Petrobras conclui transferência dos campos de óleo e gás Golfinho e Camarupim – o que esperar?
No último mês, a estatal brasileira concluiu a transferência de dois polos para a BW Energy, multinacional especializada na exploração de petróleo. Entenda como foi realizada a transação, que já havia sofrido imbróglios do governo por análise de risco para os interesses da Petrobras na região.
Golfinho e Camarupim
O anúncio da Petrobras, feito no final do mês de agosto e oficializado em setembro, transfere a operação de dois campos de exploração de petróleo e gás natural para a BW Energy, multinacional especializada na aquisição, desenvolvimento e produção de poços no Gabão, Namíbia e Brasil. O negócio foi fechado com um pagamento à vista de 12,2 milhões de dólares, somados aos US$ 3 milhões pagos anteriormente. A Petrobras ainda pode receber até U$ 60 milhões em pagamentos futuros, determinados com base na cotação do Brent (classificação de petróleo cru usado como referência mundial de preços).
A negociação já vinha se estendendo há meses, contando, inclusive, com uma revisão da venda dos clusters feita pelo Ministério das Minas e Energia (MME) do Brasil. Conforme explicado na época, o MME solicitou a suspensão da venda dos ativos por 90 dias por conta da descontinuação do programa de desinvestimento da Petrobras.
Com a finalização do negócio, a BW Energy assume o controle de 100% dos polos Golfinho, responsável pela produção de 6,6% de todo o petróleo da Bacia do Espírito Santo – com cerca de 10,2 mil barris de petróleo/dia e 114,6 mil m³ de gás natural/dia – e Camarupim, atualmente desativado. A empresa também adquiriu 65% do bloco exploratório BM-ES-23, em parceria com a Aquamarine Exploração Ltda (20%) e Inpex Petróleo Santos Ltda (15%).
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Com ambos os polos localizados em águas profundas – o Golfinho em uma lâmina d’água entre 1.300m e 2.200m e Camarupim entre 100m e 1.050m – a Petrobras perde uma parte de sua operação no estado, mas mantém a atividade no Parque das Baleias e outras seis áreas exploratórias, além das UPGNs de Cacimbas (UTGC) e Sul Capixaba (UTGSUL) e o Terminal Aquaviário Barra do Riacho.
A venda dos ativos fez parte de uma estratégia da Petrobras para equilibras as dívidas da companhia, chamado de planos de desinvestimento, durante o período de 2020 a 2024. A pretensão da empresa é obter maior retorno operacional com a exploração e produção de óleo e gás em águas profundas e ultraprofundas. Apesar de polêmico para alguns especialistas, a tendência é que o resultado seja positivo, diversificando os atores na cadeia petrolífera brasileira e atraindo investimentos externos para o nosso mercado.
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