A percepção das mulheres sobre equidade de gênero no mundo corporativo ainda é contraditória.

A FTI Brasil promoveu recentemente o evento anual FTI WIN, que reúne mulheres executivas dos mais diversos setores para uma oportunidade de networking e abertura de um ambiente de discussões sobre questões de equidade de gênero.

De acordo com Cynthia Catlett, Senior Managing Director e lider do grupo no Brasil, “O processo de transformação e mudanças no mercado de trabalho com relação à desigualdade de gênero no universo corporativo tem sido muito discutido nos últimos anos. Com isso em mente, a FTI acredita que eventos como a FTI WIN podem inspirar e encorajar mulheres para se fortalecerem e desenvolverem dentro de suas profissões.”

Nessa seara, a FTI WIN contou com a participação de quase 100 mulheres que compartilharam ideias e opiniões durante um painel de discussão sobre assuntos ligados à liderança feminina, diversidade e equidade de gênero. O evento contou com participantes dos mais diversos segmentos e cargos, dentre associadas, diretoras e sócias das organizações.

Como forma de entender melhor como essas profissionais enxergam a representatividade feminina no mundo corporativo, foi realizada uma pesquisa com as participantes do evento, que cobriu questões relacionadas a preconceito e discriminação de gênero no âmbito do trabalho nos mais diversos campos de atuação, incluindo serviços profissionais e indústrias.

Um ponto interessante levantado na pesquisa é que a grande maioria das perguntas teve respostas bastante divididas, com metade das profissionais afirmando acreditar que o fato de ser mulher tenha atrapalhado suas trajetórias profissionais, que ainda existem diferenças salarias entre homens e mulheres ocupando o mesmo nível hierárquico, e que as empresas não oferecem benefícios que garantem a retenção de profissionais do sexo feminino, enquanto a outra metade acredita que essas questões não sejam algo que as afete profissionalmente.

No que diz respeito à forma como as mulheres se sentem apreciadas dentro de suas empresas, especificamente se de forma igualitária a um profissional do sexo masculino, quase 80% das profissionais acreditam ser valorizadas de forma equivalente.

Além disso, 80% das mulheres também acreditam que suas empresas têm promovido a diversidade e equidade de gêneros nos cargos de liderança.

Em contrapartida, apesar de respostas positivas para perguntas de imensa importância dentro do tema, quase 70% das profissionais acreditam que ainda se espera que a mulher tenha características masculinas para evoluir na carreira:

O resultado desse teste é possivelmente decorrente de outro dado levantado durante a pesquisa: atualmente, 63% dos líderes das mulheres que responderam ao questionário é do sexo masculino.

Com respostas por vezes divididas, por vezes muito positivas, porém ao mesmo tempo controversas, uma coisa é certa: a liderança da mulher no mercado de trabalho já é uma realidade eminente, desejável e necessária, e um cenário mais igualitário no que se diz à diversidade e equidade de gêneros é um tópico que demanda constante discussão e apoio por parte das organizações.