Pessoas, Sociedade e Propósitos vão além dos aspectos Jurídicos e Societários de uma empresa

Pessoas, Sociedade e Propósitos vão além dos aspectos Jurídicos e Societários de uma empres

 

Num mundo que cada vez mais valoriza e necessita dos conceitos de ESG e do Capitalismo Consciente, que propõe um propósito maior para as empresas, que nos estimula a refletir que diferença queremos fazer no mundo com as empresas que lideramos, é necessário ter um olhar ampliado para os negócios, onde o lucro não pode ser o único objetivo. É necessário entender que sem governança não há lucro possível, nem existe possibilidade de preservação do meio ambiente ou de desenvolvimento sustentável.
Como bem disse Colin Mayer (Professor na Columbia University e co-chair do Enacting Purpose Initiative) “O propósito dos negócios é resolver os problemas das pessoas e do planeta de forma lucrativa e não lucrar em causar problemas.”
A preocupação com pessoas, planeta e sociedade, enfim os Objetivos do desenvolvimento Sustentável (ODS’s) criados pela ONU, se encaixam em todos os negócios, basta que as empresas identifiquem os que são aderentes aos seus negócios e passem a pautar suas decisões estratégicas e empresariais em concordância com eles, pois a construção de um futuro mais sustentável exige mudanças no nosso jeito de produzir, consumir e viver. E para que isso aconteça é necessário que os Conselhos se posicionem desta nova forma hoje, para entregarem um futuro melhor para as empresas, para a sociedade e para o mundo.
Dos dezessete ODS’s, cinco são fundamentais como pauta de priorização constante para os Conselhos do futuro:

1)    Ética e Integridade

2)    Diversidade e Inclusão

3)    Ambiental e Social

4)    Inovação e Transformação

5)    Transparência e Prestação de Contas

As pessoas precisam ser colocadas no centro para que as modificações necessárias aconteçam através delas. A convivência intergeracional ajuda a criar a amplitude no olhar tão necessária, mas para isso é necessário a prática da escuta ativa, ouvir com vontade de entender, pois todos gostaríamos de viver
num mundo mais equilibrado. E é papel dos líderes conduzir a empresa para esse novo posicionamento e não ser conduzido por um passado que não faz mais sentido. O tom das organizações é dado pelo todo, que é construído por pessoas que tem dificuldades e limitações, por isso precisamos valorizar o intangível das organizações, sua cultura e seus valores.
Apesar da função social das empresas constar de seus contratos e estatutos sociais, elas podem ser amplas e nem sempre muito claras, por isso as empresas precisam encontrar caminhos que sejam condizentes com seus propósitos e valores. E uma boa prática é começar entendendo as necessidades de seus colaboradores e de ajudá-los a alcançarem seus sonhos e suprirem suas necessidades básicas, pois cuidar do capital humano trará um ambiente de proatividade e bem-estar que vai se refletir diretamente no sucesso e nos resultados da empresa, criando um valor reputacional intangível e consequentemente gerando valor para o acionista.
Já os acionistas são o elemento propulsor das grandes transformações da empresa, mas cabe ao Conselho municiá-los com os cenários mais prováveis num futuro próximo e de uma visão de floresta com relação ao médio e longo prazo para ajudá-los a se prepararem para esse futuro, mantendo sempre uma conexão estreita com os desejos de seus clientes e demais stakeholders, pois é através do entendimento  de seus novos desejos, hábitos e visão de mundo que surgirão os novos horizontes  que trarão os novos posicionamentos das empresas.
Nessa nova configuração, o setor Jurídico tem que ser um aliado dos negócios, conhecendo profundamente a estratégia da empresa e avaliando seu impacto jurídico desde o Planejamento Estratégico, além de conhecer seu entorno, atuando preventivamente para evitar situações de litígio potencial, contribuindo assim para a perenidade da empresa.a