PING e Espremedor de Papel: design estratégico para validar ideias para o mercado

PING e Espremedor de Papel: design estratégico para validar ideias para o mercado

Como um conta-gotas sonoro para pessoas com deficiência visual se tornou o PING.

O nome CONTRA não veio à toa. LC, Lucas, Dadado e eu, sócios nesse projeto de vida, temos um senso crítico forte e um impulso de transformar para melhor o que vemos pela frente. Essa visão, que tentamos levar a tudo que fazemos, precisava se transformar em uma metodologia e foi isso que nos levou a criar o Espremedor de Papel - nosso método para criar produtos e serviços inovadores a partir de sessões de cocriação que culminam em entregas do design da solução.

Quando resolvemos transformar nosso processo criativo em um conjunto de frameworks capaz de colocar ideias em movimento e resolver problemas reais, vivíamos o boom dos aplicativos. E as perguntas que fazíamos aos diversos clientes interessados em colocar mais um produto digital na roda era: "Mais um app, sério? Qual problema ele resolve?”. Ter a visão treinada para detectar valor e, mais importante, estar apto a compreender a quais interesses se sobrepõem as features de produtos e serviços de nossos clientes, facilitou a tarefa de potencializar o Espremedor de Papel. A gente precisava, então, validar a ferramenta. E nosso objetivo principal era buscar inovação in natura, dar luz a ideias que resolvessem problemas de verdade. Foi nessa busca que nossos olhos brilharam ao saber da invenção de um conta-gotas sonoro, um trabalho de conclusão de curso que estava adormecido nas gavetas da UFPB.

Desde então, não dá para falar do Espremedor de Papel sem falar do PING.

Fundamentado por uma pesquisa ampla e bem documentada e dotada de uma tecnologia eficiente para solucionar um problema global - já que 1,3 bilhão de pessoas ao redor do mundo têm algum grau de deficiência visual, o projeto, entretanto, ainda estava longe de ser um produto preparado para ir ao mercado.

Antes e depois: investimento em design e inovação ampliou alcance do produto.

Dando luz a ideias invisíveis

Ao abraçarmos a ideia do conta-gotas junto com o João Victor Nogueira, engenheiro e um dos inventores do protótipo, as mudanças começaram a ganhar ritmo. Uma das primeiras foi o próprio nome, PING. Enquanto escrevia esse texto, aproveitei para perguntar ao João qual foi o maior aprendizado dessa união. A resposta dele foi essa:

"Uma das coisas que vocês me falaram e eu nunca esqueci é que a ideia em si já é valiosa. Mas trabalhando essa ideia até ela estar toda ajustada, pronta para ser produzida e lançada no mercado, o valor original cresce quatro, cinco vezes. Vindo de uma vivência acadêmica, eu não tinha essa visão de mercado, de escalabilidade e captação de recursos, e muito provavelmente o projeto ainda estaria engavetado, não fosse o apoio que eu tive ao conhecer o CONTRA."

A proposta do Espremedor de Papel é questionar certezas para validar ideias. Sem o processo de “espremer”, os empreendedores e criadores acabam restritos às próprias opiniões. Na prática, isso significa não apenas tocar em questões cruciais, como dores e obstáculos para o negócio, mas também os caminhos mais fáceis para alcançar o objetivo. Nós emprestamos nosso olhar e experiência para projetos dos outros, encorajando a evolução e o aprendizado. Se nada fizer a ideia cair por terra, ela realmente tem potencial.

Mas nesse processo de colocar ideias no papel e “espremer” para tirar o melhor delas, tem muita mão na massa para viabilizar a ida do produto ou serviço ao mercado. Oferecemos inovação full-service: do desenvolvimento à captação do investimento. Aí entra uma das partes do design de negócios que mais gostamos: integrar parceiros e conectar pessoas, empresas e instituições. É assim que as ideias são aceleradas e crescem.

Encontros pelo caminho

Na trajetória com o PING, um dos momentos marcantes foi unir o projeto à Spark, empresa holandesa de design de produtos inovadores e sustentáveis, que também tem operação em Recife. Durante a concepção do segundo protótipo, uma das suposições que alcançamos é que o produto precisava ser manuseado com uma mão só, apoiado sobre o copo. E parecer o menos possível com um aparelho médico, para não chamar atenção. (Aliás, foi uma fase de aprendizado enorme, especialmente exercitando a empatia. Falei um pouco mais sobre isso quando participei do TEDx João Pessoa).

Cada vez que uma gota passa pelo sensor localizado em um canal no centro da estrutura do PING, o usuário pode contar a quantidade de gotas do medicamento que está ministrando.

A conexão entre as etapas de design, pesquisa e execução também rendeu história: quem diria que, ao topar fazer parte do projeto, o Hugo Honijk, engenheiro com raízes na Holanda e no Brasil, que está à frente da operação da Spark por aqui, lembraria do stroopwafel - o famoso biscoito holandês que é servido apoiado sobre uma xícara de chá - para desenvolver o protótipo do PING. É o encontro da tecnologia com a usabilidade.

A conquista mais recente do Ping foi a classificação no Programa Centelha. Provamos o valor da ideia superando mais de 500 startups e garantindo investimento de até R$ 60 mil em subvenção econômica para estruturar e acelerar a ida do produto ao mercado. É um passo decisivo para o PING e não poderíamos estar mais felizes.

O CONTRA está na linha de frente do design de negócios inovadores. Se você tem uma ideia interessante para botar no papel ou achou o projeto do PING interessante, manda uma mensagem para nós. Estamos sempre prontos para um café - e para começar a espremer.

Dima Kuprin

Head of Trading, Managing Partner

1 a

Diogo, thanks for sharing!

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