People Analytics poderá nos fazer mais humanos ou será paradoxal?
A área de Pessoas tem como missão conseguir que os seres humanos que compõe uma empresa alcancem os resultados de negócios pelos quais a empresa existe. E, ao mesmo tempo, que os seres humanos capitalizem com um efeito boomerang o investimentos de esforços e que cresçam gerando um círculo virtuoso de abundância em nível geral e individual.
Sabemos também que a linha de Salários na maioria dos P&L das empresas é uma das linhas com maior peso, em muitos casos é a mais significativa.
Todos estes seriam argumentos relevantes e irrefutáveis por si só para sustentar que a área de Recursos Humanos nunca poderia ser considerada de apoio ou de serviço e muito menos as suas inciativas uma despesa.
A chegada do People Analytics ressalta e revaloriza a perspectiva humanista da área mais sensível da empresa, permite tomar decisões com base numa metodologia empírica deixando para trás a subjetividade das generalizações ou de experiências análogas do passado.
Analytics favorece decidir em Tempo Real, com base em Dados Reais ajustados e atualizados de minuto em minuto. Esta metodologia nos permite honrar o paradigma mais humanista da decisão, ou seja, a objetividade e a evidencia concreta.
Será paradoxal afirmar que podemos ser mais humanos nos apoiando em dados e na tecnologia?
Ou será paradoxal dizer que somos mais humanos com base na subjetividade individual e nas percepções?
Por anos a celeridade da resposta foi um atributo do valor que aumentava o prestígio de quem era capaz de ter “reação imediata”. Muitas vezes o contexto nos empurrava a nos anteciparmos com diagnósticos baseados no passado, fazendo inferências.
Foram-se os tempos em que não podíamos medir nem prever. Não sabíamos o custo desse suposto valor: a intuição!
Hoje em dia, People Analytics põe ao nosso alcance uma metodologia e ferramentas que valorizam a Área de Pessoas, permitindo-lhe contribuir diretamente nos resultados, incorporando a linguagem do negócio para explicar e resolver seus problemas ao mesmo tempo em que otimiza a experiência de seus colaboradores.
Sem dúvida, People Analytics está mudando o paradigma a partir do qual se tomam decisões e se oferecem as ferramentas necessárias para entender-se o impacto da gestão de RH nos negócios. Neste sentido, desenvolver uma cultura analítica não é somente uma questão de data-science ou de tecnologia.
A arte com que as pessoas desenvolvem os fundamentos de um projeto de People Analytics e com a qual constroem o storytelling analítico é indispensável para conseguir-se que a Área de Pessoas participe com protagonismo nas conversas de negócio.
As pessoas e o analytics se complementam, se completam e criam sinergia.
Uma perspectiva objetiva com base em dados e tecnologia mais a sensibilidade e criatividade que somente as pessoas podem contribuir serão o diferencial nos tempos por vir.
A cultura analítica do “Eu sei, com base em observações comprováveis” que confirmam hipóteses que nasceram com o paradigma do “eu creio”, definitivamente eleva a linguagem do negocio de RH.
“Meu maior desafio é identificar e revelar “o que fazer” para trazer o Futuro ao Presente no Mundo do Trabalho”
Susana von der Heide – President & Thinking Partner – VON DER HEIDE