Perder um Cliente: Aprendizados e Reflexões de uma Experiência Real

Perder um Cliente: Aprendizados e Reflexões de uma Experiência Real

Recentemente, soube que um cliente de longa data, com mais de 15 anos de parceria, estava migrando para o sistema de um concorrente. Admito que me senti um pouco culpado, mas vamos ao que aconteceu: esse cliente foi visitado por um concorrente que ofereceu soluções "mágicas", o que acabou encantando-o. Talvez não tenhamos a mesma habilidade de encantar clientes, e isso é algo que podemos melhorar.

Quando o cliente me informou sobre a migração, fiz o possível para entender o motivo. Tentei contra-argumentar de várias maneiras, mas sem sucesso. Perguntei se havia algo em que poderíamos ter feito melhor, e ele respondeu: "Existem alguns processos que estão deficientes na minha empresa, e eu sei que é culpa do software." Já estava ciente de que o cliente enfrentava dificuldades em seus processos internos que não estavam relacionados ao software, mas ainda assim me ofereci para encontrar uma solução. Contudo, ele já estava decidido a mudar, eu ainda não sabia desse detalhe; não importava o que eu fizesse, ele já estava convencido.

Durante nossa conversa, percebi que todos os problemas que ele levantava tinham origem em um processo interno que, segundo ele, não poderia ser modificado, mas que o novo software, de forma "milagrosa", resolveria. Chegou um momento em que não havia mais o que argumentar; o problema era sempre o mesmo: um processo interno inflexível. No final, o cliente optou por trocar de sistema.

Quase dois anos depois, encontrei esse cliente novamente e perguntei se o novo software havia melhorado sua gestão. Ele admitiu que as coisas continuavam do mesmo jeito e que o novo sistema não resolveu suas dores. Quando questionei se ele havia mudado os processos internos que anteriormente considerava problemáticos, ele respondeu que não, mas agora percebe que esses processos podem estar impedindo o crescimento da sua empresa.

Essa experiência me ensinou uma lição importante: se um cliente decide sair e você tem a consciência de que fez tudo o que estava ao seu alcance para atendê-lo, aceite essa decisão com tranquilidade. Às vezes, não importa o que você faça, o cliente já está convencido de sua escolha.

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