Pessoas - o caminho para o sucesso
Jamais, na história da humanidade, o ser humano foi tão testado e posto à prova. E em plena era de globalização e da informatização só terá espaço todo àquele que souber, exatamente, o que deseja alcançar e usar toda a sua inteligência e inovação para desvendar novos caminhos.
Pesquisei “era do conhecimento” em um site de busca e surgiram aproximadamente 9.580.000 páginas de resultados. Caso eu fosse abrir e ler cada uma delas, supondo que demorasse em media um minuto por pagina, demoraria em torno de 220 dias lendo 12 horas por dia sem intervalos para terminar a pesquisa, mesmo que metade das paginas fossem descartadas, repetidas ou corrompidas ainda seriam 110 dias sem descanso. Isso demonstra quanta informação temos ao nosso redor, isto citando apenas um determinado assunto.
Segundo especialistas em gestão do conhecimento a cada ano uma empresa dobra o banco de informações e cria o desafio de armazenar, indexar e tornar acessíveis e úteis todos esses dados. Somente dessa forma as informações armazenadas podem se tornar combustível para o conhecimento.
Mas milhões de informações não têm valor algum se não se tornarem conhecimento e isso somente pode ser feito por pessoas.
Informação e conhecimento são, essencialmente, criações humanas, e nunca seremos capazes de administrá-los se não levarmos em consideração que as pessoas desempenham, nesse cenário, um papel fundamental.
De acordo com as definições do Dicionário do Aurélio da Língua Portuguesa, não há grande diferença entre dado, informação e conhecimento. Ainda que com explicações diversas, cada um dos termos é apontado como sinônimo para os outros.
Não á como negar, conhecimento é essencial, segundo Bertrand Russell em “Os problemas da filosofia”, a principal importância do conhecimento é que ele nos permite ir além dos limites de nossa experiência privada. Apesar do fato de que não podemos conhecer verdades que não sejam compostas exclusivamente de termos que tenhamos experimentado por conhecimento direto, podemos, contudo, ter conhecimento por descrição de coisas das quais nunca tivemos experiências. Em vista do âmbito muito limitado de nossa experiência imediata, este resultado é vital, e enquanto não for compreendido, boa parte de nosso conhecimento deve permanecer misteriosa e, portanto, incerta.
Enfim podemos e devemos aprender com a experiência dos outros, mas mesmo assim apesar de todo o avanço cientifico e tecnológico nunca nos sentimos tão sozinhos e perdidos, a competição aumentou a tal ponto que compromete as relações, o conhecimento se recicla a uma velocidade que nos sentimos frequentemente ultrapassados, com isso vivemos estressados.
Mas não se desespere, na sociedade do conhecimento, os indivíduos são fundamentais, sem eles o conhecimento se dissipa já que ele é dinâmico.
Peter Druker alerta que o conhecimento moeda desta nova era não é impessoal como o dinheiro. Conhecimento não reside em um livro, em um banco de dados, em um programa de software: estes contêm informações. O conhecimento está sempre incorporado por uma pessoa, é transportado por uma pessoa, é criado, ampliado ou aperfeiçoado por uma pessoa, é aplicado, ensinado e transmitido por uma pessoa e é usado, bem ou mal, por uma pessoa.
Para Druker a sociedade do conhecimento coloca a pessoa no centro, e isso levanta desafios e questões a respeito de como preparar uma pessoa para atuar neste novo contexto.
Sob esta nova perspectiva as pessoas deixam de ser apenas massa de manobra e podem novamente resgatar sua identidade, o conhecimento se transforma em sabedoria através da diversidade que existe em cada um de nós, cada um processa e utiliza as informações de um modo com isso se diferenciando na vida.
O conhecimento é cumulativo, nenhum homem, por mais genial que seja, desenvolve seu pensamento à margem do saber coletivo. Todo salto criativo e original vem necessariamente alavancado, em alguma medida, pelo legado histórico do conhecimento humano, cumulativo e em contínua expansão.
O diferencial neste milênio será como você irá utilizar este conhecimento, pois saímos da era do emprego e entramos na era do trabalho.
James Rauch economista da Universidade de Califórnia em San Diego demonstrou que para cada ano adicional de educação escolar a produtividade aumenta cerca de 2,8%.
As pessoas sem duvida são o foco deste milênio, pois estamos em transição entre a era do conhecimento e a era da humanização.
Thomas A. Stewart colunista da revista Fortune e autor do livro “Capital Intelectual” diz que o conhecimento é o ingrediente principal de tudo o que compramos e vendemos, a matéria prima com que trabalhamos.
Já Ikujiro Nonaka co-autor de “Criação de Conhecimento na Empresa” e considerado um dos seis pioneiros da nova visão da empresa com base no conhecimento assinala que "numa economia onde a única certeza é a incerteza, a única fonte que resta de vantagens competitivas é o conhecimento".
Por outro lado, Sigmund Freud chocou o mundo ao declarar que o homem não era senhor de sua própria consciência.
O filósofo francês Pierre Levy, um dos principais estudiosos sobre a chamada Era da Informação, diz que, hoje, o conhecimento está nas mãos das pessoas que aprendem, transmitem e produzem conhecimentos de maneira cooperativa em sua atividade cotidiana. E constata que quando a informação é transmitida de uma pessoa para outra, esta não a está perdendo; e que quando esta informação é utilizada, ela não é destruída.
Enfim nada é definitivo quando se trata de conhecimento e pessoas.
Ludwig Wittgenstein filósofo austríaco considerado um dos maiores do século XX, disse que "Os limites da minha linguagem são também os limites do meu pensamento".
Sendo assim o seu destino está em suas mãos. Seja bem vindo(a) ao caótico século XXI.
Professora de Filosofia, Pedagoga e Professora AEE/PAC na SEED / Gestora Educacional na Casa do Verbo
3 aMuito bom !