PETROBRAS E A AGENDA LIBERAL COMPROMETIDA

Bolsonaro está enxugando gelo.

Seguindo o temerário exemplo de sua antecessora, resolveu solucionar o problema da alta do combustível na caneta. 

A comparação com a desajeitada presidenta vai além, infelizmente.

Isentar impostos, incensar discurso populista, subestimar o mercado e se preocupar excessivamente com o curto prazo são perigosos caminhos, já percorridos.

Ainda mais grave, o real está com uma das piores performances do mundo, concorrendo com o peso argentino, consequência de uma série de erros deste governo.

Escapa ao diagnóstico apressado do presidente o elevado Risco Brasil, expressando a desconfiança dos investidores, bem como a pressão do câmbio, pois tudo que consumimos é, na sua base, dolarizado.

Porém o governo prefere desviar os olhos das causas reais da inflação e focar apenas na cadeira da presidência da Petrobras. 

Assim, é urgente recuperar a proposta, que parece cansativa mas ainda é a atual: a privatização da Petrobras.

Se houver ainda resquício liberal do governo, ele deverá enxergar o óbvio: só a concorrência poderá ajustar os preços. 

O bom exemplo do gás natural é um alento: queda prevista de 30% depois que o novo marco regulatório for votado e assim retirado o nocivo monopólio da estatal. 

Diante de tal cenário, surge a pergunta: vale a pena comprar ações da Petrobras?

Ela ainda é uma das petroleiras mais baratas do mundo. Deve portanto continuar pagando dividendos, tendo em vista sua forte geração de caixa e a continuidade do plano de desinvestimentos de ativos não-essenciais.

Porém as ações não devem subir. A fuga de investidores é um medo real. E, havendo mudanças na política de preço, que tem a paridade internacional como referência, a empresa poderá amargar prejuízos.

Então há melhores opções de empresas petroleiras como 3R e PetroRio.

Empresas que certamente ainda usam boas e velhas práticas de mercado.

Remuneração de executivos por performance, pagar as contas no final do mês e autonomia. 

O liberalismo nelas ainda respira.