Pense mais. Pague menos.
Vivemos uma onda de incertezas e adaptações. Alguns ‘aproveitaram’ tal momento para incrementar o engajamento de sua empresa, outros iniciaram sua empreitada na era digital e muitos começaram uma ‘carreira solo’ no empreendedorismo, tentando transformar os limões do desemprego em uma futura doce limonada de sucesso.
Alguns, desta última categoria, deixaram de lado sua zona de conforto para se aventurar em um segmento inovador - a pandemia resultou em uma demanda altíssima pela entrega de alimentos e por insumos hospitalares, por exemplo. Acontece que, somente após encontrar um imóvel para alugar/comprar, estudar seu público alvo, fechar contratos com fornecedores, o empreendedor escolhe sua marca (como muitos dizem: o nome do seu negócio).
Infelizmente a maioria dos empreendedores quer algo que seja ‘simples’ para ganhar a clientela e, consequentemente, escolhe uma marca de fácil reconhecimento, geralmente fazendo alusão direta aos produtos ou serviços que comercializará/produzirá. No entanto, o que a princípio facilitaria a vida deste negócio acaba tornando-se uma faca de dois gumes, a marca pode ser pulverizada a ponto de que o cidadão não seja capaz de impedir que terceiros concorrentes utilizem deste mesmo sinal marcário. Como disse a ilustre estilista Coco Chanel "Para ser insubstituível, tem que ser sempre diferente."
"Para ser insubstituível, tem que ser sempre diferente." - Coco Chanel.
Daí vem a importância do empresário realizar uma pesquisa no banco de dados do INPI (sozinho ou com a ajuda de um especialista) para verificar se não existem outros empreendimentos, do mesmo setor, que usam a pretendida marca e se tais direitos são exclusivos ou não. Ou seja, é interessantíssimo (lógico!) evitar que seu projeto inicie de pronto reproduzindo ilegalmente a marca registrada de uma outra empresa.
Além de pesquisar a disponibilidade da marca, é formidável destacar que todo este trabalho seja feito antes da contratação do pessoal da papelaria e do marketing digital, por exemplo. Imagine o cenário em que você escolhe a marca, encomenda cartões de visitas, material de expediente e ajuste a criação de sua página no Instagram e, depois de um tempo, após o aviso de um cliente ou a recomendação de um colega, resolve contratar um escritório de propriedade industrial para registrar a marca e uma lojinha lá da Paraíba já tem a marca registrada desde 2010?
Esta dor de cabeça logicamente poderia ser evitada se invertida a ordem de interesse dos empreendedores: pesquisa da marca > caminho livre > depósito no INPI > contratação de marketing + papelaria. Infelizmente esta é uma utopia, uma grande quantidade de clientes perde muito dinheiro por precisar alterar toda sua imagem – o que poderia ser evitado se feita a pesquisa básica logo no início da preparação desta empreitada.
Sócio fundador da GONÇALVES MARCAS & PATENTES S/S LTDA
4 aOxalá que este breve comentário, mas de vera importância, seja considerado por muitos empreendedores. Certamente muitas demandas futuras serão evitadas. Parabéns filha!