PARTE II – 7 passos para criar um projeto com impacto social

PARTE II – 7 passos para criar um projeto com impacto social

Na parte I abordamos o empreendedorismo social empresarial, mas eis que chegou a hora de falar de ti e das tuas ideias para marcar o mundo!

 

Se um empreendedor com uma boa ideia consegue lucrar milhões de euros para o seu negócio, um empreendedor social com uma boa ideia pode mudar a vida de milhões de pessoas.

 

Pode parecer que o empreendedorismo social é uma construção do século XXI, mas desengana-te! Obviamente que o termo é recente, mas a ação em si não é. Já ouviste falar da britânica Florence Nightingale? Ela viveu no século XIX e, influenciada pelo que experienciou enquanto voluntária num cenário de guerra, fundou a primeira escola de enfermagem do mundo em 1860. Deste modo, devido à sua visão e trabalho em prol da comunidade, Mrs. Nightingale é considerada por muitos uma pioneira neste campo do empreendedorismo e um modelo de empreendedora social.

 

Nos dias de hoje, a procura por projetos que causem impacto positivo na sociedade é cada vez mais intensa e o equilíbrio entre lucro e relevância social uma realidade.

O empreendedor social encontra um problema que ainda não era reconhecido pela sociedade ou vê esse problema de uma perspetiva diferente, apresentando soluções inovadoras para problemas do dia-a-dia. Desse modo, o Instituto do Empreendedorismo Social considera-o “um catalisador da mudança que resolve eficazmente problemas da sociedade”.

É no seio de uma comunidade que o empreendedor social rompe com a visão tradicionaldesenvolve as suas ideias sociais ou ambientais, opera soluções com potencial de transformação e põe em prática novos modelos com margem de crescimento a uma escala global. Na prática, criar e maximizar valor social é a principal característica apontada a um empreendedor social. É, aliás, este atributo que o distingue dos outros empreendedores.

 

Listamos 7 passos que consideramos essenciais na criação de um projeto impactante socialmente:

1. Identificar o problema, apaixonar-se pelo problema, transformar a ideia numa solução

Identifica o problema em que queres trabalhar e dedica-te inteiramente a ele – aprende tudo sobre ele! Deves reconhecer e analisar os fatores que conduzem a esse problema, pois saber o que deve ser “combatido” ajuda a estabelecer uma estratégia.

 

2. Sentir o que o público sente

Conhece o teu público-alvo, aqueles que queres beneficiar com a tua solução. É preciso ir além do superficial, colocares-te no lugar dessas pessoas e sentires na tua pele o que elas sentem. E porque não convidá-las a trabalhar contigo? São uma grande fonte de informação e tê-las do teu lado trará resultados mais eficazes.

 

3. Desenhar um projeto com cabeça, tronco e membros

Escreve que objetivos pretendes alcançar, as ações a concretizar, que pessoas vais precisar do teu lado, que comunicação queres fazer, os indicadores de impacto e o plano de angariação de recursos.

É muito importante que não te esqueças que, ainda que o lucro não esteja em primeiro plano, um negócio de impacto social ainda é um negócio e como tal a receita tem de ser recorrente e, sobretudo, suficiente para a autossustentação. A captação de recursos é uma das áreas mais complicadas, mas já existem muitas formas de financiamento (crowdfunding, investidores, concursos, parcerias, quotas, etc.).

 

4. Confiar tarefas aos outros e confiar nos outros

Lembra-te que sozinho não vais tão longe. Encontra pessoas que também partilhem a tua visão empreendedora e que acreditem no teu sonho! Não é nada má ideia reunir uma equipa multidisciplinar. Diversidade conduzirá a inovação.

Tens de procurar as pessoas certas, trazê-las para o teu lado, partilhar a tua ideia, ouvir sugestões, aceitar contribuições e, acima de tudo, confiar cada tarefa ao seu especialista. A tua “maneira” nem sempre é a melhor… Explora ao máximo as potencialidades e os talentos das pessoas que tens contigo: cria canais de comunicação entre todos para que sintam o empowerment e a responsabilidade pelo êxito final do projeto.

 

5. Promover de forma inteligente

Não deixes de investir em estratégias de divulgação especializadas e relacionadas com a área do teu projeto de modo a captares a atenção positiva das pessoas. Uma comunicação bem estruturada, mais do que gerar visibilidade para o projeto e bons resultados, pode atrair parceiros e colaboradores e inspirar outras pessoas a desenvolverem os próprios projetos.

 

6. Acompanhar o desempenho sem medo do erro e da mudança

Não se comprova a eficácia só no fim (até porque muitas vezes não sabemos quando será o fim), e por isso é crucial a realização de “avaliações intermédias”. Medir o desempenho, recolher feedbacks e sugestões de todos os envolvidos, rever os objetivos iniciais e, principalmente, não ter medo de reconhecer o erro, mudar o que pode ser melhorado e errar novamente.

Facilita o processo se identificares os indicadores de desenvolvimento mais úteis e os acompanhares regularmente!

 

7. Não ficar parado

Não deixes de te questionar, de pensar em novas ideias, de sonhar mais alto, de acreditar nas potencialidades da tua equipa e, muito importante, de investir na formação!

 

Agora não há desculpas para não dares o primeiro passo! Não fiques para trás e embarca nesta nova economia. Está ao alcance de qualquer um deixar uma marca positiva no mundo. Melhor que tudo isto, é a possibilidade de nos apoiarmos uns aos outros, por isso não deixes de partilhar as tuas dicas para ser um empreendedor que cria impacto social!

 

Think social, change the rules!

Rafaela de Melo

(Artigo #ForallSocial publicado no Blog da Forall Phones e em www.forallsocial.com)

 

Fontes: Administradores.comDestino InternetExameAssociação Mutualista MontepioPequenas Empresas & Grandes Negócios

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