Paralisia ou Renovação na Saúde?

O psicólogo sueco Claes Janssen sugere uma imagem de 4 quartos para os processos de mudança. O percurso segue do quarto do Contentamento, onde desfruta-se e comemora-se o conforto do sucesso, ao quarto da Negação, onde já se sente um certo desconforto com um contexto não tão favorável, mas não o suficiente para mudar. Quando “cai a ficha” de que algum movimento é necessário, entra-se no quarto da Confusão. “O que fazer?”. Daí há 2 escolhas/destinos: paralisia, pois a teimosia perpetua a negação, ou um arregaçar as mangas para caminhar para a Renovação. Aí um novo ciclo se inicia, de outro lugar, a partir de novas demandas e desafios. A Saúde no Brasil encontra-se claramente no quarto da Confusão. Há tempos já se percebe que será difícil caminhar organicamente como Sistema para se reinventar, pelas razões q há muito se discute. “Sempre foi assim...Por quê mudar?”. “O fundo do poço nunca chega”. Até que se rompe o hábito para provocar uma nova ordem. Mudanças trazem custos econômicos, culturais e sociais. Mudar pede coragem, disponibilidade para ouvir, colaborar e negociar novos combinados, que sejam melhores para todos. Que esteja na pauta deste novo momento da Saúde mais sintonia com transições já em curso: do foco na doença para a saúde, da centralidade no médico/hospital para o paciente (que está mais informado e disposto a COcriar sua jornada de saúde), do prescritivo para o preventivo, de dados fragmentados e grande assimetria para mais integração e transparência, do pagamento por serviço para o baseado em valor. A escolha é clara: o porão da Paralisia ou o quarto da Renovação.