Parcerias estratégicas e os Governos

Apesar das crises econômicas, desastres ambientais, da ausência de saneamento básico, segurança e comida para bilhões de pessoas; apesar da enorme capacidade que o homem tem de poluir os rios e o ar, da falta de mecanismos eficientes para que governos consigam cumprir com seus deveres e obrigações junto às sociedades, apesar da nossa realidade energética - a principal fonte de energia utilizada pelos seres humanos  é, há mais de duzentos anos, constituída por combustivéis fósseis (carvão, petróleo, gás) -, existe no mundo um entendimento, um movimento, infelizmente ainda bastante descoordenado, que oferece a solução para dias melhores: parcerias e investimento social privado.  

É passada a hora de pensarmos numa concepção de desenvolvimento, centrada nas necessidades humanas, que garanta a reprodução da natureza, evite o desperdício e não esgote os bens que precisamos para viver. É hora de nos unirmos.

Cabe a indagação: quais são os principais atores, os mais interessados para que tenhamos uma melhor qualidade de vida? Governos e empresas privadas.

Governos porque é essa sua missão, seu mandato, sua razão de existir. Empresas privadas porque sem clientes bem educados, com bons empregos, boa saúde e bem preparados, não existirão consumidores para seus produtos.  

A realidade é que as empresas privadas cada vez mais compreendem a importância do investimento social, como ele pode contribuir para o desenvolvimento de seus negócios e efetivamente fortalecer as relações com a sociedade e o governo local. Por outro lado, ano a ano aumenta a compreensão que os governos - federal, estaduais e municipais - necessitam de uma aproximação estratégica com as empresas até porque é evidente que o poder público não consegue entregar com qualidade todos os serviços que os contribuintes merecem e precisam. A quem recorrer senão àqueles que detêm as melhores tecnologias e compromisso permanente com resultados?

A  importância da relação entre investimento social privado e parcerias estratégicas se dá quando entendemos a simples realidade das coisas, em outras palavras, a relação da contribuição que cada um desses atores – empresas privadas e governos - entregam para a sociedade.

Vejamos: a contribuição das empresas privadas ocorre, dentre outras formas, por meio da criação de empregos e do pagamento de impostos - para os governos. Já a contribuição dos governos deveria ser a gestão eficiente, responsável e transparente dos recursos e a entrega dos serviços de qualidade para população, financiados a partir de tais impostos, além do compromisso de investir no desenvolvimento humano e social de forma sustentável.

Na medida em que fica óbvio que os governos não estão dando conta do recado, é ainda mais óbvia a necessidade de uma aproximação não só porque as empresas privadas estão entre os principais mantenedores do sistema, mas também e - talvez mais importante - porque tipicamente vêm das empresas as soluções criativas, inovadoras e de resultado que governos ineficientes, como é o caso do Brasil, não oferecem.

Há de se dar as boas vindas às oportunidades que resultem em soluções benéficas para milhões de brasileiras e brasileiros. O caminho para se lá chegar passa por dois nomes: parcerias e investimento social privado.   

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