PERCEPÇÃO DE RISCO: PILAR FUNDAMENTAL PARA A PREVENÇÃO DE ACIDENTES NO AMBIENTE DE TRABALHO
No contexto industrial, a busca pelo risco zero é uma meta ideal, mas a realidade nos ensina que a ausência de risco é inatingível. Todos os dias, enfrentamos riscos em nossas atividades, e no ambiente de trabalho, especialmente ao lidar com máquinas e equipamentos, a meta deve ser minimizar esses riscos ao máximo. A percepção de risco é, portanto, uma ferramenta essencial para evitar acidentes e garantir a saúde, segurança e bem-estar de todos os envolvidos.
A natureza humana e a percepção de risco
A percepção de riscos é o ato tomar consciência, por meio dos sentidos (audição, tato, visão, olfato, paladar), de algum perigo eminente, tomando a decisão adequada para evitá-lo. Isso é muito importante para o trabalhador uma vez que qualquer atividade produtiva tem em si um risco em potencial, mas que não necessariamente vá causar um acidente.
Arriscar-se é inerente à natureza humana, o que torna fundamental o desenvolvimento da percepção de risco entre os colaboradores. Isso envolve a capacidade de identificar e compreender os riscos presentes no ambiente de trabalho e tomar medidas para preveni-los. Por exemplo, atravessar uma rua sem olhar para os lados é um risco evidente. Reconhecer esse risco e adotar medidas como parar, olhar e atravessar com segurança é um exemplo claro de gerenciamento de risco. Essa compreensão deve ser aplicada diariamente por aqueles que lidam com riscos ocupacionais.
Definindo risco e percepção de risco
O risco, em seu sentido mais comum, refere-se à probabilidade de ocorrência de um acidente e à gravidade dos danos potenciais causados. A percepção de risco, por sua vez, é a capacidade de reconhecer, através dos sentidos, um perigo iminente e tomar decisões adequadas para evitá-lo. Essa habilidade é vital para os trabalhadores, pois qualquer atividade produtiva carrega um risco potencial que, se não gerenciado adequadamente, pode resultar em acidentes.
Dinâmica das condições de trabalho
As condições de trabalho podem mudar ao longo do tempo ou em situações específicas, tornando essencial que todos os envolvidos em uma atividade estejam atentos para evitar acidentes. A empresa deve ter um controle rigoroso sobre todas as potenciais situações de risco, garantindo que sejam rapidamente resolvidas. Quando um risco é identificado, é mandatório que o trabalhador o informe aos superiores para que as medidas necessárias sejam tomadas.
Comportamentos de risco no trabalho
Comportamentos de risco muitas vezes resultam de uma percepção inadequada dos riscos, falta de medidas de controle eficazes ou falta de comprometimento com a segurança. O comportamento de risco é individual, isto é, depende dos atos de cada um, mas a atitude de um pode afetar todos os outros.
Conheça alguns comportamentos de riscos na rotina industrial:
· Falta de atenção;
· Ritmo acelerado de trabalho;
· Fazer as coisas no "modo automático";
· Atitudes muito confiantes (sentimento de segurança em tudo o que se faz, devido à rotina);
· Desrespeito aos procedimentos e normas de segurança;
· Uso inadequado de ferramentas ou máquinas;
· Uso de ferramentas ou materiais estragados;
· Uso de equipamentos sem manutenção;
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· Operar equipamento sem treinamento adequado;
· Tentar realizar manutenção em um equipamento sem treinamento adequado;
· Falta de uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e Coletiva (EPCs);
· Comportamentos inadequados no ambiente de trabalho, como brincadeiras que coloquem em risco a vida de outros trabalhadores.
Construindo uma cultura de segurança
Identificar os fatores de risco aos quais os colaboradores estão expostos é um passo crucial para estabelecer uma cultura de segurança. Isso envolve analisar atividades, identificar riscos e estabelecer prioridades de segurança. A legislação brasileira, através das Normas Regulamentadoras (NRs), exige que as empresas sigam diretrizes específicas para proteger a saúde dos trabalhadores. A implementação de um Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) é fundamental para desenvolver e implementar um plano de segurança eficaz.
Esta equipe deve ser composta por diversos profissionais, dentre os quais: técnico de segurança do trabalho, engenheiro de segurança do trabalho, médico do trabalho, enfermeiro do trabalho e outros profissionais que possam contribuir para a elaboração de um plano de segurança.
Você sabe quais são os fatores de riscos aos quais os colaboradores estão expostos nas rotinas de trabalho? Esse é um passo importante para a identificação dos pontos críticos dentro da indústria. Além de analisar as atividades e áreas, é preciso levantar os riscos e estabelecer as prioridades de segurança. O objetivo é garantir a implantação de uma cultura de segurança dentro da empresa, com um plano de ações para contornar esses problemas e medidas que visam reduzir acidentes e doenças ocupacionais, protegendo a integridade dos trabalhadores.
A importância de reportar riscos
Incentivar o reporte de riscos é essencial para aumentar a segurança no ambiente de trabalho. Quando algo inesperado ocorre, deve ser relatado aos superiores e compartilhado com a equipe para fortalecer a cultura de segurança. A empresa deve facilitar esse processo através de canais oficiais, que podem ser anônimos, para garantir que todos os riscos sejam identificados e abordados. O reporte de riscos não é um mecanismo de punição, mas uma oportunidade de aprendizado e melhoria contínua.
Para isso, a empresa deve incentivar o reporte de riscos por um meio oficial, que pode ser anônimo. Reportar é informar ao gestor qualquer situação que possa colocar a sua saúde ou a de outro colaborador em perigo. No reporte deve ser descrita a ocorrência ou risco, como o funcionamento anormal de uma máquina ou equipamento, uma postura inadequada de um colaborador, a falta de Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) ou Individual (EPI) e até uma sugestão de melhora em um processo. Esta ocorrência deve ser levada para a área de Segurança do Trabalho, que irá investigar as causas, potenciais riscos e formas de solução. Quanto menos riscos a equipe estiver exposta, menos acidentes ocorrerão.
Segundo a OSHA (Occupational Safety and Health Administration), órgão que regulamenta as relações de segurança e saúde no trabalho nos Estados Unidos, o “quase acidente” é “uma ocorrência imprevista que não resultou em ferimentos, doença ou dano, mas tinha o potencial para fazê-lo”. Por isso, esta ocorrência não deve ficar restrita ao conhecimento apenas dos envolvidos. É a partir deste “quase acidente” que os acidentes verdadeiros podem ser evitados.
Veja abaixo alguns pontos para incentivar os colaboradores sobre a importância de relatar riscos:
· Evita novos acidentes;
· Aprimora processos internos;
· Facilita a fiscalização da conduta de todos os trabalhadores, já que a sua segurança depende também da atitude de um colega;
· Colabora com o aperfeiçoamento das atividades desempenhadas na empresa;
· Contribui com as ações da CIPA.
O mais importante é que todos entendam a importância da percepção de riscos e o que o seu reporte não é um incentivo para punições e sim uma oportunidade de aprendizado e aprimoramento!
A empresa, por outro lado, precisa ter o domínio sobre todas as potenciais situações de acidentes existentes para que sejam sanadas com rapidez. Por isso, quando uma situação de risco é identificada em sua rotina, o trabalhador precisa informar aos superiores, que devem tomar todas as medidas cabíveis.
Gerente de QSMS
2 mVendrame Excelente artigo.👏👏👏👏
Instrutor de Formação Profissional
3 mMuito bom! Parabéns pelo conteúdo.
Supervisor de SSMA
3 mMuito útil
Gerente Corporativo de HSE na Silgan Dispensing Brasil | Saúde, Segurança no Trabalho, Meio Ambiente
3 mÓtimo arquivo Vendrame. Obrigado por compartilhar seus conhecimentos e experiências. Sempre precisos e com ótimo conteúdo. Nosso professor. Grande abraço. Nos vemos dia 20/09 na Silgan de Jundiai.