a melhor ferramenta para vender o que temos a oferecer é a nossa própria voz.
Será que estamos verdadeiramente comprometidos em expandir nosso impacto ou apenas em alimentar o reflexo do nosso ego? Vale a reflexão...
Audrey Chuery Líder da Rede Global de Palestrantes e Treinadores K.L.A.