A Pirâmide da Dor no contexto da Cibersegurança
No cenário atual de cibersegurança, proteger as organizações contra ameaças requer mais do que apenas monitorar alertas e bloquear IPs suspeitos. É necessário entender como dificultar a vida dos agentes maliciosos de maneira estratégica e eficiente. Nesse contexto, surge o conceito da Pirâmide da Dor — um modelo desenvolvido por David Bianco que ajuda equipes de segurança a focarem em ações de defesa que realmente “doem” no atacante, tornando cada movimento malintencionado mais complexo, arriscado e caro de executar.
Neste artigo, vamos explorar como a Pirâmide da Dor pode ser aplicada para priorizar a detecção de indicadores de comprometimento (IoCs) e aumentar a resiliência da sua defesa, com exemplos práticos que mostram o impacto de cada nível no esforço de resposta a incidentes.
O conceito da "Pirâmide da Dor" ou Pain Pyramid é utilizado na cibersegurança para demonstrar o nível de dificuldade em detectar e combater diferentes tipos de indicadores de comprometimento (IoCs - Indicators of Compromise). Esse modelo ajuda a priorizar os esforços de defesa e resposta a incidentes, analisando o quão doloroso (ou difícil) é para um atacante mudar suas técnicas, táticas ou ferramentas diante de uma ação de defesa.
Estrutura da Pirâmide da Dor
A pirâmide é dividida em 06 níveis que vão do mais fácil ao mais difícil de atuar, considerando a perspectiva de um atacante. Vamos a cada um desses níveis com exemplos:
1. Hash Values (Hashes de Arquivos)
2. IP Addresses (Endereços IP)
3. Domain Names (Domínios)
4.1 Network Artifacts (Artefatos de Rede)
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4.2 Host Artifacts (Artefatos do Host)
5. Tools (Ferramentas)
6. Tactics, Techniques, and Procedures (TTPs - Táticas, Técnicas e Procedimentos)
Utilidade na Cibersegurança
A Pirâmide da Dor é útil para orientar equipes de segurança na definição de estratégias de defesa. Em vez de focar apenas em bloquear hashes ou IPs, que são facilmente mutáveis, os defensores podem priorizar a detecção e mitigação de técnicas mais robustas e custosas para os atacantes modificarem, como artefatos de rede ou TTPs.
Exemplo Prático: Aplicando a Pirâmide da Dor
Imagine que sua equipe de segurança detecta um ataque de phishing com um payload malicioso. Ao analisar o incidente, você identifica:
Com a Pirâmide da Dor, em vez de simplesmente bloquear o hash e IP, que são fáceis de modificar, você decide criar uma regra de detecção baseada no artefato criado no host e em como o malware tenta escalar privilégios. Isso força o atacante a modificar substancialmente seu malware, o que requer tempo, recursos e aumenta o risco de ser detectado em outras fases.
Conclusão
A Pirâmide da Dor é um modelo estratégico que permite às equipes de segurança focar seus esforços em indicadores que realmente afetam as operações adversárias, dificultando suas atividades e forçando-os a gastar mais tempo e recursos. Ao priorizar a detecção e mitigação nos níveis superiores da pirâmide — como TTPs e ferramentas —, as defesas se tornam mais eficazes, reduzindo as chances de sucesso dos ataques. Essa abordagem não apenas aumenta a resiliência do ambiente, mas também eleva o custo e a complexidade para os atacantes, tornando as defesas mais proativas e assertivas.
Instrutor | Threat Intelligence | CyberSecurity | DeepWeb | DarkWeb | Threat Hunting | OSINT | Cyber Threat Intelligence | eJPT
3 mExcelente texto 👏🏻👏🏻👏🏻
Diretor Acadêmico na CECyber - Center of Excellence in Cybersecurity, Cyber Range Specialist | Professor PECE POLI USP | Professor FDTE POLI USP | Cybersecurity Specialist | GRC | CISO
3 mExcelente, Anderson!