PIB surpreende e cresce 1,9% no 1ºTRI/2023
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, divulgou hoje pela manhã o Produto Interno Bruto – PIB do 1º trimestre de 2023. Com alta de 1,9% em relação ao último trimestre de 2022, a Agropecuária foi o segmento responsável pelo maior crescimento (21,6%), acompanhada pelos Serviços (0,6%). A Indústria ficou no negativo (-0,1%). Tratando de valores correntes, o PIB no 1ºTRI/2023 totalizou R$2,6 trilhões. Em relação ao mesmo trimestre de 2022, o PIB teve crescimento de 4% e de 3,3% no acumulado dos 12 meses.
Considerando o primeiro trimestre em relação a igual período do ano anterior, no qual o crescimento do PIB foi de 4%, a Agropecuária registrou crescimento de 18,8%, resultado que se explica em suma pelo bom desenvolvimento de produtos da lavoura que possuem safra relevante no primeiro trimestre e pela produtividade, visível na estimativa de variação da quantidade produzida vis-à-vis a área plantada. Segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA/IBGE), condições climáticas favoráveis impactaram o desempenho de algumas culturas. A soja, principal cultivo da produção vegetal, apresentou ganho de produtividade e crescimento expressivo na produção anual, estimada em 24,7%.
Ainda que o crescimento de 1,9% tenha vindo acima do esperado surpreendendo o mercado, as projeções se mantêm boa parte cautelosas, quanto a expectativa para o crescimento da economia em 2023.
Extrapolando a análise dos segmentos que constam no PIB, outras duas variáveis interessantes para se considerar no resultado em questão são: o custo da energia elétrica e o preço do petróleo.
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É importante relembrar que no ano de 2020, em virtude da pandemia da COVID-19, decidiu se não aplicar o sistema de bandeiras tarifárias, de modo que desde a criação do sistema em 2015 pela Aneel, este foi o único ano onde o custo da seca foi “absorvido momentaneamente” quase que o ano inteiro, não sendo repassado ao consumidor final. No entanto, no ano de 2021, em meio a pior seca dos últimos 91 anos, além das bandeiras já conhecidas, foi criada em setembro, a Bandeira de Escassez Hídrica, cujo valor adicional era de R$14,20 a cada 100kWh, bandeira essa que esteve vigente até abril de 2022. Fazendo com que os preços da energia elétrica atingissem valores exorbitantes, o que refletiu diretamente no custo de produção e por consequência, no preço do bem final.
Ainda na mesma linha de raciocínio de elevação de custos e alta nos preços finais, a invasão da Rússia na Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, fez com que o preço do barril de petróleo alcançasse a marca dos US$ 127,98 por barril em 08/03/22, o que desequilibrou cadeias produtivas inteiras. Considerando os preços de paridade de importação (PPI), na semana do dia 21/02/22 a 25/02/22, o preço médio semanal do PPI da gasolina era de R$3,5889/litro e do diesel R$3,8716/litro, já na semana seguinte, 28/02/22 a 04/03/22 foi para R$3,9532 e R$4,5385 alta de R$0,3643 e R$0,6669, respectivamente. Isso sem mencionar o efeito do conflito territorial no preço dos fertilizantes que afetou diretamente o agronegócio no ano em questão.
Bom, somado as circunstâncias das duas variáveis, é um tanto quanto plausível concluir que, o ambiente era mais inóspito para resultados satisfatórios da produção e consequentemente do PIB no 1º trimestre de 2022, de modo que as condições dificultavam resultados expressivos.
Estudante de Agronomia na Universidade Federal de Goiás
1 aMuito interessante!
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1 aMuito bom 👏
Eng. Agrônoma(UFG) | Técnica em Agropecuária (IFMA)
1 a👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻
Coordenador Técnico na Senar-GO
1 aParabéns, essa transição (pandemia e guerra) dos custos podem permitir a retomada dos ânimos agropecuários, vamos torcer para que o ambiente político permita a continuidade do crescimento do agronegócio brasileiro.
Engenheira agrônoma
1 a👏🏼 👏🏽 👏🏽