A PRÁTICA DE COPIAR E COLAR – O MAU USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO
INTRODUÇÃO
A rede mundial de computadores, Internet, vem a cada dia se tornando mais popular e acessível. A popularização do computador doméstico, o surgimento das lan-house e diversas outras iniciativas do poder público para promover a inclusão digital vêm favorecendo o uso desta incrível ferramenta de trabalho, estudo, informação, diversão e lazer. Hoje, já é possível acessar a World Wide Web (WWW) pagando valores acessíveis, mesmo que o indivíduo não possua computador próprio ou conexão com a rede mundial de computadores, basta se dirigir aos milhares de pontos de lan-houses espalhados pelo Brasil, não só nas capitais e grandes centros urbanos, mas incluindo cidades do interior do Brasil.
Além disso, o acesso a Internet também já está se tornando requisito obrigatório nas instituições de ensino publico e privado no país. É claro, que isto se dá de forma mais fácil nas instituições privadas, onde os alunos, inclusive, recebem toda uma capacitação de como acessar e utilizar a rede desde o ensino fundamental. Nas instituições públicas existe sim um esforço do Governo Federal em promover o acesso através do fornecimento de equipamentos e infraestruturas, mas por diversos problemas de logística e competência muitas dessas iniciativas são mal sucedidas. É comum, vermos nos meios de comunicação denúncias de equipamentos ou laboratórios de microinformática sendo depredados ou deteriorados por falta de manutenção correta ou armazenamento em local inadequado.
Estar inserido digitalmente é um fator prioritário para a inserção no mercado de trabalho ou até mesmo para um bom desempenho em nível escolar. A Internet oferece milhares de recursos que apóiam a prática profissional e estudantil, o que nos cabe é utilizar estes recursos como forma de potencializar nossas capacidades, obtendo mais conhecimento e informações úteis.
As novas tecnologias da informação e comunicação (TIC) vêm mudando a forma do desenvolvimento da educação de forma irreversível. E a principal mudança desta realidade é sem dúvida a internet, com sua estrutura hipertextual e de hipermídia. A navegação hipertextual nos dá uma gama infinita de informações, entrelaçada por links, que ao contrário de uma estrutura estática de texto caracteriza-se pela constante transformação e atualização.
Assim, ao texto (escrito) podemos contrapor novos processos de armazenamento e novas interfaces introduzidos pelo texto eletrônico, que alteram significativamente os processos de exploração de seu conteúdo. É possível e interessante fazer distinção entre termos que são utilizados muitas vezes indiscriminadamente como se apontassem sempre para o mesmo significado. Multimídia significa a multiplicidade de mídias, ou seja, a utilização de várias mídias ao mesmo tempo, como a visual, sonora, a textual, etc. Se definirmos o hipertexto como um texto organizado por links, podemos definir a hipermídia com uma simultaneidade de mídias (e não apenas de textos) também organizadas por links. Assim a hipermídia seria por natureza múltipla e heterogênea, e Lena confluiriam imagens, sons, palavras, textos, sensações, modelos, etc., organizados por relações e conexões diversas, que possibilitaria, fluxos de leitura (MATTAR, 2005, p 111).
Graças a ferramentas como Google, a pesquisa na internet para obtenção de dados e conteúdos vem se tornando imprescindível. Criado por Larry Page e Sergey Brin como um projeto de Doutorado na Universidade de Stanford, o Google é hoje um fenômeno de utilização e praticidade como ferramenta de busca na Internet. Já foi criado de forma inovadora, pois antes dele todas as outras ferramentas de busca prescindiam de um cadastro prévio de uma séria de informações sobre o web site. A indexação dessas informações poderia demorar até meses a depender da demanda que o site de buscar tivesse, era assim que o Yahoo! e o Cadê?, por exemplo, funcionavam. O Google não solicitava esse cadastro prévio, possuindo um poderoso servidor que controla diversos aplicativos chamados google-bots (Robôs do Google) que rastreia a Internet e indexa nos seu banco de dados as informações sobre os sites de forma automática.
2. A PESQUISA NA INTERNET E A PRODUÇÃO ACADÊMICA
Desde o seu surgimento, a Internet vem passando por diversas fases. Atualmente, estamos nos auge da web 2.0, que tem como uma das suas principais características o fornecimento de serviços e informações gratuitas em sites, blogs, fóruns e comunidades virtuais. De um lado, uma das funções mais positivas da Internet foi potencializada que é a democratização da informação e a possibilidade de que cada pessoa, se deseja e tiver condições, colocar conteúdo próprio na grande rede. Por outro, a massificação de conteúdo sem qualidade foi ampliado, além da utilização de propriedade intelectual de terceiros sem autorização prévia. Um bom exemplo desse uso nocivo da internet para fins educacionais é o site “Zé Moleza” que comercializa trabalhos escolares, artigos e até teses e dissertações.
Atualmente, já é possível encontrar informações sobre quase tudo o que se deseja na internet através das suas principais ferramentas de busca, Google, Yahoo! e o Bing da Microsoft, o que dá a essas ferramentas uma importância considerável na produção científica e acadêmica. Porém, é de extrema relevância que se saiba buscar conteúdo de qualidade na internet, é importante saber encontrar fontes conhecidas que nos forneça informações realmente úteis. Muito do que se encontra no Google, por exemplo, em uma pesquisa simples são materiais redundantes ou sem qualidade, oriundas de blogs e sites construídos sem fundamentação teórica.
Para tentar criar um paliativo para esse “lixão virtual”, o próprio Google criou sua versão “acadêmica” o Scholar, onde é possível encontrar artigos, resenhas, teses e dissertações acadêmicas disponibilizadas por seus autores. É sem dúvida, um grande diferencial quando se procura material referenciado e informações com qualidade.
O hipertexto ou a multimídia interativa adequam-se particularmente aos usos educativos. É bem conhecido o papel fundamental do envolvimento pessoal do aluno no processo de aprendizagem. Quanto mais ativamente uma pessoa participar da aquisição de um conhecimento, mas ela irá integrar e reter aquilo que aprender. Ora, a multimídia interativa, graças à sua dimensão reticular ou não linear, favorece uma atitude exploratória, ou mesmo lúdica, face ao material a ser assimilado. É, portanto, um instrumento bem adaptado a uma pedagogia ativa (LEVY, 1993, p 40)
Todas essas facilidades, recursos e disponibilidades permitem que a prática de pesquisa para trabalhos escolares se torne uma missão mais prática e simples. E isso não é diferente quando falamos de trabalhos acadêmicos em cursos de graduação.
Segundo Moro (2004) a pesquisa apresenta como princípios básicos o auxílio ao aluno a estudar com independência, planejar, conviver, interagir em grupo e a aceitar a opinião dos outros, desenvolver o conhecimento do uso correto das bibliotecas, aprimorar o senso crítico e o gosto pela leitura.
Como pesquisa entende-se o procedimento racional e sistemático, com método de pensamento reflexivo que requer um tratamento científico e tem como objetivo buscar respostas aos problemas sugeridos. A pesquisa escolar deveria se caracterizar como uma atividade sistematizada, um processo formal, que visa encontrar respostas para questões propostas pelo professor ou pela própria turma. Algumas condições iniciais que permitam aos alunos conhecer e exercitar os procedimentos da metodologia científica são recomendáveis para a realização da pesquisa escolar. É interessante que o professor, ao solicitar a pesquisa escolar, relembre aos alunos os procedimentos que podem servir de orientação para o início, o desenvolvimento e a conclusão do trabalho, tais como: o que, de que trata o trabalho, para que será realizado, quanto (dimensão), quando (prazo para entrega), onde o assunto pode ser encontrado e como forma da comunicação do trabalho. (MORO, 2004, p 02)
Um dos principais objetivos de uma Faculdade é formar indivíduos com senso crítico, capazes de exercer sua subjetividade, ter opinião própria, avaliar e discutir com propriedade assuntos relacionados ao seu campo acadêmico e aos problemas que circundam a sociedade que estão inseridos. Para se obter isso, é necessário o desenvolvimento de atividades teóricas e práticas que incentivem a leitura, o debate e a observação.
Estas atividades devem incentivar os alunos a observar, pesquisar e analisar, com diversas fontes bibliográficas para que eles possam balizar suas argumentações. Esta é uma das formas mais eficientes de se produzir conhecimento, pois a leitura e estudo a partir de diversas fontes disponibilizam possibilidades argumentativas para o estudante e proporcionam a consolidação do saber.
Neste caso, a pesquisa na internet tem a sua importância no sentido de encontrar novos referenciais teóricos, apoio bibliográfico, artigos e outros materiais acadêmicos que apóiem na construção do objeto de pesquisa. Essa busca por conteúdo na internet não deve ser confundida como uma colcha de retalhos para a produção de um trabalho a ser apresentado e entregue, e sim como uma etapa da produção de conteúdo significativo.
Segundo Padilha (2009) a Internet facilita a interatividade e a troca de informações para o desenvolvimento de uma pesquisa, mas por outro lado ela possibilita de forma mais prática e fácil de apropriação indevida de conteúdo.
Com a chegada da rede mundial de computadores na escola, a Internet, as fontes de informação e comunicação se amplificaram, a “rede” possibilita tanto a comunicação como o acesso a informações através de uma gama de formas textuais que intensificam a dinamicidade das relações entre as pessoas em qualquer lugar do mundo e também as construções individuais dos sujeitos. Contudo, também ficou muito mais fácil, para quem possui condições de acessar informações, copiar, colar, imprimir, reproduzir. Dessa forma, a possibilidade de uma construção de saberes a partir de uma coleta e tratamento de dados se tornou mais difícil. Ou seja, há muito mais informações disponíveis para que o aluno possa pesquisar, porém, os seus resultados ficaram mais comprometidos, pois agora os alunos nem sequer lêem ou digitam as cópias, apenas copiam-colam ou imprimem direto do site (PADILHA, 2009, p 117).
3. O PAPEL DO DOCENTE NA ERA DO “COPIAR E COLAR”
Essa realidade é constante no dia a dia das faculdades e Universidades brasileiras. É cada vez mais comum a reclamação de professores acerca da qualidade dos trabalhos apresentados por seus alunos de Graduação, principalmente nos semestres iniciais. A prática de copiar e colar para eles é cada vez mais comum e para muitos uma ação correta, afinal o trabalho de “pesquisa” foi realizado e o trabalho entregue. Para muitos alunos, o simples fato de terem localizado conteúdos correlatos com o trabalho solicitado, copiar, colar, diagrama e imprimir já representa o trabalho realizado.
Henrique Ostronoff no seu artigo publicado pela revista Educação, ilustra de forma muito interessante esta realidade, “...Basta imaginar o que aconteceria hoje, em uma grande cidade, se um professor do ensino fundamental II resolvesse ler Camões com os seus alunos. Não seria nem preciso que pedisse uma análise sintática. Apenas que fizessem um trabalho sobre Os Lusíadas. Provavelmente o aluno não precisaria nem adquirir o livro. Correria para o computador de casa, da escola ou de uma lan house, entraria na internet e digitaria o nome do livro em um programa de busca. De cara, receberia cerca de 580 mil respostas de páginas contendo o título da obra. Se fosse mais esperto, buscaria "Lusíadas resumo" e obteria cerca de 300 mil respostas. Refinando ainda mais a pesquisa com "análise Lusíadas", seriam 86 mil verbetes. No entanto, se tentasse "Camões", o serviço de busca lhe daria 2,7 milhões de opções. Depois de escolher uma página que lhe parecesse mais interessante passaria para o processo de "copia e cola", jogaria o conteúdo no processador de texto e imprimiria. Pronto. A tarefa estaria cumprida. Não seria preciso nem ler o que "escreveu"” (Ostronoff, 2009).
A maioria deles ignora o real sentido de um trabalho de pesquisa a importância da contextualização, da significação daquele conteúdo. Mas, de onde essa deficiência é originada? No ensino automatizado do ensino médio, onde os alunos não são mais incentivados a pensar e desenvolver senso crítico e são treinados para “passar de ano” e ser aprovados no vestibular, em aulas que são desenvolvidas como verdadeiras receitas de bolo?
As escolas de ensino médio se tornaram verdadeiras fábricas de alunos para a Universidade, funcionam como centros de treinamentos pré-universitários, todo o conteúdo didático e práticas pedagógicas são voltados com um único objetivo, o vestibular. São esquecidas as práticas de formação do indivíduo e da sua subjetividade Com isso, o que vemos são cidadãos desmotivados, que ao chegar à Universidade não sabem se é aquilo mesmo o que eles querem. Consequentemente os docentes encontram uma quantidade considerável de estudantes desinteressados e em busca apenas do diploma, sem nenhum esforço ou dedicação.
Além da desmotivação dos alunos, temos também o fator cultural enraizado na forma de encarar a educação por parte destes. É de conhecimento geral que grande parcela dos jovens não tem o hábito da leitura, atividade que durante a graduação é de extrema importância. Ora, se um jovem que passou todo o ensino médio decorando lições para realizar avaliações sistemáticas e repetitivas, que não sofreu nenhum estímulo criativo e provocativo para que impulsionasse seu potencial analítico, não será na Universidade que ele o fará de forma espontânea.
É nesse aspecto que a intervenção do docente é de fundamental importância. Ao se deparar com alunos que não tenham o gosto, ou pelo menos, a prática da leitura, cabe a ele incentivar e promover esta prática com estudos dirigidos, seminários, palestras e trabalhos de pesquisa.
Com efeito, se entendemos que, no ensino superior, a ênfase deva ser dada às ações do aluno para que ele possa aprender o que se propõe; que a aprendizagem desejada engloba, além dos conhecimentos necessários, habilidades, competências e análise e desenvolvimento de valores, não há como se promover essa aprendizagem sem a participação e pareceria dos próprios aprendizes. Aliás, só eles poderão “aprender”. Ninguém aprenderá por eles. Incentivar essa participação resulta em uma motivação e interesse do aluno pela matéria, e dinamização na relações entre aluno e professor facilitando a comunicação entre ambos. O aluno começa a ver no professor um aliado para sua formação, e não um obstáculo, e sente-se igualmente responsável por aprender... (MASSETO, 2003)
Até mesmo o conteúdo que é extraído da Internet, muitas vezes, não passa por uma análise crítica antes de ser copiado e colado. Os alunos desta geração informatizada têm dificuldades para interpretar as informações que circulam na mídia eletrônica, pois eles dominam a técnica de utilização da Internet, pesquisar no Google, copiar e colar para eles são atividades corriqueiras e tão simples quanto mudar o canal da televisão, mas avaliar o que está sendo feito está fora do alcance deles. Saber ler é algo que faz parte do nosso processo de conhecimento do mundo, é uma prática muito mais abrangente do que simplesmente unir sílabas e compreender palavras.
Por isso, o docente deve estar atento para estas práticas. Ele precisa estar capacitado a também saber pesquisar e encontrar conteúdos na Internet e assim acompanhar o desenvolvimento da relação professor-aluno. Já existem diversos cursos voltados para a prática pesquisa na web, mostrando as melhores formas de se escolher uma palavra-chave, refinamento da pesquisa e pesquisa nos resultados.
Segundo Marcovitch (1998), “O professor tem que estar continuamente ligado à evolução do conhecimento em sua área de especialidade e ao mesmo tempo atualizar-se com a dinâmica do mundo externo. Na condição de cidadão ele já tem esse dever, mas como professor obriga-se ainda mais. O aluno vai querer ver em seu professor não só o depositário de informação atualizada, mas um indivíduo com a capacidade de analisar e relacionar variáveis e fatos, de forma superior àquela que ele, aluno, consegue fazer. Cabe ao professor oferecer metodologias úteis no raciocínio disciplinado, sustentadas em valores que façam florescer a consciência e a intuição criativa do aluno.”
Porém, nada substitui o olhar crítico e atento do professor. Pela própria experiência ele pode facilmente identificar quando um texto foi ou não produção dos seus alunos. Ao colar um texto, muitos não tem o cuidado nem de dar uma seqüência lógica no encadeamento das idéias, misturam diversos autores e textos de vários web sites, criando redundância e informações desencontradas.
Não podemos considerar essa problemática do “copiar/colar” como uma questão ética, apontando aqueles que a praticam como desonestos ou incompetentes. Esta é uma questão que deve ser encarada a partir de pressupostos culturais que os alunos do ensino superior trazem desde a sua formação no ensino fundamental.
Todo esse problema de formação encontra um ambiente propicio que incentiva ainda mais a falta de interesse e a obtenção de resultados fáceis presente nas universidades particulares que estão cada vez mais se transformando em fábricas de emissão de diplomas. Além disso, em qualquer tipo de instituição de ensino encontramos professores desmotivados, cumprindo suas obrigações de forma automatizada, sem disposição o que os leva muitas vezes a nem lerem o que está sendo entregue por seus alunos, dando respaldo para a prática do copiar e colar.
Um universitário que não desenvolve seus próprios trabalhos, que infelizmente consegue ser aprovado em várias disciplinas seguindo a prática do copiar e colar e se aproveitando da boa vontade de alguns colegas que produzem algo em trabalhos em grupo, não será, de forma alguma, um bom profissional. A cada semestre as fábricas de diplomas despejam no mercado milhares de ex-universitários com diploma, mas sem nenhuma capacidade de exercer a profissão a qual se formou.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para obter o conhecimento precisamos desenvolver algumas ações básicas como perceber, discriminar, organizar, conceber, conceituar e enunciar. Sem passar por essas fases o conhecimento não será apreendido, não será contextualizado e muito menos poderá ser repassado. O ato de “copiar e colar” restringe o aluno a uma prática fundamental para a obtenção do conhecimento. Ora, quem não desenvolve as atividades de forma correta, não criará senso crítico sobre o tema que está sendo proposto no trabalho. Sem dúvidas não existirá uma eficiente interação com o professor, não possibilitando a mediação pedagógica.
São características da mediação pedagógica: dialogar permanentemente de acordo com o que acontece no momento; trocar experiências; debater dúvidas, questões ou problemas; apresentar perguntar orientadoras; auxiliar nas carências e dificuldades técnicas ou de conhecimento quando o aprendiz não consegue se conduzir sozinho; garantir a dinâmica no processo de aprendizagem; propor situações-problemas e desafios; desencadear e incentivar reflexões; criar intercâmbio entre aprendizagem e sociedade real onde nos encontramos, nos mais diferentes aspectos; colaborar para estabelecer conexões entre o conhecimento adquirido e novos conceitos, fazendo a ponte com outras situações análogas; colocar o aprendiz frente a frente com questões éticas, sociais, profissionais conflituosas, por vezes; colaborar para desenvolver crítica com relação à quantidade e validade das informações obtidas; cooperar para que o aprendiz use e comande as novas tecnologias para aprendizagem e não seja comandado por elas ou por quem as tenha programado; colaborar para que se aprenda a comunicar conhecimentos, seja por intermédio de meios convencionais, seja mediante novas tecnologias. (MASSETO, 2003, p 49)
Um estudante de ensino superior que não produz não pode desenvolver uma relação sadia com a Universidade nem com professor algum. O primeiro interessado em aprender tem que ser o próprio indivíduo, não existe pai, mãe, muito menos professor que faça um discente se interessar pelo estudo se ele mesmo não estiver interessado nisso. A qualidade de uma instituição de ensino superior é refletida pela qualidade dos profissionais que ela forma. Para isso, é necessário que o docente tenha total liberdade para avaliar com seriedade, critério e profissionalismo os alunos que realmente têm condições de serem aprovados ou não, orientando e dando oportunidades durante a realização da disciplina para assim perceber se este aluno enfrenta alguma dificuldade exterior à sala de aula ou se apenas não tem interesse pelo curso.
Um bom docente é aquele que sabe que a educação é uma mão de via dupla. Educar é dialogar, é trocar experiências, ouvir e ser ouvido. Um professor não pode exercer autoridade pela força e intimidação e sim pelo respeito e amizade. Por isso, cabe a ele também educar e preparar seus alunos para a realidade que faz parte, mostrando que a prática de copiar e colar não é correta não só para o professor como, e principalmente, para ele mesmo, que sempre será o mais prejudicado, criando uma formação profissional ilusória, obtendo um diploma apenas para satisfazer a vontade da família.
Para o bom docente não basta ensinar e sim ensinar e querer bem aos seus alunos e à pratica da docência, “Significa , de fato, que a afetividade não me assusta, que não tenho medo de expressá-la. Significa esta abertura ao querer bem a maneira que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os meus educandos, numa prática específica do ser humano...” (FREIRE, 1996, p 159).
REFERÊNCIAS
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