Paris 2024: Reflexões sobre Inclusão, Sustentabilidade e o Futuro do Esporte Global

Paris 2024: Reflexões sobre Inclusão, Sustentabilidade e o Futuro do Esporte Global

Os jogos olímpicos de Paris ocorreram entre 26 de julho de 2024 – 11 de agosto de 2024

As Olimpíadas de Paris 2024 foram muito mais do que um espetáculo esportivo; elas proporcionaram uma plataforma para discussões sobre inclusão, sustentabilidade e o futuro do esporte global.

As atletas Brasileiras foram responsáveis por conquistarem 12 das 20 medalhas para o Brasil. Apenas mulheres conquistaram medalhas de ouro para o país: Beatriz Souza no judô, Rebeca Andrade na ginástica artística e a dupla Ana Patrícia e Duda no vôlei de praia. Na prata, foram mais duas de Rebeca, além da vitória de Tatiana Weston-Webb no surfe. Já o bronze brilhou para Rayssa Leal no skate, Larissa Pimenta no judô e Bia Ferreira no boxe.

A primeira participação de uma mulher nos Jogos Olímpicos foi em 1900. Um século depois, elas passaram a representar quase a metade do número total de participantes. As Olimpíadas de Londres 2012 marcaram um momento histórico ao ser a primeira edição em que todos os países tiveram uma mulher entre seus atletas.

Neste artigo, exploramos os eventos e decisões que marcaram esses Jogos, destacando as histórias dos atletas que se sobressaíram, os desafios enfrentados e as lições que podem ser levadas para futuras edições.

Cerimônia de Abertura e Sustentabilidade: Um Compromisso em Evolução

A cerimônia de abertura das Olimpíadas de Paris 2024 foi notável por seu enfoque na sustentabilidade e na celebração dos valores olímpicos. Contudo, os desafios enfrentados em termos ambientais, como a necessidade de adiar competições de natação devido à poluição no Rio Sena, mostraram que ainda há um caminho a percorrer.

A poluição no Sena ressaltou a importância de se investir em infraestruturas mais sustentáveis para sediar eventos globais, refletindo a complexidade de equilibrar a grandiosidade dos Jogos com um compromisso genuíno com o meio ambiente.

Este episódio do Rio Sena sublinha a necessidade de maior alinhamento entre discurso e prática. À medida que a sustentabilidade se torna uma prioridade crescente nas agendas globais, futuras cidades-sede terão que adotar abordagens mais concretas para garantir que suas ações correspondam às suas ambições ambientais.

Atletas Brasileiras: Determinação e Conquistas em Paris

As atletas brasileiras desempenharam um papel de destaque em Paris 2024, demonstrando força e resiliência em diversas modalidades. Nomes como Rebeca Andrade, que conquistou o ouro na ginástica artística, e Ana Marcela Cunha, que levou a prata na maratona aquática, foram protagonistas de grandes momentos para o Brasil.

Apesar de uma queda no número de medalhas de ouro em comparação com edições anteriores, o Brasil conseguiu sua segunda melhor campanha em termos de total de medalhas. Essas conquistas ressaltam o talento e a dedicação dos atletas, mesmo em face de desafios como a redução de investimentos no esporte.

O desempenho das atletas brasileiras em Paris 2024 reflete o impacto positivo do talento individual e da preparação rigorosa, ainda que em um contexto de desafios estruturais. Esse sucesso sublinha a importância de políticas de incentivo ao esporte que possam garantir a continuidade e o crescimento do desempenho atlético do Brasil em competições internacionais.

Veja as medalhas conquistadas pelas mulheres do Brasil

  • Ouro – Bia Souza (Judô)
  • Ouro – Rebeca Andrade (Ginástica Artística)
  • Ouro – Ana Patrícia/Duda (Vôlei de praia)
  • Prata (2) – Rebeca Andrade (Ginástica Artística)
  • Prata – Tati Weston-Webb (Surfe)
  • Prata – Futebol feminino
  • Bronze – Larissa Pimenta (Judô)
  • Bronze – Rayssa Leal (Skate)
  • Bronze – Ginástica Artística (equipes)
  • Bronze – Bia Ferreira (Boxe)
  • Bronze – Vôlei feminino


Beatriz Souza, Rebeca Andrade e a dupla Duda e Ana Patrícia: medalhistas de ouro do Brasil em 2024 são todas mulheres

Inclusão e Diversidade: Desafios e Avanços em Paris 2024

As Olimpíadas de Paris 2024 também foram um momento importante para discutir inclusão e diversidade, especialmente no que diz respeito à participação de atletas trans. A inclusão de atletas trans foi um tema sensível, gerando debates sobre como equilibrar os princípios de inclusão e equidade nas competições esportivas.

A Folha de S.Paulo destacou as discussões em torno da necessidade de diretrizes mais claras por parte do COI, que poderiam ajudar a evitar controvérsias e a garantir uma competição justa para todos os participantes.

As Olimpíadas de Paris 2024 reforçaram a necessidade de um debate contínuo sobre inclusão e diversidade no esporte. A clareza nas políticas é fundamental para garantir que todos os atletas possam competir em condições justas e equitativas, promovendo o respeito e a inclusão sem comprometer os princípios da competição.

Encerramento Divisivo: O Que Fica de Paris 2024?

A cerimônia de encerramento de Paris 2024 foi um espetáculo de luzes e celebrações, mas também gerou divisões e críticas, especialmente em relação aos comentários e a coreografia apresentada. A crítica ao uso de celebridades como Tom Cruise e performances de artistas internacionais como Red Hot Chili Peppers e Billie Eilish, levantou questões sobre o equilíbrio entre o espetáculo e o respeito ao espírito esportivo.

Ficou evidente na opinião pública e de especialistas, como Milton Cunha, que a cerimônia, tentando agradar a uma audiência global diversa, pode ter perdido a conexão com os valores que deveria promover.

A cerimônia de encerramento de Paris 2024 destacou o dilema entre o entretenimento e a celebração dos valores olímpicos. Embora espetacular, o foco excessivo em celebridades e performances artísticas pode ofuscar o verdadeiro propósito dos Jogos: celebrar o esforço, a dedicação e o espírito esportivo dos atletas. As Olimpíadas precisam, cada vez mais, encontrar um equilíbrio que respeite e valorize seus princípios fundadores.


Paris 2024 será lembrada tanto pelas conquistas esportivas quanto pelas controvérsias que levantou. Esses Jogos deixaram claro que, embora haja avanços significativos em termos de inclusão e sustentabilidade, ainda há muito a ser feito para que o esporte se torne uma plataforma verdadeiramente justa e equitativa.

Representatividade feminina

Desde sua primeira edição na Era Moderna, em 1896, em Atenas, até Londres, em 2012, os Jogos Olímpicos cresceram ao ponto de se transformarem no maior evento do planeta e único capaz de reunir delegações de mais de 200 países em uma mesma cidade. Para se ter uma ideia da força dos Jogos na atualidade, nem mesmo a Organização das Nações Unidas (ONU) consegue agregar tantas nações. 

A tradição olímpica remonta há 2.500 anos e tem origem na Grécia Antiga. Naquele tempo, foram disputadas quase 300 edições, que deixaram de ocorrer tempos depois da invasão dos romanos à Grécia.

A representatividade feminina ainda está engatinhando. A primeira participação de uma mulher nos Jogos Olímpicos foi em 1900.

Para as futuras edições, é essencial que as cidades-sede, as organizações esportivas e os governos se comprometam não apenas com a retórica, mas com ações concretas que promovam a igualdade, a inclusão e a sustentabilidade. Somente assim o espírito olímpico poderá florescer plenamente, refletindo o que há de melhor na humanidade.


Fontes:

Folha de São Paulo

Globo Esporte

Estadão

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