Petit poison
Sei que meus hábitos são frutos do que vi, ouvi e senti. O meu, o seu e o da Vivi.
Mas se o hoje reflete o ontem, por que não fazer do agora um novo pretérito do amanhã?
Há um ano e um mês, decidi cortar o consumo de açúcar. Nada de demerara, xylitol, de cana, de coco, de beterraba, cristal, de confeiteiro, mascavo, orgânico e nada de mudar para stevia, sucralose e similares.
Os açúcares das frutas e os da sequência carbo já eram suficientes.
No começo, uma ansiedade de roer os dedos. Logo, a sensação de que algo me faltava. Hoje, a certeza de que estou no caminho.
Sempre soube que o açúcar em demasia era bastante nocivo, mas, como abandonar essa bendita adicção? Enchendo-me de DECISÃO.
Poderia citar passos suaves de como livrei-me desta droga em 5, 10, 15 dias, mas estaria mentindo para você. Desta vez fui radical.
Ao tragar esta escolha amarga e ácida, optei por um só caminho. Nos primeiros passos, a mente inconsciente não gostou da ideia; implorou por apoio e refúgio. O único modo de driblar meus obstáculos mentais foi a obsessão pelo objetivo.
O caminho florido só existe nas películas. Na casca grossa da vida real, lido de frente com meus problemas sem roteirizar. Administrar as dificuldades da vida me proporciona um crescimento de gente grande.
Sem vitimismo. As atitudes e seus efeitos são meus e de mais ninguém. A cada desculpa, distancio-me do que quero chamar de sucesso.
Se existe algo freando meu domínio, lembro-me da razão pela qual decidi começar.
A motivação aumenta quando o resultado está perto; aí fica fácil. Na labuta do dia a dia, a magia está na disciplina. E sei que começar fora dos picos motivacionais é um começo de verdade.
Nem tudo se resolve à base de luta consciente, claro. Muitos são os casos em que a terapia se faz necessária. São muitos, mas não são todos.
Por um lado ou por outro, felicidade é sentir a cosquinha da vida dançando em nossas mãos.
Bolo de coco, pudim, brigadeiro, beijinho, brownie, bombom, torta de limão, cupcake, petit gateau, trufa, cheese cake, manjar... vocês vão ter de esperar.