"Pequenos Gigantes" - O papel do rebocador para viabilizar novas operações no Porto de Santos.

Nos últimos anos, o mercado vem impondo uma regra frente às ameaças aos diversos segmentos da economia, cuja tônica se baseia em “fazer mais com menos”, isto é, maior produção com menor custo.

No comércio exterior, que tem no modal marítimo seu principal meio de transporte, não foi diferente. Navios de grandes dimensões entraram em cena para atender a essa nova realidade, exigindo o cumprimento de requisitos específicos na área portuária e seus acessos.

Nesse contexto, o porto de Santos larga na frente dos portos brasileiros, promovendo, desde 2017, estudos de simulação que visam identificar, equacionar e apresentar soluções para possíveis entraves à chegada desses navios.


Não obstante aos esforços logísticos dos terminais, somados ao programa de dragagem contínua para a manutenção da profundidade mínima do canal de acesso e estuário, até então protagonistas da matéria, evidencia-se, mais uma vez, o caráter de emprego obrigatório do sempre coadjuvante rebocador portuário, visando o recebimento dos navios com mais de 350 metros. Embarcação de pequeno porte, desapercebido por muitos que se encantam com o gigantismo dos navios que demandam o porto de Santos, o rebocador assume fundamental papel na viabilização desse processo.

Devido às suas características de governo, os navios de grande porte necessitam impor um regime de máquinas equivalente à velocidade acima do limite autorizado pela Capitania dos Portos, velocidade essa que além de impossibilitar a tomada das curvas de acesso do canal do porto, promoveria a chamada interação hidrodinâmica com os demais navios atracados nas margens direita e esquerda, cujas consequências são indesejáveis.

Conectado na popa (parte de ré) do navio por meio de um cabo de reboque, o rebocador atua na redução da velocidade do navio, operando em harmonia como leme auxiliar nos trechos sinuosos de acesso ao porto, garantindo a segurança das manobras que são denominadas de Ação Indireta. Raramente empregada nos portos brasileiros, a Ação Indireta exige elevado nível de potência de máquinas e capacidade de manobra dos rebocadores. Orquestrada pelo Prático, embarcado no navio, em perfeita sincronia com o Comandante do rebocador, o pleno domínio dessa modalidade de manobra, já em execução com navios menores, aliado às demais iniciativas supracitadas, configura-se como mandatório e indispensável para a continuidade dos estudos e ações futuras que garantirão o pioneirismo do porto de Santos como principal opção de escala dos navios com mais de 350 metros, presentes nos principais portos estrangeiros, e que em breve estarão demandando os portos brasileiros.

Dennis Teixeira

Sócio Diretor na Saúde MedCenter

6 a

Texto excelente! 👏🏻👏🏻👏🏻

Tatiana Maximiliano

Marketing | Branding | Performance | Communication | Customer Experience | Culture

6 a

Excelente conteúdo! Publique mais materiais assim =)

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