Percepções: será que o BBB é uma mera cultura inútil?
Este espaço serve para eu escrever sem me preocupar com SEO, links, métricas, gramática, CTA, parágrafos completamente certinhos e mais uma montanha de regrinhas que estou acostumado no meu trabalho. É só para eu escrever sem rumo sobre diversas aleatoriedades que percebo ao decorrer da vida e que acho necessário documentar de forma escrita em uma rede social como essa.
Toda vez que começa uma nova "temporada" do Big Brother Brasil, sempre surge o velho argumento dos pseudointelectuais que falam "Ah, mas você assiste essa porcaria?", "Vai ler um livro", "Não perco meu tempo com essa besteira", "BBB é uma alienação" e biriri bororó.
Embora o BBB seja um programa de entretenimento, você pode usufruir dele sem qualquer sentimento de culpa. Assistir ao programa não anula seu Doutorado em Harvard, seus 5 milhões de livros lidos, suas conversas sobre a beleza do cinema iraniano ou o conhecimento sobre arte renascentista.
Inclusive, no BBB eu já vi coisas tão interessantes de conversar que outros programas de entretenimento não me proporcionaram, tais como o significado de sororidade e basculho, a teoria de Phillips sobre a impressão de dinheiro, colorismo, saúde mental, regionalismos, curiosidades do rap nacional, o aumento da relevância das marcas ao patrocinar uma festa ou prova, a importância do conceito da teoria dos jogos de John Nash aplicada aos eventos da casa, entre outras coisas.
Além disso, é interessante perceber como a direção do reality mexe com o psicológico deles como se fosse uma experiência de Skinner. Exibem sinais sonoros para condicionar os participantes sobre o que é certo ou errado de fazer (tendo até punições), aumentam e diminuem o ar do nada, abaixam a cotação das estalecas para influenciar nas compras da Xepa e do VIP, aumentam a quantidade de bebidas conforme a festa fica borocoxô, criam jogos da discórdia para incentivar a cizânia entre os coleguinhas etc.
Nesta edição 21, ficou perceptível também como o Brasil consegue se unir em um propósito se combinar direitinho, não à toa que o comediante Nego Di e a cantora Karol Conka foram eliminados com 98,76% e 99,17% dos votos respectivamente. Será que a solução para 2022 seria confinar os presidenciáveis para escolhermos o(a) vencedor(a) em uma terça-feira?
Pois bem, para um programa que foi inspirado no livro 1984, de George Orwell, será que o BBB é uma mera cultura inútil ou uma distração que complementa a nossa experiência cultural como seres pensantes? Fica aí o questionamento para você tirar as suas próprias conclusões.