Percepções de 2024, o que vem aí em 2025, e por que acreditamos que todo mundo será criador de conteúdo?

2024 foi um ano marcante para a Creator Economy

Foi o ano em que alguns conceitos começaram a se consolidar, e as marcas finalmente entenderam que vendas e reconhecimento de marca não acontecem sem uma estratégia robusta de criação de conteúdo. 

Pequenos e microcriadores de conteúdo ganharam um protagonismo inédito. Cada vez mais, eles estão no centro das estratégias das marcas. Mas ainda existe uma grande questão: como operacionalizar campanhas com centenas ou até milhares de criadores de forma eficiente? 

Também foi um ano que trouxe debates intensos sobre o tão falado "UGC" (User Generated Content). Será que ele precariza o mercado? Tira espaço dos grandes criadores? Qual o papel do conteúdo gerado pelo usuário em comparação ao conteúdo criado por influenciadores já consolidados? 

O que aprendemos com o PlayNest

Vou trazer aqui a visão que construímos no PlayNest, tanto do lado dos Creators quanto das marcas. Para quem não conhece nossa história, vou resumir: o PlayNest nasceu dentro da Play9, um ecossistema de conteúdo que cria projetos para marcas e influenciadores. Desde o início, nosso foco foi entender as dores dos criadores de conteúdo e ajudá-los a superá-las. 

Depois de um ano operando internamente, decidimos lançar nossa plataforma e app para o mercado, com o objetivo de profissionalizar a carreira de milhares – ou até milhões – de criadores no Brasil. Nosso trabalho é guiado por três pilares principais: 

1. Educação: Capacitar criadores com conhecimento prático e relevante. 
2. Ferramentas: Oferecer soluções para facilitar o dia a dia dos creators. 
3. Monetização: Transformar a criação de conteúdo em uma profissão sustentável. 

O mais importante? Entendemos que a monetização só vem com qualidade e profissionalismo. Nenhuma marca quer se associar a um criador que não domina o que faz. Durante 2024, testamos formatos e desenvolvemos cases para refinar o caminho ideal de monetização para creators. Quero compartilhar um pouco dessa jornada e conectar com as reflexões que levantei no início do texto. 

Criadores estão por toda parte 

Já parou para pensar que todos nós, de alguma forma, somos criadores de conteúdo? Pense naquela vez em que você foi a um restaurante, academia ou hotel e postou um story sobre o lugar. Pois é, muitas vezes, é assim que uma carreira como criador começa. De forma orgânica, com um conteúdo genuíno que reflete experiências pessoais. 

O próximo passo depende da pessoa. Ela pode continuar com conteúdos orgânicos, começar a recomendar produtos e marcas (o famoso UGC), oferecer cupons de afiliados, fazer publis, criar sua própria marca ou até mesmo se tornar embaixadora de uma empresa. 

Essa trajetória, porém, não é linear. No PlayNest, entendemos que a jornada do criador é cheia de altos e baixos. Não há um "plano de carreira" definido. É por isso que acreditamos tanto na profissionalização: criadores precisam de apoio, ferramentas e aprendizado contínuo para evoluir. Sabemos que o tema está em constante mudança e, para acompanhar, é preciso flexibilidade e inovação. 

Foi com essa visão que, em 2024, lançamos o Creator Academy, um curso em parceria com a FMU. Nosso objetivo é simples: mostrar que, na nova economia, a criação de conteúdo será essencial para profissionais de todas as áreas. Criar conteúdo não precisa ser a profissão principal, mas pode (e deve) acompanhar qualquer carreira. 

O papel do UGC no mercado 

Agora, vamos à pergunta que está no centro do debate: o UGC precariza o mercado ou tira espaço dos grandes criadores? A resposta, na minha visão, é não. Cada um tem sua função. 

Os criadores consolidados são fundamentais para awareness. Eles vinculam sua imagem à da marca, ampliam o alcance e geram reconhecimento. Já os usuários gerando conteúdos UGC, por outro lado, promovem a pulverização de conteúdos autênticos. São pessoas reais, falando com seguidores mais engajados, que acreditam mais nas recomendações que recebem. 

Se pensarmos em um funil de vendas, o conteúdo gerado pelo usuário (UGC) atua em uma fase mais próxima da conversão, complementando o trabalho de awareness feito pelos grandes creators. Afinal, quando muitas pessoas estão falando sobre algo, a tendência é que o público se interesse e a probabilidade de comprar aumenta. 

O problema está em achar que a pessoa que fez um conteúdo UGC não deve ser paga. Isso sim precariza o mercado. Foi por isso que, no PlayNest, criamos o "Poste e Ganhe", um produto que incentiva marcas a remunerar criadores por performance. Esse modelo transforma o UGC em uma estratégia poderosa e acessível, abrindo espaço para que novos criadores monetizem seus conteúdos sem competir diretamente com os grandes nomes. Na verdade, essas duas frentes se complementam e, na maioria dos casos, vêm de orçamentos diferentes dentro das empresas. 

A oportunidade para 2025 

Hoje, mais de 50% dos criadores não ganham dinheiro com a profissão. Isso é algo que queremos mudar em 2025. Acreditamos que o próximo ano será marcado por: 

1. Mais profissionalização do mercado. 
2. Crescimento no número de pessoas que se consideram criadores. 
3. Marcas assumindo um papel ativo na transformação de consumidores em creators. 

Afinal, todos nós somos criadores de conteúdo de alguma forma. No PlayNest, acreditamos que, nos próximos anos, todo mundo será criador de conteúdo. E como vamos nos destacar? Com autenticidade, qualidade e domínio do nicho. Essas são as características que sempre vão prevalecer.